Resenhas - Branca dos Mortos e os Sete Zumbis

Jaíne 21/02/2015

Livro de contos, então primeiro vou comentar um pouco de cada um antes de dar a opinião geral.
Branca dos Mortos e os 7 Zumbis: Daora! Palavrinha informal, eu sei, mas foi a que eu achei melhor para descrever essa reformulação total da tão conhecida Branca de Neve.
A narrativa é tão envolvente que você vai virando as páginas ansiosa pelo que vem depois. Só ressalvo um erro que encontrei:
"...Um morcego arrancou o olho regenerado do cão raivoso com o bico e o jogou longe..."
Então... morcegos não tem bico e sim boca!
João, Maria e os Outros: uma liçãozinha de vida que deveria ser lida por pessoas que abandonam seus filhos. Posso resumir a lição que o conto passa com as palavras muito bem usadas no primeiro parágrafo:
"Ninguém, nem naquele reino nem em nenhum outro, pobre ou rico, encarnado ou desencarnado, jamais escapará aos desígnios que ingenuamente engolfamos em ilusões didáticas como 'karma', 'providência' ou 'justiça'. Esses mistérios que, quanto mais tarde compreender-vos, melhor será, cedo ou tarde se revelarão a todo homem e mulher, trazendo conforto a poucos e horror para a maioria, num tempo em que o mundo dos sonhos estará fechado para sempre..."
E aí, depois de ler esse trecho, faz alguma ideia do que acontece na história?
Uma narração da tão conhecida história de João e Maria mas com uma boa pitada de karma/ providência/ justiça, como você achar melhor chamar.
E só mais uma coisinha: floresta maldita, uma mina, galhos amarrados. 7 anões... Isso não lembra alguma coisa do conto anterior?
Os Três Lobinhos: curtinho, porém muitíssimo legal. São três lobinhos e cada um representa uma história. Um para a chapéuzinho vermelho, um para os três porquinhos e outro para aquela história que não me lembro o nome, mas fala de um menino pastor de ovelhas que gritava "olha o lobo!" quando não havia lobo nenhum, apenas para zombar das pessoas.
Claro que só lendo para descobrir em que contexto e por que essas três histórinhas infantis entram no conto.
A Vendedora de Fósforos e o Vingador: só digo uma coisa: o que se passa nesse conto deveria ter acontecido antes de João e Maria terem sido abandonados na floresta.
Se existe algum conto sobre uma vendedora de fósforos, eu desconheço, então não vou saber assimilar as mudanças feitas nele. Mas gostei da história.
Vou parar de falar que as histórias entre os contos se encontram pra não ficar repetitivo, já que acredito que será assim até o fim do livro.
Cindehella e o Sapatinho Infernal: bem parecido com o original, pelo menos nas ordens dos fatos, mas com um toque macabro em cada um deles. A madrasta de Cindehella, já é uma conhecida de um conto anterior. Assim como a Cindehella. Ah e foi o conto com mais mortes até o momento.
A Confissão: pelo título, pensei que seria alguma história desconhecida para mim e ao longo dos parágrafos, ficava: "acho que é desse conto de fadas, não é desse!" e no fim das contas passei longe da resposta.
Bela Incorrupta: a curiosidade de um homem e o desejo absurdo de contornar a morte são os ingredientes principais desse conto. O outro ingrediente é alguém que pra variar já conheci em um conto anterior.
E, esqueci de comentar isso no começo, mas cada conto é precedido por uma ilustração e a ilustração de Bela Incorrupta me deu uma agonia!
O Monstro: narrado em forma de poema, foi o conto mais fraco até agora. No final eu não entendi se era pra ser engraçadinho, triste ou alguma outra coisa.
Se alguém entendeu o verdadeiro sentido, por favor, me explique! Porque sei que tem alguma coisa subtendida entre os versos que eu não captei.
O Cemitério: conta nada mais, nada menos do que como funciona um cemitério de gente já conhecida do livro das 3 às 4 da madrugada. Leia e dê uma olhada em como é a vida após a morte dos personagens que já conhecemos tão bem a essa altura.
Samarapunzel: ah que incrível! Que final perfeito! Fiquei rindo feito boba do fim.
E que chique uma Rapunzel que não é loira e sim com os cabelos pretos, não é pra menos também já que seu nome não é Rapunzel e sim Samarapunzel.
Pelo nome dela já é de se imaginar que o conto é um misto de Samara (sim, aquela do filme, do poço... lembram?) e de Rapunzel, aquela que mora numa torre alta e joga as tranças enormes para a mãe subir.
Faz alguma ideia do resultado que dá unir um conto de fadas com um filme de terror tão conhecido? Ah, dá um resultado divertidíssimo!
O Fim de Quase Todas as Coisas: o título já diz: o fim de QUASE todas as coisas, tem uma coisa que não se findou com o tempo, tem alguma noção do que seja? Do que poderia ser tão resistente? A resposta surpreende.
Curtinho e com um final engraçadinho.
E assim termina meus breves comentários sobre os contos em separado, agora vou falar do livro no geral.
Primeiro, a ideia do autor de de pegar contos já existentes e tão fixos na mente das pessoas e alterá-los foi muito arriscada.
Por que? Ora, porque tem pessoas que podem gostar, assim como muitos podem odiar por achar que o autor não teve criatividade para criar seus próprios enredos e teve que ter base em algo que já existia.
Mas, ao meu ver, ficou muito bom! Acho que por ser uma ideia ousada, eu acabei cativada pelo livro. E essas versões dos contos de fadas ficaram mais legais que as originais!
A quem for ler, eu recomendo que leia na ordem, embora não conheça ninguém que lê um livro de contos fora da ordem, lendo pelos títulos que mais lhe chamam a atenção... Mas, caso você seja uma dessas pessoas que eu não conheço, leia na ordem.
Se ler fora de ordem, pode ser que tenha algum spoiller de outro conto ou acabe com uma informação incompleta, já que a informação completa estava no conto anterior.
Vale a pena ler, mas não se esqueçam: é pra maiores hein!

