Livro de uma sogra

Livro de uma sogra Aluísio Azevedo




Resenhas - Livro de uma sogra


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Henrique 10/01/2024

Um porre
Nessas alturas, acho que li quase tudo que Aluísio escreveu e este é um de seus piores livros.

A leitura é enfadonha e repetitiva, um livro que não tinha muita razão para existir. Foi um sacrifício terminar.

Acho que cabe adicionar um contexto: Aluísio de Azevedo é considerado o primeiro "escritor de carreira" do Brasil. Escrever esses romances era sua profissão e ganha-pão e ele odiava.

Se por um lado O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço são maravilhosos, o escritor não escondia seu desgosto por viver da pena e a qualidade das obras foi se deteriorando.

Quando, finalmente, Aluísio passou no concurso para diplomata deu uma festa para comemorar sua libertação da literatura e queimou diversos de seus manuscrito e desenhos para simbolizar que estava livre dessa vida.

O Livro de uma Sogra foi seu último. E pior.
Carolina 10/01/2024minha estante
Mas é um masoquista esse leitor? rs


Henrique 10/01/2024minha estante
Pelo menos ganhou 2 estrelas. haha




Fernanda Bitencourt 11/12/2023

Eu acho fantástico que no final do século XIX Aluísio de Azevedo se propôs a colocar a instituição ?casamento? em discussão. Conceitos como amor romântico, fidelidade, monogamia são muito falados hoje mas imagino que em 1895 (data de lançamento) deveriam ser tidos como intocáveis. Dona Olímpia, a narradora, tem ideias bem estranhas sobre o amor e sobre o casamento. A solução mágica encontrada por ela para a felicidade me parece absurda, mas livros são para isso: fazer-nos pensar. Apesar dessas qualidades, o desenvolvimento foi bastante arrastado e, até mesmo, enfadonho. É um livro curto mas acabei demorando para ler porque achei repetitivo. Valeu para conhecer mais da obra do autor e pelo o que eu já havia destacado acima.
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heriks.ribeiro 05/08/2023

Bom. Mas enfadonho.
Um trecho: "porque todo o homem, como toda a mulher, precisa tanto de um companheiro para a sua carne, como de um companheiro para a sua alma!"

Depois de viver um matrimônio amoroso, mas como sentimentos contraditórios em relação ao esposo. Dona Olímpia, ser humano de incomum reflexão e observação, formulou teses que explicariam tal paradoxo. A fim de privar a sua filha dos meus erros e fazê-la viver a felicidade conjugal por completa, travou uma verdadeira guerra de regras contra marido e esposa.

A tese aqui apresentada é muito interessante, embora, ao meu ver não se sustente totalmente na realidade, pois temos inúmeros exemplos empíricos que a contradizem. No entanto, é muito instigante ver como a personagem construiu e aplica o seu entendimento sobre os amantes. Tal rigor de entendimento torna o seu manuscrito até mesmo enfadonho em vários momentos pela repetição das mesmas ideias.

Não é o melhor trabalho do Aluísio de Azevedo, com certeza. Mas vale a leitura sem grandes espectativas.
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jota 25/02/2023

BOM: Dona Olímpia, uma sogra diferente das demais de seu tempo, mas ao mesmo tempo uma mulher mandona, preconceituosa e até mesmo engraçada por vezes
Lido entre 16 e 25 de fevereiro de 2023. Avaliação da leitura: 3,8/5,0

Conheço pouco da obra de Aluisio Azevedo (1857-1913), praticamente apenas O Cortiço (1890), único livro dele que li antes desse Livro de Uma Sogra (1895) da Martins Editora/INL/MEC de 1973 em sua 12ª. edição. Antes do romance passamos pela interessante Introdução do crítico Homero Silveira, onde são destacados os defeitos e qualidades da obra, que vale a pena conhecer. Sintetizando: “Aluisio era, fundamentalmente, um romântico mal ajustado dentro do naturalismo.” Então, segundo Silveira, Livro de Uma Sogra padeceria desse mal, pois tem várias páginas pingando romantismo aqui e ali. Mas ao mesmo tempo traz uma boa carga de intertextualidade, porque a personagem central constantemente se refere a outros livros e autores, como Olavo Bilac, por exemplo, contemporâneo de Azevedo.

A obra, passada num tempo em que a sociedade brasileira, além de patriarcal era extremamente machista, foi considerada um tanto escandalosa desde o lançamento. Ela é sobre a própria narradora, dona Olímpia, e suas ideias avançadas para o final do século XIX sobre sexo, fidelidade e casamento. E tudo isso misturado com religião católica ainda por cima. Dona Olímpia mesma não tinha tido um casamento conforme almejara, que terminara em divórcio e viuvez, então pensava sobretudo em fazer feliz sua filha Palmira, mas com isso acabava azedando a vida do apaixonado noivo e depois marido dela, o jovem Leandro. Que por amor incondicional à moça no fim aceitava as inúmeras extravagâncias (exigências) de todo tipo propostas pela sogra. O que acaba tornado parte do livro engraçada.

