Fausto

Fausto Goethe




Resenhas - Fausto - Segunda Parte


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Nebbastous 16/02/2024

"Oh, para! És tão formoso!"
Foi o que eu disse ao ler Fausto, a mais impressionante obra de literatura que já tive a felicidade e fruição de encontrar.

A tragédia da vida de um homem cansado das limitações de seu conhecimento, desesperado por um único momento de proveito, amor, ou simplesmente a mais pura e genuína forma de felicidade, eis Fausto!

Mefistófeles fez de tudo e mais um pouco para satisfazê-lo, persuadiu imperadores, mulheres e paixões, e mesmo assim, falhou.


Grande Goethe, mas hábil dos poetas! Ele sim, é o Pródigo, a Poesia, ele sim esbanja seus bens, ele sim é o Poeta, ele sim ao derramar seus dons se completa.

Fausto é a obra prima da poesia.


Sobre a segunda parte da tragédia, é muito diferente da primeira, trata-se de um desespero contido em páginas e tinta, uma extravagância baldia conservada em versos.
Se a primeira parte de Fausto é sobre um homem miserável e um demônio ardiloso, a segunda é sobre um velho ganancioso, triste, iludido, e um demônio desesperado para agradá-lo, num esforço imensurável, com uma lábia destrutiva.


Mais do que isso, não é útil dizer. O que Fausto realmente é, só se sabe quem o lê.
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Paulo 17/12/2023

O homem deve agir, ainda que cometa erros
Bem mais simbólica do que a primeira parte, vemos aqui Fausto vivendo intensamente no “grande mundo”. Após a “queda” narrada na primeira parte, que culminou com a desgraça da família de Margarida e sua morte, Fausto, sempre na companhia do demônio Mefistófoles, atua agora na corte do Imperador, onde apresenta um plano econômico consistente em emitir papel moeda para sanear as contas do Estado.
Para entreter os nobres enfadados do palácio, Fausto invoca do “mundo das mães” os espectros do casal Helena e Páris. Acaba se apaixonando por Helena, com quem vive em uma realidade alternativa após o fim da guerra de Tróia. Fausto e Helena têm um filho, Eufórion, que simboliza a poesia.
Diante do fracasso do plano econômico, o Imperador vê-se diante de uma guerra civil, vencida graças à ajuda de Fausto e às artimanhas do demônio.
Como recompensa, Fausto recebe uma imensa porção de terra banhada pelo mar. Ele aterra enormes porções do oceano, onde pretende construir moradias para o povo viver livre. Na sua ambição, determina a desapropriação da residência do casal de idosos Filemon e Baucis, que morrem queimados pela ação de Mefistófeles.
Já centenário e cego, Fausto enfim diz as palavras que havia pactuado com o diabo (“Oh! para enfim - és tão formoso”).
Contudo, Mefistófeles não consegue levar a alma de Fausto para o Inferno, em razão da intervenção de Margarida junto a Nossa Senhora. Fausto é salvo no final.
O livro é denso e eu necessito de mais estudo para compreendê-lo bem. A obra é repleta de referências mitológicas, históricas e religiosas que estão bem além do meu alcance.
Destaco a homenagem que Goethe faz ao mundo grego por meio de riquíssimos versos sobre a beleza inenarrável de Helena. O casamento do mundo antigo com o mundo germânico (simbolizado pela união de Fausto e Helena), porém, fracassa.
Vislumbro também uma crítica à industrialização nos versos que tratam da empreitada colonizadora de Fausto, que culmina com a morte do casal de idosos, representantes do mundo antigo.
Em minha percepção, Fausto caiu na tentação do diabo de querer ser como Deus, tanto ao seguir o homúnculo (espécie de mini homem criado por Wagner, um acadêmico) quanto ao tentar dominar a Natureza em seu projeto de colonização.
Em contrapartida, a tentação niilista do demônio de fazer o homem acreditar ser nada e levá-lo à inação, não conseguiu de forma alguma atingir Fausto. Pelo contrário: embora tenha cometido muitos erros durante sua vida, Fausto jamais deixou de agir sobre o mundo, tentando, à sua maneira, melhorá-lo.
Penso que Fausto não foi salvo no fim por méritos próprios, mas pela ajuda do eterno feminino, no caso, sua amante Margarida e a Virgem Maria. Com efeito, a misericórdia divina vai muito além da razão e compreensão humanas.
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Cintia295 24/10/2023

Posso dizer que foi o livro mais difícil que já li até hoje, foram vídeos, pesquisas, meses lendo e com toda certeza não entendi metade do livro kkkkkk.
São tantas referências bíblicas, (ainda bem que tem as notas de rodapé).
Um dia quero reler.
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Jorlaíne 29/03/2023

"O transcendente-indefinível É fato aqui;"
O segundo livro é muito diferente do primeiro. Aqui, o foco está nas explorações que Fausto enseja. Seus projetos são colossais e sua busca por conhecimento e poder o move.
A escrita é linda. As notas dessa edição são de um belíssimo trabalho acadêmico. As referências são muitas, por isso a necessidade de tantas notas.
Não é um livro pra quem está iniciando no meio literário. Mas é um livro obrigatório pra vida!
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Marcos606 23/03/2023

Uma obra dramática em duas partes. A Parte I foi publicada em 1808 e a Parte II em 1832, após a morte do autor. A obra suprema dos últimos anos de Goethe, Fausto às vezes é considerada a maior contribuição da Alemanha para a literatura mundial.

