Valéria Cristina 08/08/2022
A humanidade não deixa de nos surpreender
Uma parcela da humanidade não deixa de surpreender por sua imensa capacidade de se matar.
Este livro é ambientado em 1947. A Índia torna-se independente e a região do Punjab é dividida para a criação do Estado do Paquistão. Essa participação deslocou até 12,5 milhões de pessoas: sikhs e hindus que estavam em território paquistanês, imigraram para a Índia; e muçulmanos da Índia, para o recém formado Paquistão.
Amigos e vizinho que conviveram por décadas, de uma hora para a outra, começaram a se trucidar mutuamente em um conflito étnico que levou à perda de entre centenas de milhares a um milhão de vidas humanas.
Na história, a aldeia de Mano Majra, onde conviviam pacificamente desde sempre sikhs, hindus e muçulmanos, estava alheia ao massacre de ocorria no resto no país. Todavia, esse cotidiano pacífico, regulado pela ida e vinda dos trens é alterado com a chegada de um comboio extemporâneo contendo uma carga fora do comum.
O autor, ao narrar esse período da história indiana, tece uma contundente crítica da novel sociedade indiana independente do século XX e permite-nos entrar em uma cultura que nos é, em grande medida, estranha.
Khushwant Singh nasceu em 1915, na cidade de Hadali (hoje no Paquistão), província de Punjab, região ao noroeste da Índia que foi dividida em 1947 na separação entre Índia e Paquistão. Conhecido e respeitado na Índia como escritor e articulista, foi editor de periódicos, entre os quais o National Herald e o Hindustan Times. É autor de vários romances e também de obras de não-ficção sobre a religião e a cultura Sikh. Entre 1980 e 1986, Singh foi membro do Parlamento Indiano. Em 1974, recebeu o prêmio Padma Bhushan, que o autor devolveu em 1984 em protesto à ocupação pelo governo indiano do Templo Dourado.
Em 2007, recebeu o Padma Vibhushan, o segundo mais importante prêmio cívico da Índia.