spoiler visualizarnone 18/12/2018
A toupeira sai da toca/ Senhor Sapo não se toca/Rato d'água cata minhoca/Texugo não é boboca
O que parecia uma estória encantadora se perde na tradução/revisão e na confusão do enredo. A proposta é incrivelmente atrativa: a vida dos bichos em um bosque inglês, a Toupeira, o Rato d'água, o Texugo, o Sapo, a amizade entre eles, qual é o introvertido, o arteiro, o genioso e o genial. Só que, por aparentemente tratar-se de uma estória infantil, às vezes se perde em clichês e problemas adultos demais. O Sapo, por exemplo, não pode ouvir uma buzina de carro (fon-fon) e já quer sair pilotando um, roubando até. O Rato d´água quer ajudar todos ao redor, mesmo que para isso eles tenham que se adequar ao seu estilo de vida, junto ao rio. A Toupeira ordeira, pensa em ter um dia diferente, ir para a mata-virgem, conversar com outros animais e sair da toca, nem que para isso se envolva em milhares de problemas (é de longe a minha personagem favorita). O Texugo, personagem esquivo, tímido, ajuda todos ao redor e é uma espécie de mestre dos animais do bosque, conhece todos os caminhos subterrâneos e tem sempre uma palavra amiga, enfim, é mais um personagem incrível. O problema é que cada capítulo apresenta outros personagens secundários que ''caem de paraquedas'', ora os protagonistas dialogam com animais, que nunca apareceram ou foram mencionados antes, ora conversam com humanos, e os humanos geralmente ou são trapaceiros ou trapaceados, nunca há um acordo, isso tem certa lógica, mas na estória dá impressão de isso estar jogado de qualquer jeito, o que poderia ser contado claramente acaba produzindo algo sem sentido, como o episódio da prisão do Sapo, invasão da casa dele por animais armados (arminhos e doninhas vindos não se sabe de onde, por qual motivo específico e justificável previamente na estória). Enfim, é uma estória que todos que gostam de um bom livro deveriam ler, mas depois de adultos para tirarem suas conclusões.