A Parte I expõe o desespero do mágico Fausto, seu pacto com Mefistófeles e seu amor por Gretchen. A Parte II cobre a vida de Fausto na corte, o cortejo e a conquista de Helena de Tróia e sua purificação e salvação.

Em épocas anteriores, a peça era frequentemente condenada como informe por causa de sua variedade de elementos líricos, épicos, dramáticos. Inclui quase todos os metros poéticos conhecidos, e vários estilos que vão desde a tragédia grega até o mistério medieval, a alegoria barroca, a máscara renascentista e a comédia dell'arte para algo semelhante à teatro moderno. Goethe se valeu de uma imensa variedade de material cultural — teológico, mitológico, filosófico, político, econômico, científico, estético, musical, literário — tanto para a Parte I, mais realista, quanto para a Parte II, mais simbólica.
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Eduardo 25/02/2023

Temos aqui a segunda parte do Fausto na excelente edição bilíngue da Editora 34. Novamente, assim como na primeira, os comentários e notas de Mazzari juntamente com a tradução de Jenny Klabin Segall ajudam e muito não só na compreensão da história como na reflexão e interpretação de certas passagens, em alguns casos trazendo interpretações de diferentes autores.
O livro é bem maior do que a primeira parte, sendo 1088 páginas no total, dividindo a segunda parte em 5 atos. Não se assuste tanto com o número, como parte considerável do livro está em alemão (lembre que a edição é bilíngue), a leitura efetiva é um pouco menor que isso.
A segunda parte é bem mais carregada de elementos mitológicos e simbólicos do que a primeira, mas as ótimas explicações do editor facilitam a vida do leitor e te poupam de muita pesquisa.
Percebi por aqui que o número de leitores da segunda parte é bem menor do que a da primeira, o que é uma pena, a viagem de Fausto pelo Grande Mundo é belíssima e vale a pena ser lida, além de claro ser a conclusão da história.
Portanto, super recomendo a leitura, mas leia com calma, sem pressa, tome seu tempo, leia por partes, pare um pouco para digerir o que leu, no fim vai dar tudo certo e você terá apreciado uma relevante parte da literatura ocidental e da cultura geral.
Boa leitura!
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Filipe 30/01/2023

A conclusão de uma jornada épica certamente deve ter como pano de fundo extenso conhecimento cultural, referencial e um cérebro levemente megalomaníaco a desenvolvendo - este certamente é o caso de Fausto II.

Diferente da primeira parte, aqui observamos uma situação mais passiva e menos protagonismo por parte de Fausto, principal personagem do poema. Nesta segunda parte, vemos uma posição mais ativa de Mefistófeles ao lado de personagens secundários que tanto são originais quanto provém das mitologias grega, romana e cristã.

Em termos de edição, que é mais um belo trabalho da editora 34, vemos mais uma diferença em relação à primeira parte: neste segundo volume, as notas complementares
são mais extensas e abundantes e, provavelmente por conta disso, estão justamente no rodapé, não nas laterais, como em Fausto I.

Novamente pude observar a genialidade de Goethe e admirar, certamente não pela última vez, o trabalho desempenhado por este que é um dos maiores escritores da história mundial.
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Carla.Ligia 22/05/2022

Um dos livros para ler na vida
Que leitura!
Fausto, uma Tragédia, Partes I e II, é aquela obra que nos faz transcender. A Poesia é linda, nos importamos com o desenvolvimento do Fausto, embora queiramos chacoalhá-lo muitas vezes.
Tirei meia estrela pelo final, achei que faltou o próprio Fausto ali.
Não é um livro pra todas as idades, precisamos de bagagem cultural, conhecimentos que adquirimos com o tempo.
Mas é uma obra necessária, senão pela história em si, pela beleza dela.
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Cassius 11/05/2022

A obra de uma vida
Extremamente rica e coesa, divina; completa, não falta nada aqui, nem tem sobras. A melhor e mais grandiosa obra que já li.

"Alles Vergängliche
Ist nur ein Gleichnis;
Das Unzulängliche,
Hier wird's Ereignis;
Das Unbeschreibliche,
Hier ist's getan;
Das Ewig-Weibliche
Zieht uns hinan."

