Cília 22/07/2012
Magnífico
Esta é uma história onde o fantástico se aproxima muito da nossa realidade.
É 1936, época que antecede a implantação do Estado Novo de Getúlio Vargas, na cidade imaginária de Lagoa Branca, no interior do Rio Grande do Sul.
O coronel João Cândido é o prefeito. Ele quer fazer tudo para que sua cidade seja feliz, sem preocupações com o que está acontencendo fora de seus domínios. Ninguém pode ter rádio ou receber jornal de fora, todos só devem ler o jornal que ele edita. Com a ajuda de um inspetor e de um advogado, que é também chefe do Legislativo, manda prender os que têm rádio, queima os jornais e revistas que chegam de trem e as cartas são censuradas.Mas muita coisa dá errado, inclusive a expulsão dos mendigos e a tortura dos presos. O coronel é um verdadeiro Odorico Paraguaçu, o personagem de Dias Gomes de Bem-Amado.Damos muitas risadas com as trapalhadas que aprontam os encarregados de salvaguardar a ordem pública.
Há personagens ótimos: as sete irmãs Pilar, todas chamadas Maria, que se revezam na sentadeira para acompanhar de binóculo o que ocorre na cidade; o padre Bartelli com as suas brigas com o pastor da Igreja Episcopal; o vereador que espera o amante da mulher sair para voltar para casa e outros.
Foi uma releitura e o que achei da primeira vez muito bom, considero agora magnífico.