Superstição no brasil

Superstição no brasil Luís da Câmara Cascudo




Resenhas - Superstição no brasil


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Aline ig @escape.abacharel 18/07/2023

Muito bom para conhecer o Brasil e suas crenças!
Para conhecer nosso Brasil, nada melhor do que nos debruçarmos sobre o passado e as tradições daqui, vindas de tantos lugares e que possui um sincretismo religioso sem igual. Nesta ótima obra, "Superstição no Brasil", nos deparamos com uma série de fatos históricos reunidos pelo autor, assim como temos uma ideia de quais são os costumes antigos que influenciaram a nossa sociedade.

É a primeira vez que tive contato com uma obra de Cascudo e já vi o quanto o seu trabalho é excelente.

Resolvi solicitar esse livro para a editora a fim de ler e entender mais sobre a cultura brasileira, sobre as religiões, sobre as superstições. Depois de ler algumas obras de ficção pop, que abordam o deus Anúbis (em obras como as de Neil Gaiman), eu sempre fiquei interessada pela história real por trás das religiões e das pessoas que acreditam em tais divindades.

Sempre tive muita curiosidade também para saber mais sobre as crendices do povo. E somente entendendo mais a fundo, podemos estudar sobre o tema, sem preconceitos e com uma visão de estudo como um todo.

Vemos como nossa herança histórica é rica, como alguns costumes são arraigados na sociedade, por exemplo, amarrar a imagem de Santo Antônio com barbante e deixar pendurada de cabeça para baixo, só para atingir os fins casamenteiros. Entre tantas outras...

Esta edição da Global está excelente, pois os textos foram publicados inicialmente de forma separada, em diversos momentos. E aqui está reunido nesta bela obra.

Foram épocas diversas de publicação dos textos, como: Anúbis e Outros Ensaios publicado em 1951; Superstições e Costumes publicado em 1958; e Religião no Povo publicado em 1974.

Recomendo muito!

Média: 4 estrelas

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jmrainho 17/11/2016

Pais da piada e superstição prontas
A maior superstição Brasileira é a lorota que o comunismo ia tomar conta do país e assim os americaguiados destas terras do tempo da guerra fria como gelo apoiaram o golpe militar com essa esdrúxula justificativa, também chamada de revolução pelos seus encabeçadores - criando assim mais uma superstição deste país das lorotas prontas. Até hoje é uma superstição forte para mentes fracas.

Monarquista e anticomunista ferrenho, além de estudioso das invasões holandesas - talvez isso tenha gerado uma ideia fixa de um inimigo nacional invasor - Câmara Cascudo (1898-1986), um intelectual de família da classe abastada de Natal, cidade que viveu sua vida toda, tem vasta obra sobre folclore. Esta "Superstição no Brasil" é uma coleção de conhecimentos populares que viram verdades-prontas, meio religiosas. Cheia de assombrações e mistérios, a obra traz crendices conhecidas, como a ferradura que dá sorte, a tesoura que afasta bruxas,o passar debaixo da escada e outras não tanto conhecidas, além de um estudo sobre a religião popular, buscando suas origens nas terras brasileiras e em outras nações, uma viagem no tempo-espaço, indo até o Egito antigo.

Também permeia curiosidades históricas, de veracidade polêmica, como os primeiros brasileiros que provavelmente teriam nascidos em 1501, filhos dos degredados Afonso Ribeiro e João de Tomar, dois grumetes que se escafederam na véspera da partida de Pedro Álvares Cabral, na noite de 1 de maio de 1500 e que provavelmente se acasalaram com nativas. Em 1502 desembarcaria novo exilado, Cosme Fernandes Pessoa, o futuro Bacharel de Cananéia, cidade do mesmo nome que disputa até hoje a supremacia de ser a primeira vila do Brasil, hoje oficializada como São Vicente.

Para quem busca ajudas mágicas, o livro traz algumas fórmulas de maldição e de rezas para vários fins, inclusive as disputadas casamenteiras para Santo Antonio; e o credo às avessas, que dizem ser muito forte. Um praguejo antigo é ameaçar de mijar na campa do desafeto, que resultava em cana nos tempos afastados do Brasil.

O texto traz alguns momentos, aliás vários, de pedância ilustrada, onde Cascudo cita diversas frases em latim, inglês ou francês, sem traduzi-las.

Mas como ele mesmo descobriu nas falas populares, "A intenção justifica e santifica todos os atos humanos". Hoje considerado um "coxinha" por apoiar a ditadura, Cascudo tá perdoado mais pela obra que suas intenções, pois ajudou a esconder muito comunista perseguido pelos coturnos loucos. São as contradições folclóricas; só no Brasil mesmo.

Ah, antes de terminar mais uma descoberta garimpada por Cascudo nas crendices populares: O lavrador cético acha que o demônio somos nós mesmos, com o inferno no coração”. Freud não gostava dessas histórias de Deus e Diabo, e denominava a religião como “uma neurose possessiva universal”. Também não acredito em bruxas, mas que existem, existem”.
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Cylêda 23/04/2011

O Silêncio
Um livro que me deixava surpresa a incapacidade de querer parar com a leitura. Alguns capitulos até me arrepiava, acredito que isso é um fato bem incomum numa pessoa tão cética quanto eu.

[...] "No Sertão de autrora as refeições eram quase silenciosas. Não havia conversa e apenas trocas de palavras necessárias, estritamente necessárias. Era ato semi-religioso e Jesus Cristo estava presidindo a refeição."

[...]"No preparo de detreminados remedios fortes, sete-massas por exemplo, o manipulador guardava silencio. em quarto de que tivesse tomado purga, de jalapa, de pinhão ou cabacinho, o silencio era obrigação normal. nas visitas de pêsames, antes dos sete dias, abraçava-se a familia enlutada, e toda a gente sentava-se, sizuda, olhando uns para os outros"

[...] " As pessoas mordidas por cobras eram proibidas de ouvir vozes de estranho e de mulher.


Este é um capitulo que fala sobre o silencio, é espetacular, eu o li em silencio, em respeito, um livro forte, esclarecedor, revelador....por alguns instantes ate lamentei toda essa nossa evolução e quase um total esquecimento de certas superstições que era uma forma simples e clara de vivermos em sociedade respeitando regras basicas de convivencias, ritos e costumes.


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