Poly 17/09/2012O livro é em primeira pessoa e conta o ponto de vista de Clara. Os capítulos são intercalados, ora contando a situação real em que vive e ora contando como ela conheceu e começou a se relacionar com Christian.
Achei os primeiros capítulos um pouco confusos por conta disso, mas nada que atrapalhasse a leitura, já que eles são curtos.
A leitura é bem tranquila e flui perfeitamente bem, dá para ler tranquilamente numa tarde. Mas confesso que mais para o fim do livro eu fiquei meio apreensiva quanto ao final da trama. O comportamento de Christian começa a ficar tão assustador que fiquei com medo do que poderia acontecer.
“- Por que você não me falou que ia à biblioteca? – ele me perguntou uma vez.
- Eu não sabia. Decidi na última hora.
- Você simplesmente decidiu enquanto passava por perto? A dez minutos do seu caminho?
- Isso não é racional, Christian. Não é uma equação matemática onde você pode achar um erro. Eu decidi e fui.
- Quando uma pessoa não fala o que planeja fazer, faz você imaginar que ela tem alguma coisa a esconder.
- Christian, escute. Você tem que parar com isso. Você vai destruir nossa relação. Todo esse ciúme, essa desconfiança, não fica bem em você. Não é algo atraente. Você está acabando com tudo. (p. 118)
Ele era esse namorado controlador e ciumento, que apesar de não ser violento, tinha o comportamento obsessivo por Claro e isso, obviamente, estava sufocando-a. Ela não sabia mais o que fazer para se libertar, posto que nesses casos, terminar o relacionamento não liberta a pessoa.
Christian ficou pior com o fim do namoro e Clara teve que ir com o pai para uma cidadezinha praiana chamada Bishop Rock a fim de se afastar do garoto.
O pai de Clara era um escritor de best-sellers famoso e tanto ele quanto Clara gostavam muito de ler. Me identifiquei muito com a paixão pela leitura, que li um trecho que eu poderia ter escrito:
“Eu costumava tentar ler um livro que não estava me interessante, e, às vezes, quando me dava conta, já o tinha lido por inteiro, sempre esperando que algo diferente acontecesse no final. Talvez eu não entendesse por que me sentia assiim em relação a leitura de um livro. Parece que eu tinha obrigação com o livro, com as pessoas, não importa se eram reais ou de ficção. (p. 37)
Acho que essa identificação com Clara me prendeu ainda mais à leitura e ficar tão ansiosa quanto ao final da história. Gostei de ver como ela amadureceu ao longo da narrativa e conseguiu superar seu medo. Talvez, o mais importante foi que ela não desistiu das pessoas, apesar de tudo que passou com Christian.
“De repente, bem ali, na praia com Finn Bishop, aprendi que o amor verdadeiro não é aquele que prende, sufoca, envolvendo os dois numa dança macabra. Não, ele deixa você livre para pisar em chão firme, e para o outro poder fazer o mesmo, com bastante espaço entre vocês dois. (p. 202)