O Monge Negro

O Monge Negro Anton Tchekhov




Resenhas - O Monge Negro


32 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3


Filipe 08/06/2023

Um conto curto onde os limites da mente do protagonista são testados em uma rápida escalada. O ponto chave do livro é notar como os devaneios de uma alucinação individual podem afetar o coletivo e mudar o curso de algumas vidas secundárias.
comentários(0)comente



MauricioTiso 02/11/2019

A medíocre lucidez
Está é a segunda obra de um autor Russo que leio (a primeira foi O Idiota de Dostoiévski) e estou impressionado com a profundidade psicológica das personagens.

Neste conto de 1893, Anton Tchekhov (1860-1904) descreve a vida de um erudito goza de uma felicidade plena enquanto vive uma alucinação que o liberta, transcende suas ideias e tem reforçada a crença de que é alguém especial no mundo com uma missão sublime e, logo após ser puxado de volta à realidade pelos que o cercam e amam, sofre um choque para se acomodar ao padrão médio e definha sob esse peso.

Acompanhar o autor por essa turbulência de sentimentos, tanto da personagem principal quanto dos que o cercam, é ter um retrato cru da vida quando se mente a si mesmo, quando não se pratica a temperança e sim a submissão e a negação.

Ao ler essa história, reflito sobre as ideias de Ortega y Gasset em A Rebelião das Massas sob como o conforto e a proteção afetaram o espírito transformador da sociedade no início do século passado.

Somando essa ?proteção? à superficialidade do pensamento para a qual caminhamos, temos Andrei Kovrin sem sua redenção final, seguindo obediente para um destino sem propósito.

Uma excelente leitura!!
comentários(0)comente



Henrieth Hasse 06/02/2022

Novela com forte carga psicológica, que questiona o limite entre a genialidade e a loucura; tranquilidade e mediocridade.
Descrição quase literal de um episódio maníaco - psicótico.
Leitura recomendada.
comentários(0)comente



Candido Neto 20/08/2020

Um gênio.
A novela é precisa, cirúrgica.
Contudo é um texto singelo, inteligente.
Diz muito, muito brevemente, sem nenhuma pressa.
comentários(0)comente



Carrara 13/06/2020

Mais um da coleção novelas imortais da editora rocco. Novelinha russa de leitura agradável!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Nath @biscoito.esperto 20/09/2023

"Diz a ciência de hoje que o gênio está muito próximo da loucura. Creia-me, as pessoas saudáveis e normais são vulgares: o rebanho".
Anton Tchekhov foi um famoso médico e escritor russo. Seu maior legado literário provavelmente nem foi uma de suas obras, mas o topo literário proposto por ele que foi usado ad infinitum em histórias de mistério: a arma de Tchekhov.

O topo dita que, se um personagem ou objeto é introduzido numa obra, ele terá alguma relevância para a história. Ou seja, se uma pistola aparece no primeiro capítulo de um livro, ela será disparada em algum momento da trama.

"O Monge Negro" é uma das novelas mais famosas de Tchekhov, e nem é uma história de mistério. É uma narrativa com elementos sobrenaturais que critica o limite entre ser um gênio e ser louco.

Andrei Kovrin é um professor de psicologia que está sofrendo de burnout (ainda que este termo não existisse quando a história foi escrita). Em busca de descanso mental, ele decide visitar seu ex-professor e famoso horticultor Iegor Pessotski.

Mesmo num ambiente propício para o descanso, Andrei se afunda cada vez mais em seus estudos, testando sua lucidez enquanto busca a grandeza. Criticando a persistente ideia de que todo gênio precisa ser louco, Tchekhov nos presenteou com um conto maluco e, paradoxalmente, genial!
comentários(0)comente



Clau Melo 01/06/2023

Conto gótico russo
Literatura russa, 1894/2012. Conto gótico. Releitura.

“E quem lhe disse que os homens de gênio, respeitados pelo mundo inteiro, não tiveram visões? Diz a ciência de hoje que o gênio está muito próximo da loucura. Creia-me, as pessoas saudáveis e normais são vulgares: o rebanho.” Com estas palavras, o Monge Negro, que não passava de uma alucinação, estimulava o escritor Kovrin a mergulhar na loucura gerada pelo seu próprio talento criador. “A lenda da figura fantasmagórica que surge para um intelectual, como a projeção de seus conflitos espirituais”, afirma a apresentação desta novela inesquecível, “é a um tempo um reflexo da tumultuada religiosidade da alma russa e uma premonitória visão dos abismos do subconsciente, que a ciência da época ainda estava longe de devassar. E é, sobretudo, uma impressionante visão do drama existencial que ia na alma de Anton Pavlovitch Tchekhov, entregue aos embates da sua própria genialidade.” Lançado pela primeira vez em língua portuguesa, em tradução direta do original, esta obra-prima do grande escritor russo é bem um exemplo dos extremos de expressividade a que chegou sua prosa incomparável.
comentários(0)comente



Michele Alberton 14/02/2023

Curtinho e bem escrito
A mim pareceu um conto sobre a loucura, o declínio mental daqueles considerados "gênios"...