Para ler a essa e outras resenhas, acesse:

site: http://www.mundodasresenhas.com.br/

L. de Paes 21/01/2015

"Foi um porco"
Branca dos Mortos e os Sete Zumbis reescreve de uma forma jamais imaginada o fantástico mundo dos contos de fadas. Recriar toda a fantasia das histórias que todos nós ouvimos em nossa infância em um universo obscuro, medonho, de certa forma até um pouquinho grotesco, mostra o potencial insano e sombrio da mente de Fabio Yabu. O autor confessa logo em sua dedicatória a influência clara de Dunsany, Lovecraft, Poe e Gaiman, esses grandes nomes do gênero Horror.

Cada conto remodelado pela mente desse louco (a única forma que consegui descrevê-lo), nos faz repensar sobre vilões e mocinhos, princesas e bruxas, caçadores e criaturas obscuras. A reviravolta ocorrida nas histórias dá aquela sensação de “cabeças explodindo” em cada desfecho. O meu ponto favorito no livro foi a forma em que todas os contos estabelecem relação entre si, forçando ao leitor prestar a atenção em todos os detalhes e perceber quando cada história será entrelaçada a outra.

site: http://lucasdepaes.com/2015/01/resenha-branca-dos-mortos-e-os-sete-zumbis/

emedboni 14/11/2014

Simplesmente brilhante. Releitura de (algumas) histórias infantis, porém, com um toque diferente, digamos, macabro. Para quem gosta de releituras: recomendado; para quem aprecia histórias entre suspense e uma espécie de terror: recomendado.
Algumas eu li e pensei: Puxa, podia ter se extendido mais!
A famosa história da Branca de Neve, as bruxas, irmãs e madrastas malvadas, a Cinderela, Rapunzel, sete anões (um tanto quanto sinistros), João e Maria... Histórias que fazem parte de uma mesmo Reino, mas de um universo paralelo dos contos de fada.
Mas apenas lendo para compreender essa versão diferente dos clássicos. E que, de certo modo, não perdem a moral explícita ou implícita (depende de você).

