Fugitiva

Fugitiva Alice Munro




Resenhas - Fugitiva


36 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Fabíola 28/01/2024

Não sou muito de ler contos, mas achei esta coletânea diferente. Comecei a ler para conhecer a trilogia que inspirou o filme Julieta, mas todos os contos são equilibradamente ótimos (e o primeiro, simplesmente sensacional). Recomendo muito! Não conhecia nada da Munro, mas quero conhecer mais. Muchas gracias, Almodóvar...
comentários(0)comente



Jacy.Antunes 28/05/2023

Põe na Estante
 

 As mulheres nos contos de Fugitiva estão sempre pensando em fugir do destino .Elas vivem
nas pequenas cidades canadenses na metade do século passado, canadenses, quando o papel da mulher na sociedade era bem limitado.

No primeiro conto, que dá nome ao livro, Clara, foge de um casamento infeliz . Em Silencio Penélope desaparece da vida  mãe Julieta .Em Paixão Doris volta à casa de onde fugiu para evitar o casamento sem amor.

Três contos : Acaso, Logo e Silencio tem como protagonista Juliete, em diferentes fases da vida. Adaptados para o cinema por Almodóvar, que conseguiu  proeza de transpor para a Andaluzia universo feminino de  Alice Munro.

Mesmo não sendo muito fã de contos, Alice Munro foi uma boa surpresa, e após a leitura de quatro dos seus livros, ela ganhou um lugar de destaque na minha  estante.
comentários(0)comente



Aguinaldo 09/12/2013

fugitiva
Sobre o encantamento que experimentei ao ler contos de Alice Munro pela primeira vez já registrei aqui, ao falar sobre "Felicidade demais". Tentarei desta vez não adjetivar muito essa curiosa (ops!) escritora. Javier Marías já nos ensinou que é a boa literatura que explica um povo e uma época (e não os documentários, os romances históricos, os filmes documentais, o realismo forçado da literatura ruim). Há uma crônica recente dele onde este argumento é apresentado. Alice Munro alcança apresentar ao leitor, claramente, sem retórica vazia ou malabarismos mentais, toda uma sociologia (de seus contemporâneos e de sua época) em poucos parágrafos. "Fugitiva" é a exemplo de "Felicidade demais" surpreendente e bom. São oito contos longos. Em todos são mulheres as protagonistas das narrativas. O controle do fluxo do tempo em suas histórias é total. Munro o acelera ou quase o congela, dependendo do efeito que espera ou precisa provocar no leitor. Há temas que se repetem: o estranhamento, a loucura silenciosa, os conflitos familiares, a velhice, o desdém discreto pela vida acadêmica, o acaso da vida e das escolhas. Três das histórias tratam de uma mesma mulher, mas se a cada vez ela desse nomes diferentes para os personagens, talvez não os associaríamos tão facilmente entre si. A estrutura destas três histórias lembra aquele conceito caro à Robert Graves, o da trindade das deusas (e das mulheres), no qual a deusa assume em fases distintas os aspectos de ninfa, mãe e anciã, subsequente e cumulativamente. Uma das histórias começa como um diário, algo secreto, pessoal, intransferível, mas depois passa a uma estrutura de tópicos, como num ensaio, como se estivéssemos (sim, nós, os leitores) assumindo o controle do diário de uma pessoa e o interpretando. Muito curioso. Nestes oito contos, bem mais que nos dez de "Felicidade demais", são quase palpáveis a violência ou antes, a crueldade, que homens e mulheres sabem viver e trocar entre si. O que ela nos oferece em suas narrativas é ouro fino. Haverá mais coisas dela por aqui, seguro que sim.
[início: 29/10/2013 - fim: 30/11/2013]
"Fugitiva", Alice Munro, tradução de Sérgio Flaksman, São Paulo: editora Companhia das Letras, 1a. edição (2006), brochura 14x21 cm., 385 págs., ISBN: 978-85-359-0855-2 [edição original: Runaway (Toronto: McClelland & Stewart - Randon House) 2004]
comentários(0)comente



Ellen Rayane 10/11/2022

Gostei do livro... Mas parece q alguns contos acabam de forma tão repentina, sem um desfecho... Aí fiquei com vontade de saber mais dessas histórias!
comentários(0)comente



Martony.Demes 13/07/2022

Bom, eis uma leitura que confesso foi um pouco arrastada! Acho que ela não faz muito meu sabor literário! Eu procurei porque é nobel e fiquei curioso.

