Desde que o samba é samba

Desde que o samba é samba Paulo Lins




Resenhas - Desde Que o Samba é Samba


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João Malafaia 10/03/2024

Jorge amado, ainda vou te dar muito orgulho
Apesar de achar o tempo do livro um pouco confuso, e que havia uma abundância desnecessária de personagens - que podiam ser aglutinados em menos pessoas -, eu gostei da forma que lins mistura ficção e história para contar a origem do samba, das escolas de samba e dos desfiles de carnaval, ao mesmo tempo em que nos envolve em intrigas, brigas e romances lascivos do bairro berço de grande parte da cultura brasileira
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Christiane.Leite 17/05/2023

Só quem é carioca e sambista vai ser capaz de entender a profundidade dessa obra. Sim, porque essa obra atira o leitor de cara nas ruas lamacentas do Rio Antigo. E, por mais que hoje já não existam os becos narrados com preciosidade pelo autor (a própria Praça XI não existe mais como a Praça XI da época do livro), quem já entrou no Sambódromo pra desfilar, pouco se importando com o cheiro horrível do canal do mangue que lhe é perpendicular, se encaixa com a maior facilidade nesse Rio que não viveu.

O livro é uma verdadeira jornada pela história e evolução do samba no Brasil. Nesta narrativa envolvente, Lins apresenta personagens cativantes e autênticos, levando o leitor a se conectar emocionalmente com suas experiências e desafios. O clímax do livro é dramático e envolvente, com o autor habilmente tecendo diversos fios narrativos para criar um desfecho emocionante e satisfatório. Mas o aspecto mais impressionante de "Desde que o Samba é Samba" é a sua mensagem poderosa de resistência e celebração. Lins retrata o samba como algo muito mais do que apenas uma forma de música e dança, mas sim como uma expressão profunda de identidade cultural e resistência política, oferecendo uma visão única da história e da cultura do samba, explorando a sua importância para a identidade brasileira e as lutas políticas, sociais e religiosas que moldaram o gênero ao longo dos anos.
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caio.cidrini 18/07/2022

Um retrato da do nascimento do samba
O livro é uma deliciosa homenagem e ao mesmo tempo tratado sobre o Estácio dos anos de 1920, região central no Rio pro surgimento do samba como conhecemos hoje. Através de personagens que existiram, como Ismael Silva, e ficcionais, Paulo Lins mostra o contexto do caldeirão cultural do qual emergiu as escolas de samba. Obviamente não deve ser observado como um documento histórico e pelo recorte acaba não jogando luz sobre outras pessoas e bairros do Rio de Janeiro que também foram protagonistas desse processo. A leitura é fluída, o estilo do autor também, mas por envolver muitas figuras acaba apenas pincelando a superfície de eventos e personagens que poderiam ser mais explorados. Mas o mais importante é a elucidação pro público que talvez não conheça a história do samba a fundo de que uma das identidades do Brasil pro mundo nasceu e se desenvolveu por mãos de negros, netos de escravizados, pobres, mães de santo, malandros e putas. O samba é o Brasil e o Brasil é o samba porque ele traz no couro dos tambores todas ambiguidades desse país. Triste do país que não tem esse ritmo.
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Rodriguinho @literario.rojo 16/02/2022

Desde que o Samba é Samba
Autor: Paulo Lins
Páginas: 304
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"Quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça
Ou doente do pé."
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Em uma minuciosa pesquisa para compor seu romance documental, o autor Paulo Lins pauta seu enredo a partir do estilo de vida de um grupo de sambistas localizados no bairro do Estácio e seus arredores na década de 1920 na cidade do Rio de Janeiro, assim como o surgimento da primeira escola de samba a Deixa Falar, resgatando a memória do samba que começa se desenvolver após reorganização geográfica da população onde os mais pobres, principalmente negros se estabeleciam nos morros e periferias da cidade.
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Toda a trama terá como foco três personagens, a prostituta Valdirene, o português Sodré, e o malandro Brancura no qual formam um delicioso triângulo amoroso que te prende ao romance. E apresenta também personagens secundários reais que na história receberam outros nomes como Tia Almeida (Tia Ciata) Silva (Ismael Silva) entre outros.
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O autor narra também o surgimento da Umbanda e contando a importância dos terreiros para as rodas de samba que ocorriam após o término das sessões.
Enquanto em São Paulo intelectuais, artistas buscavam traduzir as transformações econômicas e sociais na Semana de Arte Moderna, em 1922, no Rio a galera do Estácio criava uma manifestação musical que ajudaria a fortalecer e valorizar a memória dos netos e bisnetos de escravos.
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O texto se apresenta sem puderes com muitas cenas de violência e cenas quentes de sexo.
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Wallace17 30/07/2021

