Gabi 19/05/2012
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Vou iniciar essa resenha fazendo meu próprio relato: certa vez, após muita insistência de amigos, pensei seriamente em sair para uma baladinha na Vila Olimpia, mas tive que declinar pois estava com Roubada, de Lesley Pearse, lançamento da Novo Conceito na época, em minha estante só me aguardando. Pois bem, no momento em que me perguntaram porque eu não iria, como não poderia deixar de ser (há-há), fui sincera: Vou ficar em casa para ler. Nossa, para que eu fui falar isso, até hoje tenho uma dupla de amigos que me provocam falando que não vão me chamar para ir em tal lugar porque eu vou preferir um livro. Claro que essa provocação sempre resulta em uma resposta ácida minha, como não poderia deixar de ser também. Qual o meu problema? Eu odeio e não quero a companhia de pessoas que eu julgo serem meus amigos? Não, eu só sou introvertida, ou quem sabe, como comentado no livro, sou ambivertida, e Susan Cain, com O Poder dos Quietos, me mostra de inúmeras formas que não há problema algum nisso e, consequentemente, comigo.
"Prefiro pensar que o planeta precisa de atletas, filósofos, símbolos sexuais, pintores, cientistas. Precisa de pessoas com coração mole, coração de pedra, sangue-frio e fraquezas."
Quem nunca se sentiu introvertido e tomou alguma atitude ou falou alguma besteira só para fazer ir embora o silêncio chato entre estranhos? Vou lhes dizer, eu tive que trabalhar muito minha timidez, quem me conhece hoje não faz ideia do quão tímida e introvertida fui e ainda sou. Eu fiz bem em trabalhar minha timidez, e em O Poder dos Quietos, a autora discute se devo, e como, trabalhar minha introversão. E é claro que eu conheço algumas pessoas como eu, poucas, mas Susan, através de seus relatos, mostra que não há nada de mau em mim ou nelas. O que Albert Einstein, Barack Obama, Chopin, Steven Spielberg, J. K. Rowling e Bill Gates têm em comum? A resposta é o sucesso, e a introversão.
"O amor é essencial; a sociabilidade é opcional"
Erroneamente, o livro de Susan pode parecer um livro bem técnico e pender para a auto-ajuda. Eu mesma, inicialmente, acreditava que seria assim. Ledo engano, fui surpreendida por histórias de pessoas que admiro e também de personagens desconhecidos que viveram situações semelhantes as minhas e de pessoas que conheço. É realmente difícil explicar O Poder dos Quietos em poucas palavras, é o tipo de livro que deve ser degustado e guardado para futuras consultas. Em suma, Susan Cain apresenta o resultado de suas pesquisas e logo após explicá-las tanto com exemplos quanto de uma forma mais, digamos, técnica, a ponto de acreditarmos que todo o conteúdo exposto estava inteiramente correto, Cain surpreende discutindo se é realmente dessa forma e demonstra com casos que não se encaixam no estudo feito por ela e outros doutores e pesquisadores. Então, se o objetivo da autora não é definitivamente rotular quem é introvertido, qual é então? Bem, o objetivo é aceitarmos o que somos para que possamos fazer o melhor com isso.
"Descubra qual deve ser a sua contribuição para o mundo e assegure-se de contribuir."