Vi.c.o 27/04/2009
Souvenirs
A ROSA DO POVO
p. 75: Consideração do poema.
p. 76: Procura da poesia: "O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia", "A poesia (não tires poesia das coisas)/ elide sujeito e objeto", "Não forces o poema a desprender-se do limbo./ Não colhas no chão o poema que se perdeu./ Não adules o poema. Aceita-o/ como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada/ no espaço".
p. 78: A flor e a náusea: "O tempo é ainda de fezes", "Quarenta anos e nenhum problema/ resolvido, sequer colocado", "Ração diária de erro", "Porém meu ódio é o melhor de mim", "paralisem os negócios,/ garanto que uma flor nasceu", "É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio".
p. 79: Carrego comigo: "Sou um homem livre/ mas levo uma coisa./ Não sei o que seja./ Eu não a escolhi./ Jamais a fitei./ Mas levo uma coisa./ Não estou vazio,/ não estou sozinho,/ pois anda comigo/ algo indescritível".
p. 82: Nosso tempo: I. "Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos./ As leis não bastam. Os lírios não nascem/ da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se/ na pedra." III. "É tempo de muletas." V. "é tempo de comida,/ mais tarde será o de amor." VII. "Há soluções, há bálsamos/ para cada hora e dor".
p. 87: Passagem do ano: "O último dia do ano/ não é o último dia do tempo", "Teu pai morreu, teu avô também", "de copo na mão/ esperas amanhecer".
p. 88: Passagem da noite: "Não é dor, nem paz, é noite,/ é perfeitamente a noite." "Existir: seja como for." "Chupar o gosto do dia".