Resenhas - Santa Joana e Pigmalião

Thales Valois 07/11/2023

Santa Joana
A incrível história de Joana D'arc, com poucos detalhes do cotidiano e com fatos inacreditáveis amplamente conhecidos, dificulta a vida dos biógrafos e inspira os autores de ficção há séculos. Bernard Shaw foi um dos grandes que foi movido pelo fascínio da trágica história daquela que seria canonizada 400 anos depois de ser queimada viva pela Inquisição.
A peça tem 6 cenas e um epílogo. Os diálogos e monólogos são muito interessantes e contextualizam bem o período. Eles demonstram como funcionavam as cabeças dos nobres da época e como os mesmos enxergavam a figura do rei; também mostra a disputa por poder entre os nobres e a clérigo; alguns daqueles conheciam outras religiões e sociedades e admitiam admirá-las, deixando claro que a relação com a Igreja Católica era muito mais política do que de fé, não havendo uma relação de subordinação, mas sim duas pontas de poderes máximos.
Na peça, Joana defende que a frança seja uma só, argumenta que a língua os une, que Deus deseja a união daquela nação. Isso ia de encontro com nobres feudais, para os quais o rei era apenas uma figura de estabilidade, mas que em cada terra, o nobre era soberano. É claro que para o povo e baixo clero, esses ideias não se sustentavam, e isso fica claro na peça, inclusive com a personagem da própria Joana, que era do povo. Assim, com sua capacidade de persuasão divina e com a ajuda de pequenos milagres não operados por ela, mas a seu favor, convence vários nobres "franceses" a abrirem mão de interesses próprios a fim de que lutassem contra os ingleses. Ela leva Carlos a ser coroado e a ser tornar um verdadeiro rei.
Depois de suas missões bem-sucedidas, sobre-lhe a inveja dos que ela ajudou, o ódio dos que ela derrotou. A Igreja, os nobres ingleses e o abandono dos nobres franceses beneficiados por ela a levaram até a fogueira. A cena do tribunal é antológica, bem como deve ter sido à época, pois algumas falas famosas foram trazidas de documentos reais. É tão bonito quanto triste o momento em que ela se apavora com a ideia de ser jogada ao fogo, mas seria lamentável que esse fosse o fim. O epílogo era necessário, que bom Shaw o escreveu.

vbitazi 13/06/2021

Esse livro foi uma baita surpresa para mim. Comecei a ler sem esperar nada, até mesmo porque não gosto muito de My Fair Lady, mas o livro leva para um lado de humor que me agradou muito. A Eliza acaba sendo uma personagem que nos cativa desde o princípio.

Julio.Argibay 20/09/2017

Leve e descontraído.
Gostei muito deste livro ou peça, pois eh leve, engraçado e com personagens bem verossímeis e interessantes. Recomendo.