cinnamongir1 29/09/2023
Mrs. Dalloway
"Ela sentia uma estranha afinidade com pessoas às quais jamais dirigira a palavra, [...] Tudo aquilo desembocava em uma teoria transcendental que, dado o horror dela pela morte, permitia-lhe acreditar, ou afirmar que acreditava (a despeito de todo seu ceticismo), que, uma vez que nossas aparições, aquela parte de nós que se manifesta, são tão prontamente comparadas com outra parte nossa, com nossa parte invisível, que se estende de modo amplo, era bem possível que o invisível sobrevivesse, pudesse ser de algum modo recuperado no apego por essa ou aquela pessoa, ou mesmo assombrando certos lugares, após a morte. Talvez, talvez."
tenho a sensação de que jamais serei a mesma! existem livros que contam histórias e livros que mudam a sua - Virginia sempre que escreve faz isso comigo.
levei tempo com esse livro, sinto que é o tipo de leitura que faz preciso parar pra absorver e refletir sobre, reler páginas e parágrafos se necessário (e quando der vontade - porque vai)
histórias simples com uma profundidade secreta são as minhas favoritas, quando tudo se torna claro apenas com um olhar cuidadoso. Mrs. Dalloway é esse tipo de livro! é O livro!
emprestando do posfácio: ?Mrs. Dalloway fazia a maior impertinência que um livro é capaz de fazer: criava o alvo ao mesmo tempo em que cravava a flecha em seu centro. Por isso era difícil apreciar sua pontaria.?
O fluxo de consciência é elevado a outro nível, não tem como discordar, Virginia Woolf foi/é genial!
e Clarissa, agora, tão especial pra mim - é minha mais nova companhia de vida; (pra ser honesta até mesmo personagens que não me causaram tanta identificação vão ficar comigo de certa forma).
Leiam, só leiam. Se permitam, com paciência, mergulhar nessa história, garanto que vai valer a pena.
Favoritado ??.