Não deixe o samba morrer
"Semente de amor sei que sou desde nascença" Assim dizia Mestre Cartola, quando se referia ao Samba! ❤

Um jeito gostoso de estudar história dos movimentos culturais no Brasil em forma de Literatura. Que livro gostoso de ler. Paulo Lins mandou muito bem! A trama ocorre no Rio de Janeiro do começo do século XX, em 1920. O autor nos trás um recorte da população que viviam nos morros e subúrbios, com destaque para o bairro no Estácio. E nestes lugares que história se desenrola, palco ilustre que testemunhou um grande movimento cultural: o surgimento do Samba. A introdução de novos instrumentos percussivos. A concepção da primeira escola de samba. Os terreiros de Umbanda e Candomblé. Pela bibliografia, nota-se que Paulo Lins teve a preocupação de realizar uma pesquisa cuidadosa. O resultado é um romance que evidencia a vida de centenas de milhares de brasileires. Um livro que aborda, a vida de negros e negras pós abolicionismo, e trata também de: prostituição, miséria, violência, religião, homossexualismo, malandragem. Enfim, no meu ponto de vista é livro da brasilidade! Como dizia Luiz Melodia: ohhhh sorte. Sorte mesmo de ter livros tão belos assim na nossa literatura!

site: https://www.instagram.com/p/Bs8LkbSnAIw/
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Beto | @beto_anderson 24/06/2021

Retrato de uma época
O livro faz um retrato de época dos anos 20 do século passado, contando como surgiu o samba. Personagens reais se juntam a outros fictícios e mostram a força e a resistência da cultura e da religião dos negros brasileiros, filhos e netos de escravos. O autor tem uma linguagem envolvente. Sou fã de histórias que retratam o cotidiano dos brasileiros em tempos remotos, mas antigos. é um livro para adultos, pois tem cenas de sexo bem explícitas.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
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Saulo 23/03/2021

Berço do samba
O livro tem uma ótima narrativa, o ritmo é muito bom e ele consegue te prender com os personagens de maneira muito fácil.

Ele conta muito também da história do Brasil e do Rio de Janeiro, em uma época muito difícil, logo depois do fim da escravidão, com o preconceito da sociedade e da polícia, pobreza extrema, vida dificílima das mulheres também, exploradas pela prostituição e até escravas sexuais.

Neste ambiente que nascem o samba, a umbanda e as escolas de samba, procurando dar mais alegrias e retratando a vida do pobre.

Foi ótimo acompanhar um pouco de personagens como Brancura, Valdirene, Silva, Bide, Tia Amélia e Seu Felintra e entender um pouco da vida do Estácio.
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Paulo.Oliveira 13/10/2020

Vale a pena ler, mas desaponta um pouco
Comecei a ler mega empolgado e caminhando entre os capítulos se misturava a sensação de curtir o estilo, a linguagem e o enredo, com a impressão de que o autor podia ter sido mais direto ao ponto e aproveitado melhor pra explorar os pontos de vista dos personagens com mais intensidade.
No geral, foi interessante.
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Geógrafo da Alma (Poeta) 11/05/2020

Leitura fundamental para entender o movimento cultural do samba
Romance fantástico que aborda todas as cercanias e o caldeirão cultural que firmou o samba como uma expressão artística ultrapassando obstáculos, como a pobreza, o racismo gigantesco da sociedade brasileira e tantos outros percalços que a comunidade negra teve de enfrentar para consolidar a sua liberdade de expressão.
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alex santos 14/07/2019

