clebero 09/01/2015
Continua instigante e com as mesmas falhas do primeiro
Após iniciar a leitura de Insurgente não consegui mais parar de virar páginas, ou para ser mais exato, deslizar os dedos pela tela do kindle.
Em Insurgente, Tris demostra ter carregado fortes traumas dos acontecimentos do final de Divergente: ao mesmo tempo em que ela tenta compreender e emular as ações altruístas de seus pais, como uma forma de tributo a eles, ela inconscientemente tenta se punir pelo que fez a Will. É uma corrida constante pela morte. Suas ações se tornam imprudentes e explosivas, causando vários transtornos e fatalidades as pessoas ao seu redor.
Quatro sofre com essa nova Tris, pouco disposta a revelar seus sentimentos e traumas. Ele teme que a mesma encontre a morte a qualquer momento com suas ações inconsequentes. Quanto mais ele tenta defende-la de si mesma, mais ela se afasta com mentiras e segredos. Quatro passa então a ter seus próprios planos secretos, e a relação dos dois neste livro passa por momentos complicados. Se fosse equilibrado, seria interessante, mas o problema é que esse assunto foi exagerado. Esse romance se tornou uma chatice. Chegou a me irritar em diversas passagens, pois cada encontro acontecia uma briga, muitas delas sem motivo.
A história continua com um ritmo rápido, com personagens secundários melhor trabalhados e interessantes do que o primeiro livro. São personagens com suas próprias motivações e objetivos. A relação de lealdade entre Tris e esses personagens muda muitas vezes durante o livro, gerando algumas reviravoltas. Este livro tem muitas cenas de ação.
A construção de mundo continua pobre, sendo até o momento o maior ponto franco dessa história.
Tris agora é considerada uma grande soldada, o que continua soando para mim como ridículo e forçado. Sua maior força é a sua capacidade de não ser afetada pelos soros e não seu físico.
A parte em que Tris fica presa na sede da Erudição tinha potencial para ser melhor do que foi. A traição de certo personagem parece que foi jogada ali, em nenhum momento o leitor foi preparado para isso, soou forçado mais uma vez.
O Conflito final da história foi decepcionante. A forma como a sede do governo foi defendida é ridícula. A batalha nem foi descrita. A Tris consegue chegar até a vilã da história praticamente sem enfrentar nenhum desafio e a morte da Jeanine foi brusca e sem graça. No ápice da coisa, quando você quer que a heroína descubra a verdade, ela é impedida pelo namorado e jogada para escanteio.
A revelação final me deixou com expectativas de que no próximo livro teremos um mundo melhor construído e que a história vai deslanchar de vez.
Alguns dos temas abordados foram o perdão, o significado de se sacrificar por outra pessoa, a aceitação da morte.
Leitura recomendada.