iagofelipeh 16/04/2020
Grata surpresa!
Eu sou mais um daqueles vítimas que a máquina moedora de futuros amantes da literatura, vulgo, escola, fez nesse Brasil de meu Deus. Diferente da esmagadora maioria, nunca desgostei do hábito da leitura, entretanto, minha visão sobre os clássicos do nosso país foi deveras defasada por esse sistema vil e por professores que, embora competentes, também fazem parte da média de leitura nacional; desse modo, nunca poderiam ter repassado a paixão e o encanto que nunca sentiram.
"Fala, Amendoeira" foi o primeiro livro de crônicas de Carlos Drummond de Andrade e também minha experiência real com o autor. Publicado em 1957, já depois de suas principais obras no campo da poesia, foi a inauguração para a posteridade do que o brasileiro da época já sabia: um dos grandes cronistas de nossa hístória, cheio de sensibilidade, lirismo e de uma visão especialmente crítica, sarcástica e anedótica da realidade que o circundava.
Como o gênero indica, é uma experiência extremamente agradável de leitura, sem dúvidas umas das melhores que fiz nesse anos e que abriu diversas portas de minhas percepções sobre o modernismo, sobre as próprias crônicas e, inclusive, fizeram-me querer adentrar na poesia do autor, justamente o tipo de "exegese" literária com a qual eu tenho maior receio e difculdade.
Leiam Drummond, liam os nacionais!
site: https://twitter.com/iagofelipeh