A Alma Encantadora das Ruas

A Alma Encantadora das Ruas João do Rio




Resenhas - A Alma Encantadora das Ruas


45 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3


beatriz 31/03/2023

Uma declaração de amor às ruas do Rio
Esse livro foi uma das leituras obrigatórias para o vestibular que eu vou fazer e eu o amei muito mais do que pensei que amaria! A escrita do João do Rio é linda, rebuscada e poética. Amo como o autor transformou as ruas em um personagem, em uma musa (sua musa). Esse livro mostra todo o glamour da Belle Époque no Rio de Janeiro, mas também mostra os lados sombrios daquela época: a pobreza, a exploração do trabalhador, os impactos do consumo do ópio, entre outros. É muito doido, algumas passagens do livro parecem ter sido escritas nos dias de hoje!! Achei muito interessante ver o Rio através dos olhos do autor e vou com certeza ler as outras obras dele. Esse livro me surpreendeu muito!!
comentários(0)comente



Marconi Moura 19/03/2023

8,5 / 10
Crônicas sobre o Rio de Janeiro da primeira década do século XX, com um olhar atento para o cotidiano de trabalhadores humildes, mendigos, pândegos, presidiários. Uma leitura imperdível!
comentários(0)comente



Henrique Fendrich 02/02/2023

Ao contrário de outros livros de João do Rio, em A alma encantadora das ruas há mais variação quanto à estrutura de suas crônicas, a começar pelo enorme texto que abre o livro, espécie de ensaio sobre a rua, mas cansativo, sem dúvida uma das principais razões para o alto índice de abandono de leitura do livro (8% no Skoob).

Tal ensaio, pela extensão, não se adéqua ao espaço jornalístico tradicional. Os demais textos são menores, mas, ainda assim, maiores do que as atuais crônicas. É que o espaço que João do Rio tinha nos jornais não era tanto o de cronista, mas o de repórter. E o que ele faz ao longo do livro é justamente uma crônica-reportagem, pois ele sai para a rua a fim de buscar as histórias e os ambientes com os quais irá preencher o espaço informativo que o jornal lhe oferece.

Às vezes, o resultado que encontra em suas explorações na rua é eminentemente humorístico: o material que reuniu nas crônicas “Orações” e “Tabuletas” é de fazer rir, a ponto de parecer até que ele, antecipando o nosso Stanislaw, organizava uma espécie de “festival de besteiras que assolam as ruas”. Por mais engraçado que sejam os exemplos e as conclusões a que João do Rio chega, porém, é interessante perceber que eles são argumentos desfavoráveis à rua.

João canta a rua no ensaio inicial, mas o conjunto das crônicas permite concluir que ele não é exatamente simpático ao que encontra nela – e, honestamente, há casos em que ele parece ser até hostil a ela, como ao desqualificar o tipo de literatura produzida na rua e o tipo de pessoa que lê esse material (há termos como “homens primitivos” e “gentalha”, por exemplo). A rua atrai e seduz o cronista, mas não necessariamente encanta ou deleita os seus sentidos.

É verdade que ele retrata muitas cenas e ambientes onde não poderia mesmo haver um sinal de deslumbramento. Que encanto poderia haver, por exemplo, entre os comedores de ópio, ou entre os miseráveis que abarrotam as hospedarias de má-fama? Grande parte daquilo que João do Rio registra em suas crônicas é composta de uma realidade dura, por vezes suficiente para desumanizar as suas vítimas, e o autor tem o mérito de chamar nossa atenção para isso.

Mas não significa que ele, necessariamente, simpatize com essas pessoas. A crônica de João do Rio é, também, a reportagem do jornal, não o texto descompromissado escrito em um rodapé da página, mas um material informativo de destaque, associado ao espírito noticioso, por mais que nele se sobressaiam os talentos literários do seu autor. Como um repórter, João do Rio é o “outro”, aquele que observa, registra, retrata, narra – mas não se confunde com seu objeto.

Algumas dessas reportagens são tão interessantes que mereciam ser reunidas em um livro próprio, como aquelas que escreveu sobre a vida dos presos. Mesmo nessas, porém, percebe-se o distanciamento do cronista em relação ao que retrata. É ele quem é capaz de apontar erros de ortografia em cartas de presos, ou de sugerir que algumas pessoas apresentam uma “visão superior do mundo” e que por isso estariam deslocadas no meio da “cloaca do crime”.

