Emergência

Emergência Steven Johnson




Resenhas - Emergência


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Raissa 22/02/2024

Sejamos todos formigas...
Peguei o livro por curiosidade e acabei me surpreendendo! A obra faz um paralelo entre as formigas, as cidades, nosso cérebro e os softwares de computadores (sim, está tudo interligado kkkkkkkkkk). Tirando algumas explicações que achei extensas demais, num geral, o livro foi uma ótima fonte de informação, cheio de curiosidades interessantes sobre como estudar algo "simples" (como insetos) conseguiu nos fazer evoluir bastante no quesito tecnológico. Recomendo!
comentários(0)comente



Marcio.Araujo 04/06/2022

O livro é excelente, fala sobre como sistemas complexos e organizados emergem de indivíduos simples e sem que haja um "chefe" coordenando o processo. A obra menciona como esse processo ocorre na natureza, tal como nas células de um animal e em formigas em um formigueiro, que aliás não é "governado" pela rainha nem por qualquer outra formiga, simplesmente não há governo.

O livro demonstra que no passado autores muito distintos perceberam o fenômeno da emergência em seus respectivos campos de atuação, tal como: Adam Smith e o funcionamento da economia, Friedrich Engels e a cidade de Manchester ou Charles Darwin e a seleção natural, ainda assim, diz o autor, não perceberam o fenômeno da emergência em si, para além dos seus respectivos objetos de estudo. No entanto, hoje, a emergência é um fenômeno que não tem sido apenas estudado mas criado intencionalmente para resolver problemas complexos como moderação de conteúdo na internet, criação de softwares e organização de militância descentralizada.

