Murilo 16/07/2023
"Contar histórias, ouvir histórias: uma das melhores coisas da vida" (p. 7)
O interesse pelo livro se deu pelo título. Pensei ser contos protagonizados por Erinlé ou que sua presença é anunciada no enredo de outros papéis, como no livro “Lendas de Exu”, do mesmo autor. Mas não, a obra nos brinca com a companhia de protagonistas da cultura africana como Iroco, Oxum, Xangô e outros. Essa constatação não diminui a obra, pelo contrário, enriquece a experiência. Pois, a cada história é narrada por palavras e ilustrações que ora se complementam, ora acrescenta aquilo que as palavras não deram conta.
O livro inicia com uma provocação. Um óbvio que precisa ser dito: as rodas, a contação de histórias e a oralidade sempre se fizeram presentes na humanidade e aos poucos foram se perdendo e/ou vão sendo empurrados para as margens como uma forma “menor” e “inferior” de aprender. Não só isso, Adilson argumenta sobre o impacto da leitura no nosso desenvolvimento humano (só por isso já me senti contemplado e preenchido com as palavras do autor).
Dos oito contos, os que mais me atravessaram, me pôs a refletir, tentar encontrar soluções e sentidos (por vezes não encontrados) foram: “A princesa que não falava”, “Xangô e os camundongos”, “Oxum e o outro” e “A lenda de Oraniã”.
Um livro que quero em algum momento retornar e me fez desejar outros livros do autor.