O livro apresenta uma coleção de contos sobre situações corriqueiras, do dia-a-dia e apresentam perfis psicológicos, de relacionamento entre os personagens. Não podemos esperar muita ação ou trama nos desdobramentos das histórias, sob minha opinião.

Porém, creio que seja um livro para ler em um momento de descanso ou relaxamento! Não há situações impactantes ou chamarem atenção, como uma ruptura de situações.

Não fiquei interessado por outros livros dela! Não está em meu interesse! Se tiver algo idiossincrático dela que não citei, por favor, ajude a entender melhor Alice Munro!
comentários(0)comente



GilbertoOrtegaJr 11/04/2015

Fugitiva – Alice Munro
Um prêmio Nobel de literatura faz milagres, autores que até então não tinham sido publicados no país, ou que já o tinham sido mas passaram despercebidos tanto pelos leitores quanto pela crítica agora são notados, muitos buscam adquirir um livro, no mínimo, do novo agraciado com o prêmio, em especial a espécie de leitor do qual faço parte, aquela que se guia pela crítica literária e aquilo que ela considera como sendo o bom livro. É este o caso da escritora canadense Alice Munro, que ganhou o Nobel em 2013, até então a escritora era pouco conhecida no Brasil e nem tão popular, apesar de seus livros merecerem o reconhecimento do público.

Em seu livros de contos Fugitiva (detalhe interessante é; Alice só escreve contos), temos oito contos, todos protagonizados por mulheres que estão as voltas com seus passados, sendo um sua maioria embates entre os passados e as personalidades destas mulheres no tempo atual. No primeiro conto que dá nome ao livro uma mulher, infeliz com seu casamento, e sobretudo com seu marido tem a chance de escapar dele.

Nos contos Acaso, Logo e Silêncio, temos a mesma protagonista, Juliet Henderson, em diferentes momentos chave da sua vida, e assim como na vida real uma escolha feita em um conto, surgira como consequência em outros, mas isso não quer dizer que sejam escolhas melodramáticas, ou que elas serão tão importantes na sua vida a ponto de após serem tomadas tudo girar somente em torno delas. Um exemplo deste efeito dominó é que em Acaso a protagonista conhece um homem, em Logo ela vai visitar os pais e vê o quanto sua relação com seus pais mudaram por consequência da escolha de ficar com ele, e finalmente em Silêncio parece que nada mais tem ligação com aquilo que aconteceu nos dois contos anteriores, mas a relação está implícita ali assim como na vida real.

No conto Paixão uma jovem chamada Grace está noiva de Maury, mas ela não demonstra estar apaixonada nem estar ligando muito, mas por um motivo bobo ela acaba passando uma tarde com o meio irmão de Maury, um médico alcoólatra, e é entre eles dois que surgirá uma atração real.

Em Ofensas a autor adota o ponto de vista de uma criança, para explorar uma mentira que foi o centro da sua vida, desde que ela nasceu e os pais decidiram que seria melhor criar uma mentira sobre o passado, em geral eu não gosto de livros narrados pelo ponto de vista de crianças, mas neste caso gostei muito pelo fato de a autora não escolher maquiar a realidade com um tom bobo ou ingênuo, não que a criança fosse um prodígio, mas ela ao menos não floreia a realidade que está envolvida.

Logros conta a história de uma jovem enfermeira que vive com sua irmã mau humorada, o único escape da vida desta jovem é em todo verão viajar a cidade ao lado da sua e ir ver uma peça de Shakespeare e em uma vez ela conhece um jovem de Montenegro por quem se apaixona, mas ao final do conto vemos que a autora brinca o acaso, para criar o final deste conto de forma simplista, ao contrário do que acontece em Poderes onde a autora usa de forma um pouco mais nítida o poder do não dito, ou daquilo que está subtendido, ao contar a história de uma moça e sua amiga Tessa que tem poderes sobrenaturais.

A Maioria dos protagonistas estão com suas vidas em suspenso, não seria isso uma das clarezas de como Munro cria contos incríveis usando acontecimentos cotidianos? pois afinal estar vivo é estar muitas vezes em suspenso até que um fato novo aconteça ou algo mude naquilo que estamos vivendo. Os cenários também são importantes em geral são cidades pequenas ou desconhecidas e o leitor muitas vezes vai adentrando nelas como quem vai conhecendo uma cidade pequena com suas particularidades e identidades geográficas e sócias.