Stephanie 09/10/2014

Arrancou meu coração a sangue frio
Sou uma colecionadora de versões de contos de fadas, então, minhas expectativas para este livro não eram tão grandes, já tendo visto várias outras coisas. Porém, a cada conto, eu me surpreendia de novo, e me fascinava com a criatividade do autor, me apaixonando pela narrativa. O que eu mais gostei foi o fato de que o autor, sendo pai, colocou o assunto em vários contos, de maneira bizarra, como no caso de "João, Maria e os Outros", que é o meu favorito. O modo como o livro todo se interliga é fantástico, sendo muito importante a ordem em que os contos se apresentam, gerando grande surpresa com as citações. Você conclui a leitura querendo saber mais e mais sobre aquele mundo maldito.

Dany 08/10/2014

"Pense duas vezes antes de adentrar essa floresta..."
Boas histórias são boas histórias, não importa se são curtas ou longas. Porém com o tempo, nós leitores, amantes da prosa literária (e da poesia também, por que não?), infelizmente, tendemos a excluir as leituras rápidas e nos prendermos mais aos romances, por, na maioria das vezes, suas narrativas nos tocarem mais fundo e termos mais tempo para conhecer e nos apegar aos personagens e compartilhar de seus dramas, aventuras etc.

No entanto, é sempre bom voltar às raízes porque muitos de nós começam com as estórias curtas e lembrar a sensação deliciosa de se ler um conto. No meu caso, isso aconteceu quando eu resolvi conferir a coletânea de contos de horror Branca dos Mortos e os Sete Zumbis do brasileiro Fábio Yabu, que sob o pseudônimo de Abu Fobyia fez uma brilhante releitura sombria de clássicos infantis que todos nós conhecemos.

O conto que dá titulo e abre o livro é claramente baseado na história da Branca de Neve e em muitos aspectos iniciais se assemelha ao original, mas conforme a narrativa segue, percebemos vários elementos sombrios e situações novas que levam a um desfecho bem diferente do que conhecemos. Não foi meu favorito, porém abriu o caminho para o que estava por vir. E o que estava por vir era muito, muito bom.

Se duvida, tente imaginar o Pequeno Polegar como um espírito de vingança que atormenta aldeãos egoístas, ou mesmo uma casa no meio da floresta que foi palco de muitos horrores. Pois é! Cada história é mais criativa que a outra e conforme a leitura avança, os contos vão se distanciando ainda mais dos que conhecemos e criando uma identidade própria. Os meus favoritos foram Samarapunzel e Cindehella e o sapatinho infernal, porque reúnem o que eu acredito que há de melhor em toda história de terror: um final surpreendente e desolador.

Outra qualidade dessa coletânea, é que, embora sejam contos individuais, que podem ser lidos isoladamente ou fora de ordem, há sempre uma ligação entre uma história e outra. Os personagens, o ambiente, o contexto tudo ao final se prova interligado desde o princípio e é uma das características mais geniais do livro. Algumas dessas ligações, aliás, podem ser chocantes (e aqui eu gostaria de inserir um exemplo, mas seria spoiler).

Em suma, Branca de Neve e os Sete Zumbis é um livro impressionante tanto para os amantes dos contos de fada, quanto para os dos contos de terror e um prato cheio para quem gosta de ambos. Eu desconhecia o trabalho do autor, sabia apenas que ele havia escrito uma série de livros infantis que virou desenho animado e não esperava tanto, mas agora eu realmente espero que ele continue com as histórias de horror. Afinal, ainda há muitos contos de fadas esperando por uma versão mais obscura...

P.S. O que são as ilustrações desse livro?! Michel Borges com todo seu talento complementou perfeitamente a obra, tornando-a ainda mais atraente e perturbadora.

Confira a resenha na íntegra em:
http://euqueleio.com.br/resenha/branca-dos-mortos-e-os-sete-zumbis-por-fabio-yabu

Emerson 01/10/2014

Contos Magníficos!
Nossa ficou muito bacana a visão de horror dos contos de fadas feitas por Abu Fobiya. Como toda coletânea de contos, você termina escolhendo seus favoritos. Meus contos favoritos foram Branca dos Mortos e os 7 zumbis, com o ponto alto para o desfecho, simplesmente espetacular e amarrou bem toda a história. Samarapunzel, em que gostei mais do desenvolvimento da trama e as modificações da história infantil. E por fim Cindehella e o sapatinho Infernal, que foi o meu favorito.
O mais legal foi a conexão que o autor fez entre os contos, onde um personagem de um conto, tem sua história revelada em outro conto, ou aparece vestígios de sua existência em outros contos. Este fator tornou as histórias bem mais cativantes e geraram inúmeras surpresas ao longos dos contos.
Um ponto que se deve ressaltar foi à versão da Nerdboks, com uma capa e acabamento espetacular, uma verdadeira obra de arte.

