Anny50 25/05/2023
Encontro de mente
Pelo fim do direito de fazer guerra, eles discutiam sobre ideia embrionária de uma coisa que viria a se tornar a UNO, elo diplomático interventor do caos. Decisão coletiva de manter a paz. O perigo real do extermínio mútuo devido o avanço da tecnologia. Dois fatores para acabar com a guerra segundo Freud: ajustamento cultural coletivo da humanidade e o temor bem fundado da humanidade sobre as futuras guerras e a promessa e extermínio total.
Freud não era otimista, diferente de Einstein, mas acreditava em uma solução para aquele período de horror em que a Europa se encontrava. Afirmou "tudo o que promove o desenvolvimento cultural trabalha a mesmo tempo contra a guerra". tudo o que estabelece laços trabalha contra a guerra, conhecimento de outras culturas, amor pelas artes, favorece isso.
Einstein questiona sobre o controle da pulsão da violencia humana, sobre a tendencia destrutiva do ser humano, Freud responde com um irmão da ira, Eros, o oponente ideal, ainda sendo passional, mas levando as inclinações humanas para um lado positivo.
As correspondências começaram com este questionamento de Einstein, cartas entre duas pessoas brilhantes que se encontraram. Einstein sempre um pacifista, Freud um ex patriota em relação às batalhas da primeira guerra mundial.
Primeiro, essas correspondências não nasceram de forma natural, forma mediadas por uma organização chamada "Instituto de Cooperação Intelectual" que tinha a intenção de fazer grandes mentes conversarem sobre diversos assuntos para deixar estes registros salvos para a posteridade, Einstein participava delas e, embora tinha dito divergencias significativas com a organização, rendeu estas cartas muito importantes. Einstein já respeitado e tendo um Nobel há 15 anos, escolheu Freud, que não era unanimidade na europa devido seus trabalhos sobre sexualidade. Nunca foram epistolas privadas, a ideia sempre foi que as cartas fossem abertas ao público com o tema escolhido por Einstein de "como livrar a humanidade da fatalidade das guerras?", Einstein não estava perguntando sobre soluções práticas, mas sim como educar a sociedade para evitar a pulsão de destruição, muito interessante essa discussão. Foi pública pela Ligas das Noções em 1933, bem na época da ocupação alemã e por isso foi prontamente proibida nos países de língua germânica e queimada em praça pública, teve uma pequena circulação apenas em inglês e francês (as cartas foram escritas originalmente em alemão), depois da década de 80 com o movimento pacifista, as cartas voltaram a serem lidas e discutidas.
Interessante ver o posicionamento dos intelectuais sobre a guerra, durante a guerra; buscas pela paz pela via da filosofia. Achei muito interessante, recomendo a leitura. Um otimista e um pessimista, um físico e um psicanalista, ambos têm muito a dizer sobre uma questão fundamental da humanidade.