Recomendo muito a leitura desse livro.
comentários(0)comente



Hidemi Saijo 20/11/2014

Finalizei este que é um dos livros mais estimulantes que li até hoje.
Apesar de ser bem escrito e muito bem documentado, não é essa a principal razão de eu ter apreciado tanto.
A principal razão é ele ter sintetizado um novo paradigma: a Emergência.
O conceito de Emergência - uma ordem global que emerge da interação local de vários agentes isolados - não foi inventado pelo autor. Porém, o autor foi extremamente hábil em demonstrar e explicar como este fenômeno se manifesta nos mais diversos domínios: das estruturas neurais às organizações urbanas, das colônias de formigas aos jogos de computador (como The Sims), das forças sócio-econômicas à World Wide Web.
A Emergência é um paradigma relativamente novo, pois o senso comum a respeito da ordem é que ela, necessariamente, deve partir de cadeias de comando centralizadas. Na Natureza, por exemplo, é comum pensar que a formiga "rainha" comanda a atividade de todas as outras formigas, gerando a ordem do formigueiro. Ou que as manifestações políticas, como as de Junho de 2013, devem ser desencadeadas e orquestradas por algum partido político ou grupo ideológico que visa provocar um golpe de Estado.
Nas palavras do autor, essas são maneiras de pensar "top-down" (de cima para baixo).
Mas também podem ocorrer (como de fato ocorrem) estruturações ordenadas "bottom-up" (de baixo para cima), com laços de feedback modulando as interações locais. Até que, se o número e o tipo de interações forem suficientes, surja uma ordem imprevista.
Uma ordem global emergente.
A palavra "imprevista" (ou inaudita, ou inédita) vem a propósito aqui, pois uma característica da ordem emergente é a imprevisibilidade aos agentes que a compõem. Como resultado de múltiplas interações sem nenhum controle central, a nova ordem não está sob controle estrito de ninguém.
Isto não quer dizer pura aleatoriedade, mas sim ordem descentralizada. Apenas e tão somente.
Como paradigma, a Emergência tem implicações extraordinárias.
Imaginem um mundo onde a ordem social, a estrutura econômica, nossa arte e nossa cultura, nossa política, nossas religiões... e, de modo geral, todas as nossas instituições... passassem a ser ordenadas como uma resultante das nossas interações REAIS e cotidianas.
Laços de feedback diretos entre ordem e espontaneidade.
Para os adeptos das velhas estruturas de controle, isto pode soar como a verdadeira anarquia (no sentido ruim da palavra).
Para mim, soa como uma possibilidade efetiva para que nos realizemos como indivíduos dentro de uma ordem maior.
Para que se enfraqueçam (ou até mesmo desapareçam, a longo prazo) as contradições entre ordem e liberdade.
Mas como dito anteriormente, a Ordem Emergente é, por definição, inconcebível.
Apenas colocando-a em prática saberíamos, de fato, o que decorreria dela.
Para finalizar, cito as palavras proferidas por um dos meus gênios inspiradores, Jiddu Krishnamurti, ao dissolver a Ordem da Estrela do Oriente, da qual fora nomeado chefe e mentor.
“Vamos discutir nesta manhã a dissolução da Ordem da Estrela. Muitas pessoas ficarão encantadas, enquanto outras ficarão um tanto tristes. Não é uma questão nem para júbilo nem para tristeza, porque é inevitável, como eu vou explicar.
É possível que vocês se lembrem da história de como o diabo e um amigo dele estavam descendo a rua quando viram à sua frente um homem se agachar e pegar algo do chão, dar uma olhada e colocar no bolso. O amigo perguntou ao diabo:
- Que foi que o homem pegou?
- Ele pegou um pedaço da verdade - respondeu o diabo.
- Isso é um negócio muito ruim pra você, então - disse o amigo dele.
- Oh, de modo algum - retrucou o diabo. - Vou deixar que ele a organize.
Eu afirmo que a Verdade é uma terra sem caminhos, e vocês não podem alcançá-la por nenhum caminho, qualquer que seja, por nenhuma religião, por nenhuma seita. Este é o meu ponto de vista, e eu o confirmo absoluta e incondicionalmente. A Verdade, sendo ilimitada, incondicionada, inacessível por qualquer caminho que seja, não pode ser organizada; nem pode qualquer organização ser constituída para conduzir ou coagir pessoas para qualquer senda particular. Se vocês logo compreendem isso, verão o quanto é impossível organizar uma crença. Uma crença é algo puramente individual, e vocês não podem e não devem organizá-la. Se o fizerem, ela se torna morta, cristalizada; torna-se um credo, uma seita, uma religião a ser imposta aos outros. Isto é o que todos estão tentando fazer mundo afora. A Verdade é restringida e usada como joguete por aqueles que são fracos, por aqueles que estão apenas momentaneamente desgostosos. A Verdade não pode ser rebaixada, mas, em vez disso, deve o indivíduo fazer esforço para ascender até ela. Vocês não podem trazer o topo da montanha para o vale. Se querem atingir o cume da montanha, vocês devem atravessar o vale e escalar as escarpas sem medo dos perigosos precipícios".
comentários(0)comente



Sacripanta 02/11/2012

Trata-se de um livro realmente bom: tem argumentação bastante clara, é de fácil leitura sem que isso implique em simplificação do tema abordado, que é interessante e que questiona alguns pressupostos que temos como naturais.

A tal emergência do livro é a possibilidade de que sistemas ou associações não centralizadas possam engendrar uma organização superior, sem estarem buscando isso, e sem existência de uma estrutura hierárquica que direcione a coisa toda.

Num sistema de pensamento como o nosso, que privilegia figuras que centralizam o poder verticalmente (rei, primeiro-ministro, diretor, gerente, supervisor), este livro coloca como possíveis outras formas de alocação do poder, de estabelecimento de outras estruturas, ou nos convida a abrir os olhos para sistemas alternativos de emergência que estão funcionando, mas que acabamos não percebendo, por estarmos fixamente procurando apenas por padrões hierárquicos.
comentários(0)comente



4 encontrados | exibindo 1 a 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR