O socialismo no século 21

O socialismo no século 21 Atílio A. Boron




Resenhas - O socialismo no século 21


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Vanelise.Aloraldo 13/10/2020

Um convite para pensar o pós-neoliberalismo...
Este livro contribui para a reflexão sobre a perpetuação do nosso subdesenvolvimento no modo de produção capitalista, sobre as "democracias" mais aparentes que reais e que não existem obstáculos intransponíveis quando se existe vontade política para realização de programas com profundas reformas (mesmo quando se convive com ameaças, chantagens e extorsões de todos os tipos). Há críticas importantes sobre os governos de "centro-esquerda" da América Latina, que sob a máscara de "progressistas" fiéis às orientações gerais do Consenso de Washington e persistindo nas políticas recomendadas pelo FMI, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio, faziam crer que o "desenvolvimento" e a saída da condição de "países atrasados" seria possível. No entanto, segue se aprofundando a pobreza, desemprego, taxas de analfabetismo aberto e funcional, atraso tecnológico, fragilidade das instituições democráticas e a dependência econômica dos centros imperialistas do poder mundial. Convive-se com a ameaça de holocausto ecológico, mas o holocausto social produzido pelo neoliberalismo já existe, na medida em que ainda morrem pessoas de fome, de insalubridade, com doenças tratáveis, sem as mínimas condições para viver. Frente a esta barbárie do capitalismo que põe em perigo a espécie humana, temos que reunir forças para avançar na construção do socialismo do século 21, sem modelos para imitar, embora algumas experiências do passado possam servir de inspiração. Falar que a democracia será possível no capitalismo é como falar que existe um círculo quadrado. O autor propõe que seja pensada uma agenda pós-neoliberal, que prevê aumento do gasto público, o crescente e diversificado papel do Estado na vida econômica e social e uma estratégia que limite efetivamente o despotismo dos mercados e a primazia dos oligopólios e do imperialismo. Uma reforma não é uma "evolução" que avança por etapas, mas se as reformas se derem de uma maneira que potencialize a presença popular, fortalecendo a organização e conscientização das classes exploradas, então se constituiria um degrau importante para avançarmos na construção do socialismo. A esquerda deve ser capaz de sintetizar a enorme diversidade de reivindicações - econômicas, sociais, culturais e identitárias - do campo popular. O autor aborda os valores e princípios medulares de um projeto socialista, o programa com sua agenda concreta e sua inquestionável superioridade ética e os sujeitos históricos desse protagonismo. Aborda também elementos que o socialismo do século 21 "não deve ter". Nós convivemos nesta correlação de forças junto à "batalha das ideias", por isso é fundamental demonstrar que existe sim vida após o neoliberalismo, que outro mundo é possível e que a história segue sendo construída. Os grupos dominantes querem fazer crer que não há alternativa, mas temos que ter a capacidade didática para disseminar o pensamento crítico junto às classes e camadas subalternas, em formato organizativo potencializar a plena consciência do protagonismo histórico, pois mais que condições objetivas, é preciso também condições subjetivas para enfrentar essa dominação ideológica do neoliberalismo principalmente diante do seu quase absoluto controle dos meios de comunicação de massas.
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