Alana N. 12/01/2022
"Inocentes não existem. Em compensação, existem diferentes níveis de responsabilidade."
“A menina que brincava com fogo” com certeza é uma daquelas histórias que são impossíveis de largar. Sério.
Bem, já fazia um tempo que estava ansiosa para por as mãos nessa belezinha, mas como a Companhia das Letras não ajuda muito nas promoções, meio que isso demorou. Mas eis que finalmente fiz essa leitura e não poderia ter saído mais satisfeita dela.
Assim como no primeiro livro, aqui também tem todo aquele ritmo frenético, mas calmo ao mesmo tempo. Frenético por ativar a frenesi no leitor, que quer desesperadamente saber o que vai acontecer, mas também calmo, já que o autor toma um tempo para construir toda essa teia que prende o leitor.
Inclusive, enquanto fazia a leitura, cheguei a comentar com um amigo o quanto estava impressionada por nada de mais estar acontecendo nas primeiras páginas, mas ainda assim estar completamente fisgada pela trama. Porque eu sabia que o que estava sendo apresentado era importante para o que viria a acontecer, então me prendia a cada pequeno detalhe com medo de que aquilo fizesse falta na parte da conclusão. E conseguir despertar esse tipo de sentimento no leitor, meus amigos, não é fácil.
E, além da extrema habilidade narrativa, uma das coisas que gosto muito nos livros do Stieg é que não é suficiente você apenas “desvendar” o que vai acontecer. Inclusive, as vezes é bem fácil ver para onde alguns ventos estão soprando. O importante aqui é tentar achar uma forma de encaixar essa informação em uma solução maior. Tipo, tudo bem você saber quem é o assassino, mas agora como essa informação vai ser usada para resolver o problema?
Além disso, esse autor constrói tão bem os personagens que eles despertam sentimentos intensos no leitor. Sério. Fazia muito tempo que não odiava tanto alguém, quanto odiei dois seres que apareceram aqui. Meus Deus, o ranço era REAL. Eu queria poder gritar para eles calarem a boca! O nervoso bateu forte, juro para você. Que seres odiáveis e desprezíveis.
Salander, com certeza, continua na minha lista de protagonistas incríveis e fodonas. (Meu Deus, essa mulher é fenomenal!)
Sinceramente, se você gostou do primeiro livro, acredito que deveria dar uma chance para esse segundo. Vai valer muito a pena. Fica mais essa grande indicação. (E, uma dica extra, compre o terceiro junto com o segundo. O final deixa uma ponta, MAS UMA PONTA, que, meus amigos, deixa a gente se mordendo para continuar.)
Obs: Ao contrário de outras séries policiais, essa aqui precisa ser lida na ordem. Não sei se alguém que ler somente esse volume vai conseguir se situar tão bem na trama.