Essa sequência de crônicas sobre a prisão, se bem que apresente um painel que vale a pena conhecer, conta, aqui e ali, com alguns trechos que, no mínimo, envelheceram muito mal, com destaque para a insinuação, em “Crimes de amor”, de que as próprias mulheres vitimadas por maridos ciumentos seriam as “destruidoras” da vida dos homens. Pode-se alegar que essa era uma opinião da época, mas Lima Barreto já era muito mais simpático à causa das mulheres.

Também chama atenção, em sua crônica sobre pessoas em situação de rua, que praticamente não há, para ele, mendigos honestos, e mesmo os que eventualmente o sejam não deixam de ser, também, meros exploradores da própria miséria. De vez em quando, ele fala também em “massa ignorante” e chega a criticar os “versos falhos” das cançonetas populares, em opiniões que sugerem ser ele não apenas o “outro”, mas, na sua própria perspectiva, alguém “melhor”.

Mesmo assim, é claro, o autor pinta quadros interessantes e necessários, alguns bem tristes, como o dos velhos cocheiros, o das mariposas de luxo, o dos trabalhadores de estiva, nos quais, aí sim, sente-se que de alguma maneira ele se identifica ou se solidariza com as pessoas que retrata. Há ainda crônicas sobre pequenas profissões, sobre músicos ambulantes, sobre as pinturas das ruas, e nem sempre o estilo do autor permitiu que elas fossem de fácil leitura.
comentários(0)comente



Gabriel 08/10/2022

Este livro basicamente pode ser dividido em duas partes. A primeira, que inicia e encerra as crônicas aqui reunidas, pode ser caracterizada como uma ode. No capítulo de abertura, uma ode às ruas; no capítulo de encerramento, uma ode à musa das ruas -- a inspiração que acomete até aos mais miseráveis.

A segunda -- e essa é mais pungente -- compõe-se de matérias jornalísticas e pequenas entrevistas a respeito dos invisíveis das ruas e dos relegados da sociedade: trabalhadores desprestigiados, imigrantes chineses mergulhados no vício das drogas, mendigos, presidiários e toda essa casta que compunha a sociedade carioca do início do século 20, mas que é completamente ignorada pelo imaginário saudosista que idealiza o passado.

Apesar do conteúdo visivelmente diverso que separa o primeiro e o último capítulo de todas as matérias jornalísticas entremeadas, há o estilo da deliciosa prosa do autor que unifica toda obra, lembrando ao leitor a todo instante que o texto que está diante dele é de um primor inigualável.

Nas crônicas cujo objeto é o esquecido e ignorado das ruas -- seja nas profissões precárias, seja na gatunagem ou na mendicância -- João do Rio escancara a realidade como ela é, deixando dúvidas a respeito do que se quer dizer com o elogioso adjetivo emprestado ao título do livro.

Entretanto, no fim das contas, percebe-se que aí também reside o mistério por trás do encanto das ruas: em todas essas vidas miseráveis que vicejavam no chão da urbe carioca havia a fagulha da divindade. Não há alma inteiramente sórdida que não carregue consigo a criatividade capaz de colorir -- ou de enegrecer -- o mundo.
comentários(0)comente



Rodrigo 30/07/2022

A rua como protagonista
Através de crônicas o autor consegue nos encantar com as maravilhas, os segredos, os encantos, as mazelas e delícias das ruas, com seus personagens secundários e que sabem viver, com magia, todas as facetas que a rua nos oferece.
comentários(0)comente



barbara.luna.56 19/06/2022

O livro é um retrato do Rio no início do século XX focando naquilo que, para mim, é o mais interessante: a cultura das ruas. João do Rio me parece mais um etnógrafo das coisas cotidianas do que propriamente um jornalista. E de suas observações obtemos verdadeiras preciosidades: carnaval, presídios, tatuadores, prostitutas, uso de drogas. Tudo descrito com uma riqueza de detalhes e com uma certa acidez no olhar que faz com que o leitor seja transportado no tempo. Um documento indispensável para quem gosta de história e cultura brasileira.
comentários(0)comente



Lua 20/05/2022

Leitura valida para conhecer o Rio de Janeiro do início do século passado, mas a narrativa é meio arrastanda.
comentários(0)comente



Sofia 09/01/2022

Vamos fazer uma viagem direto para o Brasil de 1906. Esse livro é uma reunião de contos e crônicas do jornalista João do Rio, que utilizava das suas palavras para retratar o Brasil, principalmente o Rio de Janeiro, da época. Mais precisamente nesse livro vamos encontrar muitas das suas produções sobre ruas brasileiras. Ruas e suas histórias, personagens, seus acontecimentos e tudo que elas presenciam diariamente.