Por último, mas não menos importante vale ressaltar; as obras de Munro são fascinantes não somente pela sua escrita elegante e astuta, mas pelo fato de elas muitas vezes parecerem transparentes, como as costuras de roupas que ficam longe da onde possamos a ver, e também por não estar “poluída” como boa parte da literatura atual se encontra, com autores que se sente impelidos a criar os personagens mais estranhos ou livros cheios de recursos, para usa-los simplesmente como suporte ao fato de não conseguirem criar tramas com simplicidade e inteligência.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/04/11/fugitiva-alice-munro/
Daniel 17/07/2016minha estante
Vi a adaptação do Almodovar, "Julieta", um filmaço... Deu muita vontade de reler




Pandora 18/12/2016

Fugitiva
Gostei muito do meu primeiro contato com Alice Munro. Gostei, mas não amei por alguns pequenos detalhes: a forma abrupta com o que ela termina alguns contos me incomodou. Eu não mudaria os finais, mas sim a maneira de escrevê-los. Não é um problema de conteúdo, mas sim de forma. Talvez seja falta de costume, de ainda não identificar o estilo da autora. Também não ajudou o fato da personagem Juliet Henderson estar em três contos deste livro; eu não gostei dela. Por outro lado, Alice Munro é dotada da qualidade de transformar o cotidiano e as pessoas comuns em arte; de tornar os personagens tão críveis que são reais, palpáveis, como nossos conhecidos ou velhos amigos. Nós estamos lá, naqueles cenários, nós os conhecemos, nós nos identificamos com eles. Nós nos colocamos no lugar deles. E suas histórias, suas dúvidas, seus anseios, seus embates pessoais... em algum momento de nossas vidas já passamos por alguns deles. Ou já os vimos acontecer.

Alice expõe o ser humano e isso é maravilhoso. "Logros" me parece o conto mais sensível e foi o de que mais gostei. Eu não estava ligando muito para o destino das outras protagonistas, mas para o de Robin eu liguei. Fiquei ali vivendo aquilo com ela. Também gostei de "Poderes", embora no final tenha ficado um pouco confusa e "Silêncio", que teve o desenrolar que mais satisfez minha vontade em relação à protagonista e sua história.

Recomendo!
Carlos Patricio 18/12/2016minha estante
concordo totalmente


Pandora 18/12/2016minha estante
:)




Higor 26/12/2016

Sobre sustentar a vida naquilo que pode facilmente desmoronar
Alice Munro faz parte do seleto time de autores que eu faço questão de ler toda a obra, mesmo sem precisar de um intervalo de tempo entre eles. Eu mesmo li cinco livros dela em 2016, e não me arrependo, pois, embora um conto ou outro tenha um plot parecido, eu fui fisgado a cada um, por suas coincidências e particularidades.

Fugitiva, com título e capa instigantes, passou a ser, então, objeto de desejo, ainda mais com a adaptação por Almodóvar de três dos contos presentes na coletânea: ‘Ocasião’, ‘Daqui a pouco’ e ‘Silêncio’. Adaptações de obras de Munro são comuns, mas falaremos disso em outra ocasião.

Os três contos, aliás, têm como personagem principal Juliet Henderson. No primeiro temos a protagonista visitando os pais, temerosa com as lembranças da infância que ressuscitará. O inesperado, um aparente suicídio na linha de trem, faz com que ela conheça um ex-estudante de medicina, Eric.

O segundo narra Juliet na casa dos pais, mas não é uma continuação direta de ‘Ocasião’. Aqui a encontramos ainda jovem, porém mãe de Penelope, fruto de Eric. Tudo seria tranquilo se as pessoas, inclusive os pais, não a tratassem com diferença, por ela não ter simplesmente casado com Eric. Por conta disso, passou a ser tratada como amante, uma mulher solteira, etc.

Já ‘Silêncio’ não tem ligação nenhuma com os anteriores, exceto por um único motivo: a espiritualidade da personagem, que, no conto anterior, levanta a bandeira ateísta para si e a liberdade de escolha religiosa para a filha. Vemos então a consequência de tal decisão. Tema polêmico, mas que, por conta da maneira leve com que foi abordado, fez a trilogia em um contexto geral ser incrível, reflexiva.

‘Fugitiva’ é, talvez, o único conto que não fisga o leitor, apesar de um tanto desolador. A mulher que foge do marido e se arrepende é frustrante, mas o que o torna desinteressante é o final abrupto, como que escrito de maneira apressada e sem interesse.