(
"Tudo o que é efêmero é somente
Preexistência;
O Humano-Térreo-Insuficiente
Aqui é essência;
O Transcendente-Indefinível
É fato aqui;
O Feminil-Imperecível
Nos ala a si."
)
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none 23/02/2022

A reler
Futuramente pretendo voltar a ler a segunda parte de Fausto, livro que é repleto de referências literárias, bíblicas, históricas, para então tentar apreendê-lo. Nesta primeira leitura o que fica é a beleza de versos traduzidos para a língua portuguesa. Lamento que a edição apresente textos introdutórios ainda que vastos e necessários porém repletos de informações sobre o desenrolar da tragédia. Sim, entendo que é uma tragédia, mas acredito que a graça da leitura está na apreensão parte por parte do texto. A gente meio que conhece a trama de Fausto seja por desenhos, séries, filmes, referência culturais, menções em outros livros, adaptações, mas creio que a pessoa responsável por introduzir ato por ato da tragédia precisa entender que não é necessário resumi-la para quem a lê, apenas conduzir a leitora e o leitor para essa trama que se passa num espaço muito longo de tempo e que tomou toda uma vida de Goethe. A edição da 34 é brilhante por incluir o texto original, infelizmente as notas não constam mais ao lado do texto traduzido, mas embaixo do texto, dificultando a consulta. Os textos dessas notas são grandes e isso por si já justifica a alteração. Mas como citei anteriormente, Fausto II é um livro repleto de referências à obra de Goethe (ao livro anterior, Fausto I, livros técnicos, o estudo de cores, por exemplo) e outras referências literárias e históricas. Creio que não estou preparado para apreender tamanha grandiosidade. Mas reconheço a beleza da poesia e do desfecho, Mefistófeles e Fausto reapareceram no final como os personagens do primeiro volume, isto é, no sentido de protagonistas do texto. A inserção de filósofos, personagens literários e históricos ao longo de Fausto II na minha opinião dificultaram a compreensão e apreciação do texto.
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Léo 30/01/2022

Erudito e simbolico da trajetória da modernidade
Livro bastante árduo, que se torna possível por conta da ótima tradução e dos necessários comentários. Adotei o método de ler (tanto a parte 1 como essa) uma primeira vez junto com todas as notas e em sequencia reli apenas o poema corrido. Isso ajudou bastante a entender o conteúdo, mas também a aproveitar o ritmo do poema na segunda leitura, que também possibilitou uma leitura que não se confundisse com estudo.

Quanto ao livro em si, além de retratar 3 mil anos de história da humanidade, como disse Thomas Mann, também é bastante caracteristico da caminhada da própria humanidade desde o afloramento do renascimento até a consolidar da burguesia como classe dominante na revolução industrial, com destaque para o seu papel como colonizadora. É simplesmente impressionante! Um texto árido, mas recompensador!
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Karinny 10/01/2022

Só digo uma coisa: quem não leu, leia!
Infelizmente não sou fluente em alemão, e jamais poderei ler esta obra em toda a sua magnitude. Apesar disso, esta edição da editora 34 nos ensina as intenções do autor, nos traz notas preciosas e extensas, o que potencializa a leitura. O final é lindíssimo (um superlativo merecido este), me tocou profundamente.
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Margot Brandão 06/01/2022

Complicadinho...
Eu adorei a primeira parte de Fausto mas a segunda é bem mais complicada. Referências atrás de referências e ficar parando o tempo todo para ler as notas de rodapé - impossível seguir sem elas - quebra mto o ritmo da leitura.

Particularmente não gostei do final da obra.
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Tha 14/10/2021

leve decepção
O volume I me conquistou com seus versos, mesmo eu tendo sempre sido uma pessoa mais de prosa. O volume II agora é mais prosa, mas menos apaixonante. Talvez pelo fato de o Fausto propriamente dito, até o momento, se mostrar um personagem muito menos interessante e mais raso do que no primeiro volume. O homem apaixonado e intenso de antes deu lugar a um sujeito meio abobado, que cego segue atrás de uma moça por sua beleza, sem se importar com absolutamente nada, achando tudo lindo ou feio a depender da esperança de ter a amada em seus braços. E não ajuda muito o fato de a amada ser ninguém menos do que Helena de Tróia, já mortinha da silva. Mefistófeles, no entanto, continua um personagem excelente. E a introdução de um novo personagem, o Homúnculo, faz com que a história fique mais interessante e possamos nos distrair da bobisse do Fausto; assim como toda a deliciosa salada mitológica que Goethe vem montando.

Fim do terceiro ato. Enquanto cada vez mais a história vinha se distanciando do início deste volume, o final deste ato se concentra em Fausto, Helena e na Fórcida (Mefistófeles). Goethe mostra sua genialidade ao fazer referência à cultura clássica e ao romantismo, unindo-os com muita destreza. Pena que a tradução não permita que se perceba algas diferenças de rimas que o poeta usou para destacar algas passagens, coisa que só pude saber através das notas da tradução. Entretanto, tive dificuldade em prosseguir nesse ato, pois achei-o mais cansativo e enfadonho.
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Ayan_lucca 15/05/2021

Eu acho que a primeira parte fez um pouco mais de sentido, só não achei tão interessante a junção de várias crenças, porém não chego a julgar.
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