Nath 20/04/2024
Já ansiosa pelos próximos
"Sim, sempre os homens se vão, para as suas guerras, para as suas lides, para conquistar novas terras, para abrir os túmulos e enterrar os mortos. As mulheres é que ficam, é que aguardam. Nove meses, uma vida inteira. Arrastando os dias feito móveis velhos, as mulheres aguardam..."
O livro narra a história das mulheres da família do general Bento Gonçalves da Silva, isoladas em uma estância distante da capital do Rio Grande do Sul, onde se iniciaria a longa Revolução Farroupilha.
Cada uma dessas mulheres têm sua própria história: seus medos, angústias, seu passado e o futuro que, com o desenrolar da guerra, parece cada vez mais distante. A angústia dos personagens não passa despercebida pelo leitor, o desespero com o desenvolvimento de cada uma das protagonistas e seus interesses - sejam eles amorosos, familiares ou apenas a ânsia pela liberdade perdida.
Alternando entre capítulos em terceira pessoa e trechos do diário de Manuela, sobrinha do general, o desenvolvimento do livro consegue aproximar o leitor de cada uma das personagens, trazendo uma visão ampla do que está acontecendo e, ao mesmo tempo, uma visão íntima do que cada uma está sentindo.
Apesar de serem inúmeros os membros da família - além das mulheres, presas à angústia da espera - temos também os homens da família, todos lutando na guerra ou crescendo enquanto esperam a sua vez. E cada personagem é desenvolvido e sua presença na família é importante para a história.
Comecei esse livro apenas pelas memórias afetivas de meus avós assistindo à minissérie enquanto eu, do auge dos meus 5 anos, ouvia sem entender grandes coisas e terminei o livro chorando compulsivamente e ansiosa pela leitura dos próximos volumes - para acompanhar a narrativa e o fluxo dos novos personagens.