Sté 01/09/2014

Originalidade Define
Esse livro descreve de forma macabra e aterrorizante os contos de fadas infantis, quando eu comecei a ler não consegui parar e me surpreendi muito com a originalidade do autor da forma com que ele escreve. O livro se divide em contos (eu amei um em especial Cindehella). Recomendo !

Lari 12/08/2014

Branca dos Mortos e os Sete Zumbis - Abu Fobiya
Você já imaginou que talvez o personagem bonzinho não fosse tão bonzinho assim? Que os vilões talvez poderiam ter seus motivos para serem maus? Então, Fábio Yabu nos mostra isso nessa coletânea de contos macabros. Onde reescreve os contos de fadas em contos de horrores, tenebrosos e macabros que irão fazer você se arrepiar todo!

Confesso que o que me chamou a atenção para esta obra foi justamente a possibilidade de ler os contos de fadas de uma maneira menos mágica, mais assustadora e sem o usual "felizes para sempre".
Li este livro em apenas algumas horas e a leitura, apesar de cheia de sangue e morte, é leve, rápida e com diálogos fáceis.

O livro é dividido em vários contos, como 'Branca dos Mortos e os Sete Zumbis' (conto que dá nome ao livro), 'João, Maria e os Outros', 'Bela Incorrupta', 'Cindehella e o Sapatinho Infernal', 'Samarapunzel', assim como outros. Todos têm um ar sombrio e são cheios de monstros e suspense.

Os contos são narrados em terceira pessoa, dando um ar de lenda urbana (na minha opinião) às histórias. E, segundo o autor, para que a trama seja mais compreendida, deve-se esquecer tudo o que você sabe sobre os contos de fadas. Eu ainda notei um pouco a presença do humor (negro) e do sarcasmo na obra.

Este livro me prendeu completamente - comecei a ler e não vi o tempo passar. Lia uma história e ficava ansiosa para ler a próxima. Eu adorei (e fiquei surpresa) quando notei que alguns contos interligam-se entre si.

P.S.: Me apaixonei pelos contos: Branca dos Mortos, Cindehella e Samarapunzel. E adorei o conto em formato de poesia.

site: http://nomundodoleitor.blogspot.com.br/2017/01/resenha-branca-dos-mortos-e-os-sete.html

Fabiana242 20/07/2014

Você nunca mais verá os contos de fada do mesmo jeito
Abufobia tráz um conto de fadas que você jamais viu. Um toque de terror com realidade se misturam aos sonhos bondosos que criamos para as crianças em contos famosos. Divirta-se com este livro encantado!

Jadna 15/07/2014

Branca dos Mortos e os Sete Zumbis (e outros contos macabros)

Me surpreendi muito com o qualidade do livro,já que ainda não conhecia nada do Fabio Yabu.

Essa foi uma das melhores histórias de terror que eu já li,principalmente porque quando se trata de um livro (que não tem o recurso dos sustos que os filmes tem) o terror deve consistir no bizarro,naquilo que você acha tão horrendo que não consegue continuar a ler.Coisa que não falta aqui.

Impressionante como os contos são bem construídos,sempre com referências a cultura pop(mas sem soar tosco) e a grata surpresa da ligação entre os contos faz o livro se tornar ainda mais profundo.


site: https://twitter.com/Jadna_Rocha

Juliana 02/04/2014

Esperava mais
O livro possui um ou outro conto interessante, mas no geral, achei a escrita fraca. As ideias são boas, mas para contos de terror, deixou a desejar. Vale a pena para quem quer uma leitura rápida.

Léo Geledan 06/03/2014

Excelente
Muito bom mesmo, o Patinho Feio ficou incrível...

