FOUCAULT E A FUNÇAO-EDUCADOR

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Resenhas - FOUCAULT E A FUNÇAO-EDUCADOR - Sujeição e Experiências de Subjetividades Ativas na Formação Humana


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Diego 02/07/2012

O livro tem uma temática que me lembrou muito a "Pedagogia do Oprimido" de Paulo Freire, se referindo à importância do docente partir da realidade imediata para refletir, agir e se reposicionar diante dos fatores condicionantes e expor suas inquietações para seus estudantes, dando a oportunidade que outros também tenham esta possibilidade de tomar outros rumos em suas vidas que não aqueles estabelecidos cuturalmente.

Embora as obras remetam a práticas semelhantes, as bases teóricas dos dois discursos são bem diferentes.

Paulo Freire estrutura suas teorias na dialética hegeliana, considerando que no mundo há situações de desigualdade entre os homens que negam a possibilidade do diálogo, colocando uns como capazes de enunciar a palavra por outros, criando uma situação de opressão e negando a tendência dos homens em "ser mais".

Já Filordi, como o próprio título anuncia, tece seu discurso a partir de releituras de Foucault e embora se preocupe com a questão da transformação dos comportamentos através de experiências de reflexões e ações que produzam o dessujeição, em momento algum se remete a alguma finalidade humana em "ser mais" ou coisa do gênero. Outra diferença básica é a escala da ação, Freire escreve em um período de ebulição no Chile, onde havia uma estrutura política com um discurso favorável à mudança e portanto sua fala está preocupada com uma ação em grande escala, já Filordi escreve para o professor solitário que atua dentro de estruturas que longe de algum compromisso com a transformação, possuem práticas de reprodução da sujeição dos indivíduos.

Ao invés de um diálogo dialético, Filordi, fala das experiências de dessujeição. A sujeição é um resultado atravessado por várias experiências que conduzem a uma forma de pensar e de estar no mundo e a função-educador é a de possibilitar reflexões e produzir ações que ajudem a desvelar estes mecanismos, subsidiando os indivíduos para que eles possam agir e pensar de outra forma. O professor não deixa de ser aquele que conduz para se tornar aquele que media, como em Paulo Freire, aqui, o professor conduz para uma encruzilhada, para um ponto de intercessão, onde o indivíduo perceba que há mais de um caminho a seguir.
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