Acho que o que mais me pegou mesmo foi perceber o quanto a degradação mental do Kovrin prejudicou as pessoas próximas demais a ele... Recomendo a leitura!
comentários(0)comente



ArthurAlves 31/07/2022

Genial
Anton é o tipo de escritor que sempre deixa algo subentendido, algo para o leitor sentir e assim assimilar.

Aqui acompanhamos um personagem que está de acabando de trabalhar até sofrer de um ataque de exaustão. Ele se retira no campo junto de alguns velhos amigos, mas lá mesmo continua sua mesma rotina até que começa delírios e entre algumas reviravoltas da história é levantada a questão sobre a criatividade estar além da racionalidade e se a sanidade é sinônimo de mediocridade.
comentários(0)comente



Luiz Pereira Júnior 01/07/2022

Ser feliz é ser medíocre?
Um rapaz muito culto, muito inteligente, muito erudito decide casar-se com a filha de um fazendeiro e viver uma vida mediana, quando não medíocre. Atinge a felicidade e fica perturbado com isso. Começa a entrar em um processo de loucura em que vê a figura lendária de um monge todo vestido de negro, que lhe avisa que a mediocridade humana impede o verdadeiro gênio. Entra em uma espiral de loucura, levando-o a um fim previsível.

Um texto curto (afinal é uma novela), com vocabulário acessível nem tão profundo, denso e sombrio como “Os três enforcados”, obra que também faz parte da coleção Novelas Imortais, mas nem perto da aparente superficialidade de outras obras da mesma coleção.

Vale a pena? Vale, sim, mas tenha em mente que o texto não é apenas mistério, aventura ou romance, apresentando também textos bastante digressivos, que buscam o íntimo do personagem, e não apenas mostrar o que aconteceu na realidade. Pensando bem, será que esse é um traço comum a toda a literatura russa, assim como à própria alma russa?
comentários(0)comente



Juliane.Sturm 13/01/2022

Louco? Será?
 
?O monge negro?, escrito por Anton Tchêkhov em 1894, foi o último conto deste livro especialmente intrigante. ?Monge negro? não se refere à cor da pele e, sim, às roupas que cumpria usar os monges e representantes do baixo clero ortodoxo.
 
Neste conto, é apresentado Andrey Vasilievich Kovrin, que esgotado e cansado, dirige-se à casa de seu antigo tutor, Pesotzky, célebre horticultor russo. Nestas férias, ele reencontra a filha do horticultor, Tania, a qual não via há cinco anos. Certo dia, Kovrin comenta com Tania sobre uma lenda de um monge negro que caminha por vários lugares, mostrando-se a uns ou a outros (e isto acontece de mil em mil anos). De alguma forma, ele não sabia como, mas tinha certeza, o monge apareceria para ele. A partir desta introdução, a história começa a desenrolar... Conto fácil e rápido de ler!
 
Esta narrativa me impressionou de várias formas, de como os ?loucos? são vistos pela sociedade (principalmente naquela época) e forma que os sentimentos de Kovrin são trazidos conforme a história vai passando. Demonstra a angústia dele não ser levado à sério, da ansiedade dele querer falar com o monge e da preocupação de que ninguém perceba o que está acontecendo. O protagonista faz isso pois os ?loucos? não são levados à sério (e que por vezes nem loucos são ? estão apenas trazendo uma outra perspectiva da existência ou até científica). ?E quem lhe disse que os homens de gênio, respeitados pelo mundo inteiro, não tiveram visões? Diz a ciência de hoje que o gênio está muito próximo da loucura. Creia-me, as pessoas saudáveis e normais são vulgares: o rebanho.? e com estas palavras, o Monge Negro, que aparentemente era uma alucinação, estimula o escritor Kovrin a mergulhar na loucura gerada pelo seu próprio talento e o sofrimento de não querer perder a sua essência.
 