Nathália Magus 10/02/2014

Fascinante e assustador.
Quando me deparei com este livrinho de contos, não resisti e adquiri. Mal sabia onde eu estava me metendo. Comprei mais por causa da propaganda do Jovem Nerd. Tinha lido livros do Eduardo Spohr e adorado.
Aqui é terror!! Vai ter imaginação assim lá longe viu. Se você for sensivel demais, esquece...
Eu particularmente não costumo ler livros desse tipo, mais por falta de interesse.
Fabio YABU tem muito talento, e somada as ilustrações, criou um clima sombrio para os contos de fadas tão conhecidos. Nem as versões originais são tão assustadoras.
O que eu mais gostei foi o da CindeHELLa, sim, escrito desse jeito mesmo. E o final deste criou uma ligação com um outro conto. Que foi ligado a outro conto e assim por diante. Formando uma teia de aranha. Sinistra.
Quero dar os parabéns, realmente eu estou assustada e empolgada com o livro.

Naty 25/01/2014

Branca dos Mortos e os sete zumbis
Ganhei esse livro de presente do meu namorado. Vinha namorando ele a meses na Nerdstore. O que mais chamou minha atenção, sem DÚVIDAS, foi a capa. Que capa linda e diferente! Assim como em “Pequena Abelha“, fui atraída pela aparência do livro, muito mais do que pela história. Mas claro que o fato de ter zumbis no nome também chamou minha atenção haha Adoro zumbis ou qualquer outra coisa que tenha a ver com o sobrenatural.

Quando recebi o livro, fiquei ainda mais encantada pela belo trabalho que foi feito em cima dele. Capa dura, brilhosa, daquelas que dá gosto de ver. Sem falar nas ilustrações dos contos. Sério, o livro vale muito a pena só pelo ‘formato físico’ dele.

Blá blá blá e sobre a história?! Bueno, eu comecei lendo achando que era UMA história só. Como eu disse antes, não prestei muita atenção no título e nem na descrição do livro, então estava esperando a história da Branca de Neve e dos 7 zumbis. E aí é que veio minha surpresa. Eu não gosto muito de contos. Sou o tipo de pessoa que gosta de continuar uma história, de entender tudo por trás de cada gesto. E tenho a sensação de que contos não me proporcionam isso, de que está faltando algo. E o fato de alguns contos desse livro serem histórias já conhecidas minha, também contribuíram em tirar o meu tesão. Talvez foi por isso que os contos que eu mais gostei dos livros, foram aqueles que eu nunca tinha ouvido falar, como por exemplo, “O cemitério”, “O fim de quase todas as coisas” (que me lembrou muito Asimov – não sei porque haha) e “O monstro”.

Foi uma leitura rápida, o livro tem 200 páginas. Mas posso dizer que foi uma leitura assustadora – pra mim. Eu era o tipo de criança que colocava a fita no rádio da “Chapeuzinho vermelha” e ficava com medo do lobo mal. Minha imaginação vai a loucura e um simples barulho na janela me ajusta (inclusive agora que estou escrevendo sobre isso e me lembrando dos detalhes das histórias, já to sentindo medo haha). Eu li esses contos em plena luz do dia com meu namorado no quarto, e mesmo assim fui teletransportada para dentro das histórias e sim, eu fiquei com medo. Mas como eu disse antes, histórias como a Branca de Neve e Cinderela já são manjadas para mim, então eu acabei não dando muita atenção para esses contos.
Demorei para entender que as histórias se conectavam no final. E no geral, meu feedback em relação ao livro é o seguinte: algumas coisas na escrita do texto me incomodaram. Sou acostumada a violência das cenas, mas personagens que falam de maneira muito grossa, não me agradam. E não digo isso só por esse livro, pois lembro que alguns diálogos de certos personagens em “As crônicas de Gelo e Fogo” de Martin, quando chegam no ponto de ser muito ‘grosso’, eu já pego certo ‘nojo’. Coisa minha, não deem bola. Mas as histórias são boas. Se a intenção do autor era colocar medo em quem lesse, parabéns! Definitivamente, esse objetivo deu certo comigo. Achei um bom livro, com uma escrita boa e fácil de entender.
Mas ainda mantenho minha opinião: contos não são pra mim. Mas talvez sejam pra ti ;)

site: http://bookforlive.wordpress.com/2014/01/25/branca-dos-mortos-e-os-7-zumbis-abu-fobiya/

Juliana 23/01/2014

Contos de fadas versão Dark!
Usando o pseudônimo de Abu Fobiya, o autor Fábio Yabu escreve uma coletânea de onze contos dos conhecidos contos de Grimm, Andersen, Perrault e outros, em uma versão mais macabra, envolvendo zumbis, maldições e castigos cruéis.