O samba, marca de um povo
Excelente! O livro reconstrói a história do samba, dos sambistas e das escolas, passando pela força das religiões de matriz africana no RJ do começo do século XX. Fluente e empolgante, coloca a cultura popular no lugar que merece: o topo.
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Bruna.Patti 30/12/2018

Desque que o samba é samba
Resenha
Livro: Desde que o samba é samba
Autor: Paulo Lins
Ano: 2012
Número de páginas: 303

Paulo Lins se consagrou como autor com seu primeiro romance lançado em 1997, Cidade de Deus. Passados 15 anos, lança seu segundo romance. O livro é um romance documental, feito a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica, em livros, sites e falas de entidades de umbanda e candomblé, que retrata o surgimento do samba, a reinvenção desse ritmo, o surgimento de novos instrumentos, no bairro Estácio, no Rio de Janeiro, assim como a origem da primeira escola de samba, Deixa Falar.

Além desse enredo público, a trama gira em torno de 3 personagens, de maneira mais privada: o malandro Brancura, o português Sodré e a prostituta Valdirene. Ademais, temos personagens secundários, tão importantes quanto esses, como Tia Almeida (tia Ciata), Silva(Ismael Silva), Bide e Bastos. Figuram pessoas importantes de maneira pontual, como Carmen Miranda, Mário de Andrade, entre outros.

Gosto de romances que instigam nossa curiosidade. Nem todos os episódios narrados são verdadeiros, então é necessário que haja uma pesquisa paralela à leitura do livro a fim de verificar a veracidade dos fatos.

O triângulo amoroso formado por Brancura, Valdirene e Sodré consegue nos prender desde o início. Os personagens são carismáticos. A todo momento eu conseguia imaginar um filme ou seriado resultando do livro.

É importante destacar: o livro narra o surgimento da Umbanda, pois é impossível falar sobre samba sem abordar a importância dessa religião estritamente brasileira, que surgiu em São Gonçalo, tendo completado 110 anos esse ano. As rodas de samba aconteciam nos terreiros de Umbanda e Candomblé a fim de driblar a polícia. Como o livro se passa entre os anos de 1927-29, havia pouco tempo desde a abolição da escravidão, menos de 50 anos. Portanto, qualquer prática que minimamente estivesse ligada aos negros sofria criminalização. A polícia espancava as pessoas , retia instrumentos musicais, impedia os blocos de pularem o carnaval.

No livro , a repressão da polícia é retratada como uma das possíveis causas para a criação da escola de samba, pois com a oficialização do bloco, seus participantes poderiam brincar o carnaval em paz.

O bairro Estácio é cenário principal dessa trama, com seus prostíbulos, bares e lanchonetes. A vida das prostitutas é retratada com muita semelhança com o real, com suas dores e sofrimentos. A efervescência , o caldo cultural existente naquela época, é sentido ao longo das linhas do romance. Existem muitas cenas de sexo e violência no livro, assim como é abordada a questão da homossexualidade de Ismael Silva. O autor mantem o nome verdadeiro apenas de alguns personagens, acredito eu que seja para se resguardar de possíveis processos. Mas com uma rápida pesquisa no google, você conseguirá descobrir a quem o autor se refere. Possui alguns traços da corrente literária naturalista, mas nada que seja exagerado, do meu ponto de vista.

A linguagem é acessível, dinâmica, com algumas gírias da época, que não prejudicam em nada o entendimento. Apesar de ter preferência pelo livro Cidade de Deus, gostei bastante da obra pelo seu conjunto: enredo, que é original, pois quase não se vê livros que retratam essas raízes do samba de maneira romanceada; personagens cativantes e complexos; descrições meticulosas que ficariam ótimas em um filme ou série; a importância da abordagem da cultura negra nos dias de hoje; violência institucionalizada do Estado, representada pelos policiais ( vemos como os sujeitos negros são marginalizados e estavam isolados com poucos anos passados da abolição da escravidão, e o Estado sempre se ocupando de traçar essa exclusão). Vale muito a pena a leitura !