Esta história também me sensibilizou bastante após eu ler um pouco mais sobre a história de Tchêkhov: este conto pode também trazer uma visão instigante e perturbadora sobre sua própria existência e de seus próprios conflitos durante a evolução da sua doença ? a tuberculose (e talvez somada à loucura?). Anton Tchêkhov nasceu em Taganrog, na Rússia, à 17 de janeiro de 1860, Anton Pavlovitch Tchêkhov foi criado em ambiente humilde, numa atmosfera conservadora e patriarcal. Pouco depois de terminar seus estudos universitários, sentiu as primeiras manifestações da tuberculose, mas não lhe deu muita atenção. A doença o levou a buscar um clima mais ameno no campo, próximo de Moscou (coincidência? Acho que não...). Além disso, dizem que a tuberculose naquela época produz delírio cerebral, espelhismos, sensações óticas e auditivas e sem dúvida, o enorme atrativo, a sedução que exerce sobre o leitor reside em sua beleza poética, na do espelhismo tão maravilhosamente reproduzido.
 
?A lenda da figura fantasmagórica que surge para um intelectual, como a projeção de seus conflitos espirituais?
 
comentários(0)comente



Nazrat 02/11/2020

Instigante
A questão da loucura e da genialidade, a linha tênue entre ambos é tratada aqui. Possibilita reflexões sobre a mente humana e suas características.
comentários(0)comente



Paulo Sousa 26/09/2018

O monge negro
Livro lido 5°/Set//46°/2018
Título: O monge negro
Título original: Tchiornii Monarkh
Autor: Anton Tchekhov (RÚSSIA)
Tradução: Moacir Werneck de Castro
Editora: @roccodigital
Ano de lançamento: 1894
Ano desta edição: 2014
Páginas: 88
Classificação: ??????
_______________________________________________
"Repito: se quer ser saudável e normal, marche com o rebanho" (Posição no Kindle 348).
.
"Agora me tornei racional e sólido, mais igual a todo mundo: sou uma mediocridade, para mim é difícil viver" (Posição no Kindle 478).
.
Foi no já distante junho de 2016 que li a pequena coletânea "A corista e outras histórias", do escritor russo Anton Tchekhov. Na ocasião, tinha me prometido investir mais em outros livros seus, magra e parca minha incursão na obra de um dos maiores novelistas da literatura russa. Como é perceptível, o lapso é enorme. Ai de mim!
.
Em "O monge negro", conhecemos a rápida trajetória de Kovrin, um intelectual russo que, devido a um esgotamento, passa uns dias na pequena chácara de um antigo tutor seu. Numa noite, Kovrin vê a estranha figura de um monge, a cuja face enegrecida o deixa inquieto. O monge traz em sua estranha fala, a certeza de que o personagem é um ser excepcional, iluminado, um verdadeiro gênio. É a primeira de muitas entrevistas que terá com o estranho monge, até que, meses depois de já estar casadp com Tânia, a filha de seu antigo mestre, é alertado de que tem conversado "sozinho" pelas madrugadas...
.
Não há como não causar estranheza um enredo assim, inclinado para o fantástico. Mas, numa reeleita, é possível perceber que o escritor russo foi bastante além de uma mera historieta curta e simplória, mas trata dos processos internos da mente humana, matéria que ganharia notoriedade bem mais tarde, com o advento da psicanálise.
.
Ainda assim, o grau de significação é bem mais abrangente: desde um relato simbólico da "grandeza" que cada pessoa percebe em si, até questionar até que ponto a loucura pode de alguma forma trazer sentido ao ato de existir.
.
Tolstói, o maior escritor russo de todos os tempos, abarcou em boa parte de sua obra, o atraso tecnológico de seu país, predominantemente agrícola, diante de nações que já dominavam técnicas e máquinas. Não paro de pensar que Tchekhov tenha usado essa espécie de alegoria como um retrato satírico dessa condição...
.
Como se vê, uma novela com ares pueris, é capaz de suscitar tamanhas significações, o que só me traz a certeza de que preciso ler mais Tchekhov. Vale!
comentários(0)comente



Robert 16/05/2023

Não pisque, só leia.
Sinto que o Tchekov descreveu sua própria vida, me parece que nessa novela ele revela através do personagem, sua própria psykhé.
A novela me parece revela a luta entre o subconsciente crente e vida incrédula do filósofo. Há fé nele, mas ele nega, mas luta para ter de volta o que simboliza essa fé.
Seus conflitos pessoais mostram uma falta de controle, típico de qualquer pessoa, não apenas as transtornadas. No fim das contas era um homem que queria viver em seu mundo, não isolado, mas levando duas vidas paralelas.
comentários(0)comente



32 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR