viihast 18/03/2024
"A doutrinação é um ato de amor."
Descobri a existência desse livro através do programa Pinga-Fogo com Jorge Elarrat no canal no YouTube da Web Rádio Fraternidade, no qual uma das perguntas, foi referente a mesa mediúnica e ele acabou recomendando essa leitura.
Não faço parte do corpo mediúnico da Casa Espírita em que frequento, trabalho em outras tarefas como o passe por exemplo, mas o assunto sobre mesa mediúnica sempre me deixou intrigada e esse livro é excelente para nos ajudar a entender passo a passo sobre ela.
Hermínio C. Miranda nos presenteia com uma verdadeira enciclopédia de assuntos mediúnicos e desobsessivos.
Foi um dos livros que mais grifei linhas, muitas tópicos importantes que foram abordados, ricos em detalhes, dicas sobre como podemos auxiliar esses irmãos desencarnados que precisam de ajuda, o autor também narra algumas das reuniões que já participou, para tentar nos auxiliar na visualização do entendimento acerca desse assunto, aborda cada tipo de espírito que possa ser manifestado, possíveis formas de abordagem, o que se deve ou não fazer, enfim, é uma obra para tirar o fôlego e extremamente completa, é ótima para ser estudada mais a fundo.
É uma leitura complexa mas ao mesmo tempo esclarecedora, o autor faz questão de não fugir do tema proposto, e não tem vergonha de admitir quando não sabe se aprofundar em outros assuntos.
Que as reuniões mediúnicas são tarefas series e que requerem muito responsabilidade dos médiuns da centro, isso eu já sabia, mas é muito mais profundo que só isso. O trabalho não se encerra ali naquele local onde acontece os resgates, ele também perpetua pelo resto da semana no dia a dia dos tarefeiros.
É preciso ter muito amor e paciência para com esses irmãos que precisam de ajudar, muita empatia para entender suas perspectivas.
Acho que depois dessa leitura, agradeço por não fazer parte dessa tarefa, é lógico que deve ser muito bom ajudar esses espíritos, mas com certeza não estou preparada para essa responsabilidade tão grande. Não é só doutrinar o espírito é também doutrinar a si mesmo.
Obra mais que perfeita para quem realmente tem interesse no assunto, curiosidade ou deseja fazer parte dessa tarefa. Já para aqueles que fazem parte da mesa mediúnica, ou reuniões de desobsessão é um livro de cabeceira, para ser lido e estudado o tempo todo, pois a teoria anda de mãos dadas a prática.
"(...) o segredo da doutrinação é o amor."
"(...) não nos devemos esquecer de que o Espiritismo, como doutrina essencialmente evolutiva, não termina com Kardec; começa com ele."
"Há sempre, nesta vida ou em algumas das anteriores, elos que nos ligam a outros seres e a outras dores."
"Crentes ou descrentes, católicos ou protestantes, todos nos vêm confirmar as verdades mestras do Espiritismo: as de que o Espírito sobrevive à morte física, de que reencarna, de que progride e aprende, tanto na carne como no Espaço; de que as leis universais são perfeitas, iniludíveis, mas flexíveis, pois exigem reparação, ao mesmo tempo que fornecem os recursos para o reencontro do Espírito com o seu próprio destino."
"Espiritismo é doutrina, mas é também prática mediúnica (...)"
"(...) em todo relacionamento com o mundo espiritual, há sempre a parte que compete a nós realizar. Essa, os Espíritos não a farão por nós."
"(...) não podemos esquecer-nos de que os Espíritos dispõem de maior liberdade de ir e vir do que nós. Eles nos vigiam, nos observam, nos seguem por toda parte, na intimidade do lar, no escritório, na rua, nos restaurantes, nos cinemas."
"Somos aquilo que pensamos (...)"
"(...) devemos policiar-nos constantemente."
"Toda atenção é pouca. A vigilância dispara o sinal de alarme: a prece, a defesa e a correção."
"Não há como fugir de ninguém e isolar-se em torres de marfim, mosteiros inacessíveis, grutas perdidas na solidão. Nosso trabalho é aqui mesmo, com o homem, a mulher, o velho, a criança, seres humanos como nós mesmos, com as mesmas angústias, inquietações, mazelas e imperfeições."
"Somos, pois, uma tremenda multidão de estropiados espirituais, e a diferença evolutiva entre nós, aqui na Terra, não é lá grande coisa. Vivemos num universo inteiramente solidário, no qual uns devem suportar e amparar os outros, ou, na linguagem evangélica: amar-nos uns aos outros. Não é difícil. E é necessário. E como!..."
"O bom senso e a prece serão sempre os melhores conselheiros"
"(...) somos julgados e avaliados não pelos resultados que obtemos, mas pelo esforço que realizamos para alcançá-los.
"É preciso ter muito amor a dar, para distribuí-lo assim, indiscriminadamente, a qualquer companheiro espiritual que se manifeste."
"Empenhemo-nos em aprender com os nossos próprios erros. Como estudantes que somos, e nada mais do que isso, aprendemos mais e melhor, para nunca mais esquecer, exatamente aqueles pontos sobre os quais cometemos nossos piores erros, pois são eles que fazem baixar a nota das nossas provas. E se estamos sinceramente dedicados ao progresso espiritual, desejamos com todo o interesse o certificado de conclusão do curso, a fim de sermos, tão cedo quanto possível, promovidos à admissão na próxima escola que está à nossa espera."
"Todos nós temos, no mundo espiritual, companheiros, amigos e guias, tanto quanto desafetos e obsessores em potencial ou em atividade."
"(...) não podemos nos esquecer de que somos todos irmãos, apenas distribuídos em diferentes estágios evolutivos. Enquanto alguns se acham à nossa frente, por terem caminhado um pouco mais do que nós, outros nos seguem um passo ou dois atrás. É da lei universal da fraternidade que todos se apóiem mutuamente, para chegarem à paz interior, que é o reino de Deus em cada qual."
"Somos livres para errar e somos forçados a resgatar. Não há como fugir a esse esquema, do qual não nos livra nem mesmo a trégua com que somos beneficiados ao renascer. É exatamente para que tenhamos a iniciativa da correção espontânea, que a lei nos proporciona o benefício do esquecimento e nos concede a oportunidade do recomeço em cada vida, como se nascêssemos puros, sem faltas e sem passado."
"Não podemos, no entanto, esquecer que o passado está em nós, nos registros indeléveis do perispírito, determinando todos os nossos condicionamentos, os bons e os outros."
"As leis morais, o Evangelho do Cristo e a prática espírita nos repetem, de mil formas, a mesma lição: a de que são os próprios pecadores que se ajudam mutuamente: o coxo servindo ao cego, o cego ao mudo e, sobre todos nós, a infinita misericórdia de Deus, a sabedoria ilimitada do Cristo e a assistência incansável de nossos irmãos mais experimentados, que se alongaram mais profundamente no caminho da luz."
"A fé e o amor são os dois grandes instrumentos de trabalho do doutrinador."
"Sendo, pois, a fé, 'a garantia do que se espera e a prova das realidades invisíveis', a prece é o convite para que a esperança se realize em nós, ou diante de nós."
"A prece é o instrumento do amor grande e puro de que nos falou o Cristo; é por ela que a caridade nos faz agentes da Divindade.
É por ela que conseguimos alçar o nosso espírito, aprisionado ainda no erro, às culminâncias da esperança. Paulo apresentou juntos a fé, a esperança e o amor. A prece nos liga porque, apoiada na fé, contempla a esperança e ajuda-nos na doação do amor."
"A doutrinação é um ato de amor. Aquele que não souber amar sem reservas, ou que somente puder amar aqueles que o amam, não está preparado para essa tarefa."
"O amor é realmente milagroso, e a prece, o instrumento daqueles que querem realizá-lo."
"Cautela, sim; temor, não. O temor paralisa, imobiliza os esforços, na ansiosa expectativa. É preciso vencer a inibição inicial e caminhar. A prece será sempre boa conselheira, a par de recomendações óbvias, que ressaltam dos textos que examinamos aqui, e de outros que o leitor descobrirá: vigilância com os próprios hábitos diários, cuidado com a alimentação, atenção com a saúde do corpo físico, desejo de aprender, para servir melhor."
"O grupo mediúnico é instrumento de socorro, ferramenta de trabalho, campo de experimentações fraternas e escada por onde sobem não apenas os nossos companheiros desarvorados, mas subimos também nós, que tentamos redimir-nos na tarefa sagrada do serviço ao próximo."