Eduarda Graciano do Nascimento 25/08/2018A vida dos sonhos Finalmente a história de Anne vai chegando ao seu final. Nesse volume, Anne de Ingleside - na tradução original – acompanhamos sua vida na nova casa e sua rotina como mãe de cinco crianças.
Walter, Jem, Shirley e as gêmeas Nan e Di são crianças animadas, curiosas e muito obedientes (na medida do possível para um descendente de Anne Shirley, é claro). Temos a caminho também a bebê Rilla, que nasce no decorrer da história.
Passam-se seis anos entre o começo e o fim da história e o que posso dizer é que Anne perdeu quase que totalmente o protagonismo. A maior parte do livro é focada em seus filhos e a vida da ruivinha gira em torno deles. Destaco aqui que se a perfeição de Anne já me desencantava um pouco, a de seus filhos é quase que inverossímil. Eles desobedecem e se metem em enrascadas (uma das razões de eu ter me divertido mais nesse livro do que nos dois anteriores), mas todos – TODOS – são crianças extremamente maduras para sua idade, muito obedientes e compreensivas. Num lar perfeito como o dos Blythe, isso é possível, mas acaba deixando tudo muito açucarado.
Não por isso, ainda temos trechos inspiradores que contam a doce passagem das estações, nos fazem contemplar a natureza e nos enchem de esperança, sobretudo no que diz respeito a mudanças. Anne se vê numa crise quando sente que Gilbert não lhe dá a mesma atenção e mesmo isso é resolvido de forma simples e enfeitada. Não vou mentir, achei a Anne um tanto dramática aqui e a sinopse dá mais importância ao assunto do que ele de fato tem.
Esse era pra ser o último livro focado na agora Sra. Blythe, mas ouso dizer que aqui os protagonistas já eram as crianças. As confusões em que eles se metem rendem boas risadas e lições, como sempre, mas senti muita falta dos personagens originais... Marilla, Rachel, Diana. Elas aparecem na história de forma breve.
Então nos despedimos oficialmente de Anne Blythe e vamos agora às aventuras de seus descendentes, com quem já pudemos nos familiarizar neste livro e nos encantar com a doçura e esperteza de cada um deles. É claro que, tendo pais como os deles, não poderia ser diferente.
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