O melhor conto, no entanto, é ‘Peças’, onde temos Robin, que, por conta da perda de sua bolsa no banheiro do teatro, conhece Daniel, um estrangeiro que lhe faz uma proposta estranha, porém irrecusável. O que despedaça o coração do leitor é ver a vida sendo a vida, pregando uma peça na personagem. O teatro em que sua própria vida. Eu quis não ter lido o conto, ou talvez retroceder algumas páginas e fazer com que o desfecho não fosse aquele. O coração se fechou, e eu sofri imensamente.

Não posso me esquecer, claro, de ‘Ofensas’, inicialmente cansativo e confuso, mas que se mostra chocante, com a história da pequena Lauren e sua visão de mundo, não adulta, mas não infantil e inocente. Pontuada, e a evolução do conto é, basicamente, assustador.

Obtendo sucesso mais uma vez, Munro fala de maneira despretensiosa sobre mulheres que vivem o presente, mas imersas em decisões, acertadas ou não, do passado. A educação da filha, a mentira que serve de coluna para evitar a ruína da família, ou até mesmo o relacionamento sem amor. Felicidades passageiras, falsas, sustentadas em mentiras, ou em coisas frágeis e fáceis de quebrar. E que são quebrados, ou pegos no último segundo antes de se espatifar no chão.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
comentários(0)comente



Jaqueline 01/03/2023

Espero que esse seja apenas o primeiro de muitos outros contatos que terei com a obra da Alice Munro. A realidade crua com que os contos da autora são escritos me colocou em contato com um tipo de angústia diferente, uma que nos coloca diante de casos que poderiam ter acontecido conosco ou com pessoas próximas. Mesmo sendo histórias que se passam no Canadá em um período muito diferente do nosso, a autora consegue nos levar para dentro da história como se não houvesse barreiras tempo-espaciais. Normalmente tenho dificuldade para me conectar com histórias e personagens de contos, mas aqui foi totalmente diferente.
comentários(0)comente



Pandora 18/03/2018

Ler Fugitiva é uma experiencia de introspecção e reflexão e tem sido impossível não lembrar de outros livros capazes de proporcionar a mesma experiencia. Como não pensar nos ensaios da Herta Müller em "O Rei se Inclina e Mata", dos contos curtos da Natália Ginzburg em "As pequenas virtudes" ou das cartas de Sofia e Mariana no inesquecível "Nebulosidade Variável" da Carmen Martin Gaite.

Encontrar nos livros a beleza e a dor de nossas vidas. Os desafios, dilemas, experiências e aventuras de ser mulher nesse mundo que nos diminui, sabota e tenta nos submeter é sempre uma experiência encantadora e fortalecedora. Alice Munro entra para a minha galeria interna de grandes autoras, suas personagens começam a compor a monja paisagem interior.
comentários(0)comente



Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Separações e Regressos
Publicado em 2004, "A Fugitiva" é um livro de Alice Munro, vencedor do Giller Prize, uma das mais prestigiadas distinções literárias norte-americanas.

Tendo como cenário as províncias canadenses, seus oito contos relatam momentos difíceis, envolvendo separações e regressos. Suas personagens, em constante movimento, vão de um lugar para outro, tentando reconstruir suas vidas, mas nem sempre, essa mudança é possivel.

Com grandes saltos temporais, essas histórias cobrem cerca de cinquenta anos e vão até meados da década de setenta. Suas protagonistas (nem sempre empáticas) sabem o que querem e estão dispostas a pagar um tributo por suas escolhas.

Através desses episódios, desfilam o sofrimento de uma mãe a procura da filha desaparecida, o desamparo de uma esposa abandonada num hospício pelo marido e até mesmo, a coragem de uma jovem que troca um noivado sem amor por uma aventura com o futuro cunhado.

Dois contos merecem particular atenção, pois exibem pontos obscuros que dependem da interpretação pessoal, um artifício bem ao gosto de Munro que ignora narradores oniscientes. O primeiro, "Fugitiva", que intitula o livro, retrata um casamento falido através do sumiço de uma cabritinha que pertencia ao casal. O segundo, "Peças", inspirado na "Comédia dos Erros" de Shakespeare, exibe o reencontro frustrado de dois jovens enamorados após um ano de separação.

