A Luta

A Luta Norman Mailer




Resenhas - A Luta


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Biblioteca Álvaro Guerra 25/10/2022

Em 1974, no Zaire, travou-se aquela que ficaria par a história do boxe como uma das maiores lutas do século, talvez a maior. Após ter seu título de Campeão Mundial dos Pesos Pesados revogado por se recusar a atender à convocação do Exército dos EUA durante a Guerra do Vietnã, o boxeador Muhammad Ali desafiava George Foreman, detentor do título. Na aparência uma simples luta de boxe, enfrentavam-se no ringue duas forças ideológicas: o establishment branco, representado por um George Foreman que se vestia com as cores da nação norte americana, e a expressão da autonomia negra, na figura de Ali. O relato que Norman Mailer faz dessa luta, da cena que a circundava e dos principais personagens que a compuseram, é uma obra que se lê com a respiração suspensa.

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site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/8571648476
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Hernani 01/07/2014

A LUTA
Zaire (consulte o Google Maps), 1974. A maior luta de boxe da história. O falastrão ex-campeão dos pesos pesados, o inesquecível Muhammad Ali (batizado Cassius Clay) de um lado, e do outro a montanha que enfrentará, o monstro mitíco, a silenciosa esfinge de pedra George Foreman (sim, o simpático senhor da Jumbo Grill).
Sobre essa história, uma boa complementação ou alternativa é Ali, filme de Michael Mann, com Will Smith como protagonista. O filme retrata desde seu começo no boxe, sua conversão ao Islamismo, sua amizade e rompimento com Malcolm X (pela manipulação da religião), seus problemas políticos por se negar a responder a convocação para a guerra do Vietnã, sua personalidade magnética, seus relacionamentos conjugais e extras... e culminando na “luta do século”. Para quem tiver dúvidas, Will Smith foi indicado ao Oscar pela atuação.
O livro de Mailer segue o caminho diferente, se concentra na luta. Usando o artificio inusitado de narrar em terceira pessoa e se colocar como personagem, Mailer nos leva pelas reuniões, treinos, concentrações, bate-bocas, e vielas na cidade de Kinshasa, no Zaire. Evoca as ebulições ideológicas do mundo e no próprio Zaire nos anos 70.
Mas o ponto alto é a descrição apaixonada da própria luta; Mailer, um fã confesso de Ali, se juntava à opinião geral de que Ali seria massacrado. Muhammad havia lutado com Joe Frazier e perdido fragorosamente. E Frazier havia, em seguida, lutado com Foreman, e foi esmagado pela esfinge silenciosa (expressão minha). Então, a comoção geral era que Ali, mais velho, seria derrotado. Em nenhum momento Ali titubeia, deixando a sua personalidade verborrágica demonstrar medo ou apreensão. Mais tarde confessaria suas dúvidas internas e principalmente o medo da sua equipe de que não sobrevivesse ao desafio. Mas Ali, se internaliza do coro público “Ali, buma ye”, mate ele, Ali. E, assim, vence a luta (não estou dando spoiler, a luta foi em 1974). A riqueza de Mailer é a descrição tanto da luta como da filosofia de Ali lutar. São dadas grandes lições para qualquer desportista. O modo como muitas vezes a melhor maneira de lutar não é evitar o golpe, mas ir de encontro a ele, saber recebê-lo bem, etc. Uma aula completa, em uma beleza narrativa de um apaixonado. Ali adota uma estratégia nunca antes utilizada por ele. Durante oito, sim oito, assaltos ele resolve ser flagelado pelos socos de Foreman. Desviando de uns poucos (ele que foi o mestre nisso, Anderson Silva o copia nessa área), Ali se impõe o inferno. Sabendo como amortecer pela própria dor todos os golpes de Foreman e levando-o à exaustão física. No oitavo assalto o profeta Muhammad vence a montanha. Surpreendendo todos, o resultado inesperado choca o próprio Mailer. Se o enredo do livro não é novidade para ninguém, por que lê-lo?
A paixão de um escritor por um esporte e sua filosofia, a vida de um lutador dentro e fora dos ringues, seus erros e acertos, encerrados de forma magistral é o ponto forte do livro. Sem dúvida o livro percorre lado a lado o bushido, o caminho do guerreiro. E é uma honra ser guiado por mestres tão humanos.

P. s.: o premiado documentário Quando éramos reis, também é um prato cheio.
Conclusão: 9
Recomendo
arthur.horman.1 17/04/2017minha estante
Excelente resenha, já estava querendo muito ler, agora graças a você estou maluco para comprar e desfrutar esse livro. Kk




Elias 07/01/2014

Favoritaço!
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