Ana 28/05/2016A Casa NegraEntão, lembram-se da resenha de O Talismã??
Lembram que falei sobre uma continuação?!
Então, cá estamos nós com A Casa Negra, a supracitada continuação, onde podemos ver um Jack Sawyer adulto, Policial aposentando no auge de seus 32 anos e totalmente esquecido de todo aquele passado terrível e assustador, ao qual aquele menino de 12 anos, o Jack Viajante, precisou viver.
“... estamos á procura de nosso velho amigo, e o mais próximo a que podemos chegar de um herói, que vimos pela última vez como um garoto na costa do oceano Atlântico. Não estamos para perder tempo, estamos seguindo, aqui e agora. Os quilômetros voam embaixo de nós,e ao longo da Rodovia 93 os campos se estreitam e as colinas se elevam dos dois lados.
Apesar de toda a nossa pressa, precisamos ver isso, precisamos ver onde estamos.”
Nesse livro, nós somos como entidades.... Somos o vento... O olho que tudo vê... É difícil explicar. Somos onipresentes, podemos mudar de um lugar para outro e assim saber o que acontece ao oeste de Wisconsin, onde Jack reside agora.
Sabemos de tudo, porém não podemos interferir no caminhar da história. Não podemos ajudar as criancinhas que andam sumindo, vitimas de um terrível Serial Killer chamado O Pescador. Não podemos auxiliar a polícia nem os pobres pais desolados por suas perdas....
“É a Casa Negra que você está sentindo, só que não é bem uma casa. É um buraco de verme na maçã da existência, que vai dar direto nas terrs-de-fornalha. É uma porta. Talvez estivesse só encostada antes de hoje, mas agora está escancarada e deixando entrar uma correnteza danada. Aquela porta precisa ser fechada. Antes que sabe Deus que coisas horríveis venham rosnando por aí.”
Assistimos de camarote todo o desenrolar dessa história que no inicio ficou meio monótona, devido a grande riqueza de detalhes dados pelos autores, mas que no caminhar da trama, te faz querer consumir toda a história em segundos.
Jack procura paz em sua aposentadoria sabática, porém a paz não está a sua procura. Devido aos ataques do Pescador, o Chefe de Polícia local, suplica pela ajuda do famoso Ex Detetive de Los Angeles e seu atual amigo Jack. Contudo, Jack se recusa a ajudar, assim como se recusa a entender os recados deixados por um velho amigo, Speedy Parker,e a lembrar de seu passado nos Territórios.
Mas essa negação dura pouco, pois o Pescador não é um Serial Killer qualquer... E sua onda de raptos e assassinatos brutais pode afetar não só a Terra, mas outros mundos também.
Eu confesso que gostei muito mais desse livro que do primeiro. O primeiro, embora não seja uma história de crianças, mesmo com seu personagem principal sendo uma, é meio fantasioso demais e não me fez ter tanto medo ou sustos como o de praxe nas histórias de terror.
Já em A Casa Negra, talvez pelo fato da trama girar em torno de adultos, e transformar as crianças em vítimas, transformou a história em algo mais chocante, mais assustador, mais dark. O inicio foi bem lento, mas depois que engatou, foi simplesmente difícil parar de ler.
“... essa tristeza nunca vai deixa-lo. Isso o deprime?
-Não dá para ser de outro jeito.
Desde que você saiba. Aonde quer que vá, o que quer que faça. Em toda porta por onde pase. Com cada mulher. Se tiver filhos, com seus filhos. Você vai ouvi-la em todas as músicas que escutar, vai vê-la em cada livro que ler. Ela será parte da comida que você comer. Estará para sempre com você. Em todos os mundos. Na Casa Negra.
-Eu Sou ela, e ela sou eu. ”
Existem rumores de uma nova reunião entre Stephen King e Peter Straub para a criação da continuação de O Talismã e para quem já leu ou ainda vai ler, o final do livro deixa totalmente aberto a essa continuação.