spoiler visualizarLeno 02/09/2016
Decepcionado...
Para um sujeito apaixonado por música e listas como eu, esse livro com certeza vai figurar como a grande decepção por um longo tempo, até que outro, igualmente ruim, tome o seu trono.
O livro tem acertos, é claro! Entretanto, poucas páginas de leitura e você acaba enxergando algumas tendências que acabam por desqualificar a leitura proposta:
O livro leva muito em consideração o material musical produzido especificamente na Inglaterra. Veja bem, não digo aqui que a Inglaterra não seja um berço de músicas boas, pelo contrário, a terra dos Beatles merece o respeito musical que sempre teve. O problema é que, por vezes, você acaba sentindo um certo privilégio às bandas e cantores oriundos da Inglaterra em detrimento dos cantores e bandas oriundos do Estados Unidos ou até mesmo de outras partes da Europa.
Acabei pensando, “ah todos nós puxamos sardinha”, não poderia ser diferente com um livro escrito em sua grande maioria, por Ingleses.
Com o decorrer da Leitura, outro fator que me incomodou bastante foi o foco em descrever os escritores das músicas e produtores. Eu particularmente teria usado um foco diferente e, em minha opinião, bem mais interessante, que é contar a história por trás da canção, o que em alguns casos não aconteceu. Ficou a triste sensação que este recurso poderia ter sido melhor explorado. Afinal, quantas vezes na sua vida você procurou saber quem produziu a remixagem de um baixo ou o escritor da música? A resposta é quase nenhuma e não se sinta mal por isso, tendo em vista que, a letra por si só não faz a música, por vezes você nota que o que de fato dá alma a uma canção é a interpretação do artista, isso sim vale a pena ser registrado em um livro como este.
Passando as duas grandes decepções anteriores surgiu a que para mim é, de fato, imperdoável (Sim, nada de “The Unforgiven I, II e III do Metallica neste livro). Qualquer lista séria e que busque ser universal deveria começar com a seguinte pergunta: Qual música não pode faltar nesta lista ?
Sim, a resposta para esta pergunta é: Stairway to Heaven do Led Zepellin definitivamente é o tipo de música que não poderia nunca estar de fora desta lista, sem contar com a ausência de Kashmir (Outra belíssima canção). Uma música atemporal, que serve como inspiração para compositores, cantores e bandas não só do Rock, eleita a melhor música de Rock de todos os tempo pela Revista Rolling Stones em uma grande votação que incluiu crítica, cantores, compositores e leitores, com o solo de guitarra feito pelo Lendário guitarrista Jimmy Page (eleito a Alma do Rock, equivalente ao que o Pelé é para o futebol), e cujo processo por plágio foi afastado definitivamente em um grande julgamento que mobilizou o mundo da música. Se tudo isso não for requisito para aparecer entre as 1001 músicas para se ouvir antes de morrer, definitivamente, existe algo de muito errado com esta lista.
No final do livro existe uma lista "definitiva" das 10.001 músicas para se ouvir antes de morrer, pensei “ah chegou o momento da redenção” e, pasmem, nada de Stairway To Heaven e Kashmir nesta lista também...
E nada de Maná, nada de Sepultura, nada de Skid Row, nada de Ronnie James Dio, nada do rock crítico armênio do System of a Down, nada da famosa Fuck You de Lily Allen dedicada ao Bush e, também, nada de Cartola (Afinal, música brasileira não é só Bossa nova)...
Existem alguns erros na vida que você não pode apagar, e por esses erros esta "belezura" vai tomar 1 estrelinha pela ausência da possibilidade de atribuir uma nota menor.