O livro apresenta um traço bastante singular: três narrativas com uma mesma protagonista, Juliet. Na primeira, ela é uma jovem professora que durante uma viagem de trem encontra o homem de sua vida. Em seguida, aparece como uma jovem mãe em visita a casa da pais, revelando uma difícil convivência. Finalmente, no último, ela surge como uma mulher de meia-idade enfrentando a rejeição da filha que acaba de abandoná-la.

"Munro explora a dor sem compaixão e, se em suas narrativas não há espaço para a felicidade, ela jamais cede as lamúrias ou ao sentimentalismo barato, revelando como escritora a mesma tenacidade de suas protagonistas." Atrever-se por suas histórias é uma experiência literária perturbadora e sem julgamento moral, elas desafiam a reflexão.
comentários(0)comente



Bia 04/04/2020

Leitura difícil, mas boa. Comecei este livro para escrever um capítulo da minha monografia, e inicialmente tinha o plano de ler somente o capítulo denominada "a fugitiva" e depois parar de ler, mas confesso que fiquei curiosa para continuar os contos. As vezes eles são um pouco arrastados, é verdade, mas todas as histórias te fazem pensar sobre a mulher e o seu papel no mundo.
comentários(0)comente



Suiany 27/02/2017

Um livro que me conquistou.
Impossível achar uma frase melhor para descrever essa experiência de leitura. Aliás, a palavra experiência resume muito bem o que tenho procurado em minha vida, seja na literatura ou em qualquer outra atividade. Também descreve muito bem o sentimento vivenciado ao ler esse livro.

Ler mais...

Ouvi sobre Alice Munro nos vários canais de literatura que acompanho na internet (perfis no instagram, canais no youtube, etc), mas – como não gosto de saber sinopses - evitei ouvir sobre o livro e acabei não reparando que não se tratava de um romance, mas de um livro de contos. Muito menos reparei que Alice, essa encantadora senhorinha canadense, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2013 escreve – exclusivamente – contos.

Confesso que se soubesse disso com antecedência talvez (muito provavelmente) eu não tivesse me interessado por essa leitura. Sinto dizer, mas invisto muito pouco do meu tempo nesse gênero literário, acho que isso se deve à algumas decepções que tive e que me desmotivaram.

Ocorre que, uma vez com o livro baixado no kindle e depois de ter ouvido tanta crítica positiva, resolvi encarar essa jornada e fui muito surpreendida, pois amei a escrita da autora num nível que eu não achei que fosse possível.

Nesse livro, Alice nos traz contos nos quais os protagonistas lidam com a temática da fuga, seja de alguma pessoa ou situação. Além disso, relacionamento são outro ponto central, ora familiar, ora amoroso, o que gera grande empatia no leitor, que consegue enxergar reflexos de sua própria vida.

Devo destacar que todos os contos são protagonizados por mulheres, o que provavelmente influenciou na empatia que senti pelas personagens... Além disso, é muito bom sentir esse tipo de representatividade, que ainda é tão precária na literatura.

Alice escreve de maneira fácil e muito envolvente. A cada conto, em poucos parágrafos já há intimidade entre o leitor e o personagem, nos envolvendo rapidamente e causando interesse no desenrolar da trama. Sem contar que a autora possui facilidade em mudar o rumo da história, descrever os acontecimentos de forma não linear, mas sem perder nossa atenção ou nos causar confusão.

Ademais, todos os finais são impactantes e não deixam a desejar em termos de desfecho. Bem pelo contrário, concluí vários desses contos parando para refletir ou comentar com alguém o que achei da história.

Enfim, espero que esse pequeno texto lhes motive a conhecer esse livro que – sem dúvida alguma – passou a ser um favorito da vida, daqueles que a gente sempre cita e adora recomendar.

OBS: Alguns contos de Alice Munro ganharam adaptações cinematográficas, como é o caso de “Ocasião”, segundo conto do livro “Fugitiva”, que no cinema foi dirigido por Almodóvar e intitulado “Julieta”. Também o livro “Ódio, amizade, namoro, amor, casamento” inspirou o filme “Longe Demais”, de 2006.

site: https://divinaleitura.wordpress.com/2017/02/17/fugitiva-de-alice-munro/
comentários(0)comente



Dude 03/08/2020

Fuja se puder
Livro bem avaliado, mas não me entreteve. Esperei empolgar, mas não acontecer.
comentários(0)comente



Julia Dutra @abibliotecadebabel 03/04/2020

Eu amo Almodóvar e amo mais ainda como ele fez com que esses contos canadenses se tornassem tão espanhóis quanto se pode ser.
comentários(0)comente



36 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR