Euflauzino 04/09/2013De volta aos monstros com uma pitada cariocaIniciei a leitura de Chagas da condenação (Dracaena, 168 páginas) sem muitas pretensões, apenas o nome da editora me atraia, afinal de contas já li alguns livros dela e sempre há surpresas pela frente. O problema é que a capa não me empolgava, achei um pouco confusa, mas com o título aconteceu diferente, gostei de cara.
Olhei as orelhas e descobri que o autor Victor F. Miranda é jovem, bem jovem. A partir daí resolvi dar uma chance ao garoto. Mas não o faria sem dar uma olhada na contracapa. Daí o bicho pegou. Muita informação junto, todos os personagens clássicos de terror num só livro. Fiquei preocupado, com a pulga atrás da orelha.
O livro concentra-se no personagem Bento Batista (e o cara é mesmo abençoado), num mundo carioca pós-apocalíptico cheio de zumbis mal-humorados querendo seu sangue. Mas não é só isso, lugares considerados tranquilos estão cheios de vampiros. E como se não bastasse, se você conseguir fugir dessas bestas, fatalmente será farejado por lobisomens. Não há paz. Cuide-se em sobreviver.
Imagine só isso tudo na mesma receita de bolo. Pois é, assim como vocês fiquei cabreiro. Mas não é que o garoto me surpreendeu, como uma narração ágil, de maneira alguma enfadonha, cheia de aventura, bem moderna. Fica claro o desejo do autor de que a leitura seja puro entretenimento, sem frescuras, apenas curtição. Então não espere prêmio nobel, mas uma leitura dinâmica de fim de semana.
Bento Batista é arrogante, presunçoso, cheio de si, enfim um anti-heroi amargo e amargurado num mundo feito a caráter pra ele:
“... a minha opinião é a seguinte, então: eles te mordem, você morre e como o inferno está lotado, com as portas abertas aqui para o nosso mundo, você já passa direto pelo ponto de morto indo ao de zumbi... De qualquer forma, não me prendi muito a essas questões, não faz diferença refletir sobre elas a essa altura do campeonato e eu nunca senti a menor vontade de crer em Deus se ele me lançou propositalmente essa maldição, como parecia de fato. Entrei ao notar que só faltava minha presença lá para voltar a semear a discórdia.”
Leia mais em:
site:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2013/09/resenha-chagas-da-condenacao-de-volta.html