Uma das coisas que Leandro tinha de fazer era morar numa casa separada, sem a mulher; enquanto isso Palmira continuaria residindo com a mãe e dormindo na cama junto dela. Ou depois, quando Palmira ficou grávida, dona Olímpia exigiu que o genro fosse passear na Europa (com tudo pago por ela) longos meses e somente voltasse para o Rio de Janeiro quando o filho do casal tivesse nascido. Eram muitas proibições e poucas permissões; além de mandona, dona Olímpia era preconceituosa, como devia ser grande parte dos brancos bem de vida de seu tempo. Vejamos esse trecho:

“É mais natural e aceitável ver um branco casado com uma mulata ou um mulato com uma preta, do que ver uma branca ligada a um preto ou a um mulato; pela simples razão de que, na apuração e aperfeiçoamento da casta, a mulher só entra em concorrência como passivo auxiliar.” Nem preciso comentar nada, nem que Aluisio sempre defendeu a abolição da escravatura no Brasil, claro, e O Mulato (1881) tem entre seus temas o preconceito racial. Mas a coisa não parava por aí, pois dona Olímpia prosseguia: “A mulher (...) quer um ente superior, que lhe sirva de firme garantia à sua fraqueza e a seu pudor; quer um homem que lhe possa dar conselhos e amparo, e, se tanto for preciso, até o próprio castigo. Sim, o castigo. — Um bom e verdadeiro amante é sempre um pouco pai da mulher amada.”

Em sua busca pela autonomia feminina, ainda que muitas das ideias de dona Olímpia fossem execráveis, ou a totalidade delas vistas as coisas hoje em dia, não se pode negar que eram coerentes para seu pensamento (e para quem está lendo o romance), tinham certa organicidade. Visavam, no fundo, apenas o bem-estar e a felicidade da filha Palmira, e como consequência, também a felicidade de Leandro e do filho do casal. Mas como tudo isso é ficção não se sabe se, de fato, tal experiência repetida outra vez como num laboratório, traria os mesmos resultados que dona Olímpia alcançou. Tanto, que até o genro no final lhe rende homenagens e agradecimentos. Isso revelado, interessa ao leitor acompanhar como tudo se passou. Penso que valeu a pena conhecer essa curiosa personagem, seus métodos, ideias, modo de viver. E um pouco mais da literatura de Aluisio Azevedo. Talvez eu leia O Mulato um dia...
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Anelym.Anjos 12/01/2023

AMEI
Eu me apaixonei por cada personagem, cada tese apresentada, tudo muito cativante, inclusive as discussões anti patriarcais que surgem através das diversas falas machistas da Olímpia.

Muito pano pra manga, muita tese pra gerar pesquisas e aprofundamento, entretanto é triste que tão pouca gente se interesse em destrinchar esse livro.

Talvez não haja prestígio, mas porque não saber o que uma mulher pensava sobre o seu matrimônio e sobre essa instituição, afim de não só descobrir o que deu de errado no seu, como a "fórmula da felicidade" para dar de presente a sua filha e seu genro?

Verdadeiramente magnífico, 5 estrelas. E agora, vamos de fazer seminário pra faculdade.
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MarcosQz 08/12/2022

Uma história fabulosa. Não esperava nada do que li, fui surpreendido de forma única. Aluísio Azevedo conta uma história maravilhosa, como uma senhora arquiteta todo um plano pela felicidade de sua filha em seu casamento, dando uma verdadeira aula sobre a falência do casamento como ele é, sobre sexo e as múltiplas formas de amor.
Muito além de seu tempo, um livro que deveria ser lido por todas as pessoas que já viveram um relacionamento, que são casadas, é um livro incrível, com uma história incrível.
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Josiane.Castro 12/11/2022

Formas de amor
Uma mãe usa sua experiência de vida para proteger a sua filha dos dissabores da vida . Uma teoria doida mas com um fundo de verdades . Quem nunca quis dar um tempo nos relacionamentos mas sem haver um afastamento? Poderia ter uma continuação. Gostaria de saber o futuro do casal sem a sogra
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Graciela 22/09/2021

Adorei essa sogra !!!
Uma estória divertida com pontos de vistas interesante de uma sogra, bom mesmo é a leitura que flui, que escrita maravilhosa !!!
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Stefânea 10/06/2021

Tudo de ruim reunido num lugar só
Esse livro é deplorável.

Claro, você pod escolher ler sem, como diria meu professor, "a camada de moralismo". Porém, já aviso que é muito difícil.

O autor reúne nesse livro tudo aquilo que é tão característico do naturalismo, mas tem cada comentário desnecessário e pouco relevante.

Se você vai encarar esse livro, pode se preparar para comentários misóginos, racistas e homofóbicos, assim como uma constante interiorização da mulher.

Não adianta vir com o papo de que esse era o estilo e pensamento da época, pois tem outros autores clássicos que conseguiam criticar a sociedade brasileira sem serem completos idiotas.

Essa leitura me serviu apenas para bater o martelo sobre ficar longe de Aluísio Azevedo pelo resto de minha longa vida.

