Luiz.Cordeiro 02/04/2021
É um livro puramente acadêmico dividido em duas partes que são duas teses.
Na primeira parte Gilson relaciona a doutrina dos motecalemitas, que eram filósofos árabes que justificavam o processo natural das coisas na vontade divina, de modo que excluiam qualquer potência natural nos seres criados, com a doutrina de Avicena, que negava o Intelecto Agente das criaturas. Então do mesmo modo que aqueles diziam que o fogo esquenta porque Deus quer, Avicena dizia que o ser humano conhece as coisas porque Deus quer, não porque havia um processo natural de conhecimento na criatura. Essas doutrinas foram refutadas por Santo Tomás que provou que o ato de criação, assim como o de iluminação divina, não excluem o fato da criatura possuir um processo natural inerente à ela, e criado por Deus.
Na segunda parte, Gilson demonstra como Duns Scoto tentou salvar a doutrina de Iluminação Divina recorrendo à doutrina de Avicena novamente.