Confesso que não foi meu favorito por uma questão pessoal de não gostar de livro de contos. Eu sinto falta da continuidade da história. Porém, recomendo demais para quem gosta desse estilo por ser uma viagem ao Brasil do passado, repleta de descrições incríveis e histórias divertidas sobre as ruas do Rio de Janeiro.
comentários(0)comente



May 03/01/2022

Desautomatização e flânerie pelo Rio
Muito interessante para conhecer o Rio de Janeiro dos tempos da transição entre a monarquia e a república. João do Rio foi um pioneiro na escrita das crônicas, na observação dos tipos, das sociabilidades e da miséria. Gostei muito da leitura. Não é tão fluida e é bem impactante, pois calamidades são descritas. Todavia, permite a desautomatização, pois a partir do flânerie pelo Rio a cidade e as ruas são vistas sob outra ótica.
comentários(0)comente



Solange Sólon Borges 10/10/2021

O Rio de Janeiro na virada do século: costumes, cultura, arquitetura
O jornalismo literário, no Brasil, obrigatoriamente, conta com o nome de João do Rio, flâneur que desvendou o Rio em um momento que grandes obras eram construídas, revitalizando a arquitetura, mas em cada esquina havia um vadio, um malandro, uma miséria exposta da sociedade carioca. João passa por todos os tipos, relatando o que vê, como jornalista, e aprofundando as sensações, como um literato. Ele retratou as moçoilas casadoiras, as trabalhadoras que sonhavam com uma vida melhor, os gatunos, a vida no interior dos cortiços, as pequenas profissões existentes, a vida em torno do cais, no interior das prisões - por que se ama? por que se mata? João do Rio queria entender os tipos humanos. Mas também traz curiosidades: como os estabelecimentos com nomes tortuosos ou placas mal escritas: "Colxoaria de primeira Colxães contra purgas e precevejos", um hotel chamado Livre Câmbio ou a Casa do Pinto. Há retratos muito humanos, os imigrantes chineses, os chins', perdidos no vício do ópio; as mulheres mendigas, artistas na arte do fingimento, os pivetes praticantes de pequenos golpes. Quem visita hoje o Rio vê uma outra cidade diversa do subterrâneo que João do Rio expõe. Admiro o escritor que no seu tempo abraçou dois difíceis ofícios - ser jornalista e escritor. Além do mais, era mulato e homossexual assumido, posição corajosa em um século de tanto racismo e homofobia [persistente até hoje]. É ler a aprender com João do Rio o que vai nas veias da Cidade Maravilhosa.
comentários(0)comente



Fernanda 17/07/2021

"Vai o pobre para a cova
E o rico para a carneira
Mas ao fim de cinco anos
Ao abrir a salgadeira
Quer do pobre, quer do rico
Há só ossos e caveira."

A Alma Encantadora das Ruas foi uma boa experiência, minha primeira leitura de João do Rio. Rio de Janeiro que é encantador e ao mesmo tempo assustador. As ruas são ricas em arte, beleza e história.
comentários(0)comente



Wagner 12/01/2019

A DIVERSIDADE RACIAL CRIADA PELAS ESTRADAS...

(...) Não sei se lestes um curioso livro de E. Demolins, Comment la route crée le type social. É uma revolução no ensino da Geografia. " A causa primeira e decisiva da diversidade das raças" ,diz ele, "é a estrada,o caminho que os homens seguirem. Foi a estrada que criou a raça e o tipo social (...) A rua fatalmente cria o seu tipo urbano como a estrada criou o tipo social (...)

in; RIO, João do. A Alma Encantada das Ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. pg 40/41.
comentários(0)comente



~Coppi~ 24/07/2018

A Alma Encantadora das Ruas
A alma encantadora das ruas
Foi um livro bom, mesmo tendo a chatice de ter que cumprir com data e escrever uma resenha.
Todos os capítulos tiveram uma crítica social interessante sobre a população carioca e sobre o Brasil num geral. Agregou-me algo, sem dúvida, mas agora gostaria de manter um pouco de distância.
comentários(0)comente



Juh_Oliveira 14/02/2018

Chatinho, mas vale a leitura
Achei o livro meio cansativo, mas é muito válida a leitura pois fala do cotidiano carioca no início do séc. XX. Engraçado ver como algumas coisas não mudaram e assim entender a formação do nosso povo.
comentários(0)comente



45 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR