feferre1ra 28/07/2020
Muito melhor que Independence Day
“A voz do ETERNAUTA, o viajante da eternidade, continuou contando sua história, a tragédia que o fez perder-se no tempo, como um náufrago abandonado em pleno mar: Éramos Robinsons que em vez de estarmos presos numa ilha, estávamos isolados em nossa própria casa. Cercados não pelo mar, mas pela MORTE.”
Se eu pudesse definir O Eternauta, história escrita por Oesterheld e desenhada pelo magistral Solano López e que mais tarde em 1969 receberia uma nova versão desenhada dessa vez pelas mãos do gigantesco Breccia, em uma só frase eu diria com toda a certeza do mundo “Um Sci-Fi hipnotizante e capaz de encher os olhos de qualquer leitor” e acredito que essa seria a descrição que mais se aproximaria da sensação transmitida por esse quadrinho. Mesmo, com um tema batido para os dias atuais, é impossível não se pegar questionando no decorrer da leitura o motivo pelo qual uma história como essa nunca tenha sido adaptada para o cinema, pois não me restam dúvidas de que ela deixaria o filme Independence Day no chinelo facilmente e saiba que afirmar isso é muito difícil, pois passei praticamente boa parte da minha infância assistindo esse filme na globo ou no VHS(e ai de você se falar mal deles aqui.)
Tá, mas do que afinal se trata essa história para ela ser tão boa assim Fe? Ok, vamos lá então falar um pouco sobre o enredo sem dar spoiler algum.
A história começa em uma noite qualquer com a materialização de um homem conhecido como ETERNAUTA, o viajante da eternidade, na casa de um roteirista de quadrinhos depois de mais uma viagem temporal e o que segue depois disso é o mais puro e bruto relato sobre uma pequena parcela da vida desse homem, a parcela que importa para nós leitores, que descreve a noite em que os flocos de neve tóxicos e mortais começaram a cair e dizimaram quase toda a população e consequentemente jogou toda a humanidade em um mar inimaginável de caos e terror, obrigando assim o ETERNAUTA e seus amigos a travarem uma guerra contra os outros humanos pela sobrevivência de grupo. Passamos então por cada momento de tensão, daqueles de roer as unhas, ao lado do ETERNAUTA nos deixando cada vez mais apreensivos e com medo do que pode acontecer a cada virada de página, simulando o pavor vivido pelos personagens em cada esquina que o grupo avança e não pense que isso só acontece na metade HQ original, que possui um total de 360 páginas, pois seria um baita engano, tudo isso acontece apenas nas primeiras 80 páginas que funcionam para ambientar o leitor e colocá-lo dentro dessa atmosfera de aflição, preparando assim para a verdadeira história repleta de ação, suspense, e uma adrenalina que vai te deixar vidrado do começo ao fim. No entanto, daqui em diante eu não posso dizer mais nada, pois estraria a sua experiência como leitor e eu não quero isso, já que o meu papel aqui é apenas o de te deixar curioso para que você possa trilhar esse labirinto construído pelo Oesterheld e Solano López e espero do fundo do meu coração que você desfrute dele tanto quanto eu desfrutei.
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