LINK DO MEU BLOG:

site: https://abiologaqueamavalivros.blogspot.com/2018/12/desde-que-o-samba-e-samba.html
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Karina.Rempto 27/03/2017

Desde que o samba é samba
Paulo Lins é muito conhecido por causa do seu livro "Cidade de Deus" (que gerou miniséries, filmes), mas não é só esse livro que marca a genialidade deste escritor.A obra "Desde que o samba é samba" é uma obra ilustre que se baseia na formação da história do samba
carioca em meados dos anos 1920 e os embates socioculturais da periferia da
primeira república brasileira. Personagens como sambista, malandros do morro de São Carlos ilustram essa história regada por uma cultura popular brasileira e afro. A história irá girar em torno de dois sambistas, um deles conhecido como um pai de santos e grande sambistas de escolas de sambas, e um outro sambista que também é um importante sambista, mas pouco conhecido. O autor usa personagens históricos verídicos, romanceando fatos muita das vezes historicamente reais em torno da prática do samba em meados dos anos 1920. É uma obra riquíssima em cultura e conteúdo.
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João Pedro 04/06/2014

Minha embaixada chegou.
No início da década de 20, em São Paulo estava acontecendo toda aquela efervescência cultural que culminaria na semana de 22. Todos os olhos voltados para a São Paulo modernista, criando uma arte brasileira sem esquecer da Europa, claro.

Já no Rio de Janeiro, um pouco mais de 30 anos após a Lei Áurea ter sido assinada os netos e filhos dos escravos libertos estavam se movimentando para criar o que seria talvez a nossa maior marca cultural urbana, que é o samba moderno.

Paulo Lins, o homem que escreveu "Cidade de Deus", nos passa através desse livro, todo o clima da charmosa e traiçoeira Estácio dos anos 20, onde a vanguarda do gênero dava suas primeiras notas nos bares, prostíbulos, terreiros de umbanda, na antiga praça onze de julho em meio a muita descriminação, racismo e perseguição que infelizmente até hoje permanece comum em nosso país.

Por meio de um enredo que não se aprofunda muito na trama, as vezes caindo na superficialidade. Paulo permeia entre o real e o fictício e não só pelo samba, ele nos mostra através de uma pesquisa rica como era a vida dos negros na segunda década do século XX, o que torna esse, o ponto alto do livro. Fazendo deste livro uma obra importante para quem quer saber um pouco mais sobre a história e os costumes da vida negra em um Rio de Janeiro europeizado.

Mas para mim, o maior acerto do autor é novamente provocar muitos questionamentos sobre a forma excludente em que a cidade do Rio de Janeiro elitista desde sempre foi se formando e achatando os negros e pobres nos morros e nas regiões periféricas.

Em suma, um livro que merece ser lido por retratar com maestria a essência da cultura urbana carioca, mas peca na hora de ser um romance.
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Thata 31/05/2014

História com uma pimentinha a mais
Paulo Lins acerta no tanto de imaginação que permeia os bastidores da criação da Deixa Falar, a primeira Escola de Samba. Só exagera na pimenta do trio Brancura, Sodré e Valdirene.

Todos os aspectos do Rio dos anos 20 e 30 estão lá e não precisa de muito para se inserir. Li o livro todo quase de uma vez (posso seguramente afirmar que não foi apenas meu intervalo incidental de mais de 4 horas numa cidade do interior onde não há sinal de celular que inferiram na leitura ininterrupta), como se espreitasse de algum lugar do Estácio, ou até mesmo de dentro dos bares.

Acho um pouco falho o fato de que se você não tiver ciência geral do começo da Deixa Falar, ficará bem perdido no começo. Nomes famosos são citados, mas apenas por apelido ou sobrenome. Até mesmo para quem conhece a história, vale uma pesquisa posterior.

A história é mesmo ótima e só o excesso nas cenas mais picantes me fizeram tirar uma estrela dessa narrativa impecável.



site: aprendizadoaleatorio.wordpress.com
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Liviarrelias 04/02/2013

Este é um livro que conseguiu me "capturar" para o Estácio do início do século XX. Tive a sensação de estar acompanhando muito de perto a vida e as histórias dos malandros, capoeiras e prostitutas daquele "pedaço" do Rio de Janeiro pós abolição. Um verdadeiro mergulho nas raízes deste ritmo tão tipicamente brasileiro.
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