Não recomendo, mas façam suas próprias escolhas.
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Ricardo 04/06/2021

Nossa, é incrível que quanto mais avançava na leitura mais me aproximava da narradora, que tinha ideias muito loucas, mas muita coisa fazia sentido, e ela se dedicou muito a aperfeiçoar tanto quanto possível o modo de fazer com que sua filha alcançasse a felicidade matrimonial que ela não alcançou. Ignorando o contexto histórico, pode parecer também muito absurdo ela impor à filha um modo de vida baseado nas próprias frustrações, mas o modo como isso vai se mesclando na busca da felicidade dela própria torna tudo mais aceitável e interessante.
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Leo 26/02/2020

Reflexões sobre o casamento
O livro traz reflexões bem pertinentes sobre o casamento e o papel dos cônjuges na felicidade do matrimônio. Muitos assuntos são até mesmo avançados para o período que foram escritos. Como sempre, traz a leveza e objetividade de Aluísio Azevedo, que tornam o livro uma excelente escolha.
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Erika 14/02/2020

Receita da felicidade
E pensar que há quase cem anos atrás Aluízio teve a coragem de discutir a falência da instituição. Palmas!
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regifreitas 08/03/2019

Este foi o último romance publicado pelo autor de clássicos como O CORTIÇO, O MULATO e CASA DE PENSÃO. Apresentando uma abordagem bem progressista para a época, a obra se constitui, em sua maior parte, da explanação sobre as ideias e aconselhamentos da tal sogra do título, Dona Olímpia, sobre as questões do casamento - sexo, filhos, fidelidade, coabitação dos parceiros etc. Baseada em sua frustrada experiência matrimonial, que lhe trouxe de bom apenas a filha, Palmira, Dona Olímpia cria uma espécie de manual para se ter um casamento bem-sucedido.

O livro traz ideias que devem ter sido chocantes para a sociedade da época, como a incompatibilidade entre o amor espiritual e o desejo carnal, disso resultando que cada cônjuge deveria ter pelo menos dois parceiros, cada qual para satisfazer uma dessas necessidades. Pela voz de Dona Olímpia, Azevedo aborda também a necessidade dos casais viverem separados, cada um em sua própria casa, evitando, dessa forma, que o contato diário e a rotina, acabem resultando no arrefecimento dos sentimentos iniciais que ligaram duas pessoas pelos laços do amor.

Está longe de se igualar à obra-prima do autor (O CORTIÇO), mas foi uma leitura divertida em muitos pontos, principalmente devido às mirabolantes ideias da personagem Dona Olímpia - e olha que muitas dessas ideias fazem certo sentido nos tempos atuais! E é bem interessante, também, conhecer algo tão diferente do tipo de literatura que era produzido na época.
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Caio 24/12/2018

Aluísio de Azevedo com ideias inovadoras
Primeiramente quando li esse livro eu o achei estranho mas ao desenrolar a narrativa tudo ficou mais claro, claro que depois do esforço em continuar lendo a história pois estava um pouco maçante. Aluísio questionava o tradicional casamento, matrinomio que tem influencia direta da sogra que pensa de forma peculiar: Ela pensa que quando um casal vive juntos começça o casamento se desabar, se desmanchar com o tempo e os poderia levar em perdiçao, então ambos o casal nem podiam ficar juntos, ter uma vida juntos e morar juntos por causa dessas ideias da sogra. É claro que o Aluísio tem uma visão muito crítica sobre o casamento, e seu significado na sua época, ele parece contra o casório. E com essas ideias inovadoras de nao viver juntos e casados e vivendo cada um na sua casa diferente, ese pensamento foi mt inovador, polêmico naquela época. Livro que vale a pena sim pelo naturalismo de Aluísio seus trabalhos são ótimos e esse pela crítica do csamento é mt bom.
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Daniel 20/08/2018

O estranho último romance de Aluísio
Resenha no link abaixo!

site: https://blogliteraturaeeu.blogspot.com/2018/08/livro-de-uma-sogra-de-aluisio-azevedo.html

EXPLOD 22/08/2018minha estante
Daniel! Li sua resenha no blog e gostei muito, principalmente porque você conciliou autor e obra e fez sua crítica a partir disso! Com certeza você tem conhecimento para opinar com autoridade e passei a saber mais sobre Aluísio Azevedo.
Até onde eu tinha passado os olhos no pdf, eu soube do documento que isentava a sogra de culpa caso o genro morresse! Achei hilário e pensei que seria uma comédia pura (o estilo do Aluísio pende mais para a ironia, não?), mas ao ver um diálogo aqui e outro acolá achei que seria chato, como eu te disse.
Mas um dia darei uma chance ao livro. ;)
Vou acompanhar seu blog! Muito legal!


Daniel 22/08/2018minha estante
Como mencionei na resenha, o que a princípio parece comédia é na verdade fruto de uma mente obsessiva. À medida que vamos lendo, o livro parece ficar mais sério, mais grave, com uns toques de sentimentalismo. Não é o tipo de livro que recomendaria pra todo mundo, mas sua leitura é válida com certeza.
Que bom que vai acompanhar o blog, Milena! Comente sempre que quiser e, quando não concordar com alguma coisa, pode falar, viu rs!? Abraço ;)




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