Neste compilado, encontram-se versões alternativas de Branca de Neve, Rapunzel, o pequeno polegar, a vendedora de fósforo, João e Maria, Cinderela, além das referências menos diretas a outros conhecidos personagens e, até mesmo, a filmes. O mais interessante é que, se o leitor prestar um pouco de atenção, irá perceber que os contos se entrelaçam, com personagens de um conto aparecendo em outros em momentos anteriores ou posteriores, já que os contos não têm, necessariamente, uma ordem cronológica entre si.

Além de versões um pouco mais sombrias dos personagens das narrativas que habitaram a infância de quase todo mundo, o livro conta com zumbis, demônios, psicopatas, e animais selvagens famintos, que dão o toque brutal e macabro aos contos, tornando-os verdadeiras obras de horror, contadas em um tom lúgubre de quem conta histórias de terror. A seguir, farei uma lista de contos e uma breve sinopse de cada uma das onze histórias só para dar aos leitores uma idéia do que se trata cada uma.

Branca dos Mortos e os sete zumbis - O conto que dá nome ao livro. Como já é possível perceber pelo nome, é uma versão da Branca de Neve e os sete anões;

João, Maria e os outros - Diferente do que pode parecer pelo título, este conto é mais uma narrativa dos tormentos e da punição dos pais cruéis que abandonam os filhos na floresta, do que a história de João, Maria, e os tais outros que se revelarão na narrativa.

Os Três lobinhos - Narrada sob o ponto de vista de três pobres lobos sozinhos e famintos a procura de comida.

A Vendedora de fósforos e o vingador - Conta a história de uma jovem menina deixada para morrer por um pai desnaturado, e a futura punição, como é de se esperar nos contos de fada, do malvado genitor.

Cindehella e o sapatinho infernal - E se a magia da fada que realiza sonhos for na verdade um demônio a tentar humanos com propostas irrecusáveis? A história de uma fada e de uma princesa não tão boas e inocentes assim.

A Confissão - A história do menino de madeira irresponsável e malandro criado por Lorenzini, de uma forma um pouco mais sádica e cruel.

Bela incorrupta - A história do cientista obcecado por trazer vida à cadáveres faz lembrar muito a história do doutor Frankstein. O conto faz referência não apenas ao romance de Mary Shelley, mas também a contos anteriores do livro.

O Monstro - Contado em forma de poesia, narra a triste história de um monstrinho rejeitado e maltratado por todos.

O Cemitério - Narra a conversa de dois mortos, livres a circular e conversar no cemitério por um determinado período da madrugada, ao mesmo tempo que essa conversa acontece, o leitor se reencontra com diversos personagens de contos anteriores.

Samarapunzel - Faz referência a história de rapunzel, de forma mais sombria e demoníaca, misturada com certos elementos do filme "O chamado".

O Fim de quase todas as coisas - Um brevíssimo conto, falando de um tempo muito após o fim da Terra e o que restou do planeta.

O livro, ao menos a versão da editora Nerdbooks, conta também com o prefácio de Eduardo Spohr, conhecido escrito brasileiro de Batalha do Apocalipse e da série Filhos do Éden. Com poucas páginas, muitas ilustrações e capa dura, a obra é possível de ser lida em apenas um ou dois dias. Para quem gosta tanto de contos de fadas quanto de contos de horror, vale a pena gastar umas horinhas para conferir essa fantástica e horrenda (não no sentido pejorativo) coletânea.

É possível ouvir e ler alguns dos contos do livro através do site do editor no link abaixo: http://jovemnerd.com.br/brancadosmortos/

site: http://fantasticosmundosdepapel.blogspot.com.br/