Dani Marques 28/02/2018
Resenha | Sobre a escrita: a arte em memórias
Eu confesso que nunca tinha lido nada do Stephen King por não curtir muito a vibe dele, já que não curtia nem os filmes, quem dirá os livros, não é mesmo? Mas eis que procurando livros sobre escrita achei esse, e nem sabia do hype todo que tava envolvido, e só posso dizer uma coisa: QUE LIVRÃO DA P*RRA!
Pode-se dizer que ele é autobiográfico, retrata muitos aspectos da vida do Stephen King de uma maneira diferente, somente aqueles que a escrita fez parte. Stephen fala da sua infância pobre, das dificuldades que sua mãe passou pra criar sozinha, ele e o irmão, pois o pai os tinha abandonado (eles sofriam preconceito na família por conta disso). Na adolescência se meteu em encrenca na escola por conta de um jornal onde satirizava os professores, o que o impulsionou a ganhar uma oferta de emprego num jornal de verdade.
Nesse intervalo, nunca desistiu de enviar seus escritos pra revistas, onde sempre foi recusado, e ele numa forma de incentivo, pregava na parede todas as cartas de recusa (ele conta até que depois de famoso enviou uma dessas histórias pra uma revista que o tinha recusado, e foi aceito). Demorou muito pra que ele tivesse um conto publicado. Nessa demora, ele começou a trabalhar, e entrou na universidade, onde conheceu a mulher que é sua esposa até hoje.
(Reprodução)
Os primeiros anos do casamento foram bem difíceis, financeiramente falando, ela era garçonete, e ele trabalhava numa lavanderia e dava aulas. Foi ela mesma quem retirou do lixo os escritos de Carrie, a estranha e pediu pra que ele continuasse a escrevê-lo pois ela tinha gostado da história — e curiosamente foi o primeiro livro dele a ser publicado, e o livro que deu inicio a essa carreira tão bem sucedida de escritor.
Stephen teve alguns momentos sombrios na carreira, quando ele relata seu vício em drogas, que em virtude disso recebeu o ultimato da esposa, onde ele optou pela família, e abandonou o vício.
Passada a parte autobiográfica, ele dá dicas de como se tornar escritor, ou melhorar na parte da escrita. Fala que se você quer ser um escritor, antes de tudo, precisa ser um leitor — o que eu também concordo, também fala de termos um cantinho especial pra leitura, praticar a escrita diariamente (ele mesmo escreve todos os dias, inclusive no dia do seu aniversário, Natal, etc.), e reduzir o tempo dedicado às telas (televisão, no caso). Quando ele estava próximo de acabar o livro, ele sofreu um acidente, foi atropelado por uma van enquanto fazia um passeio pela floresta próxima à sua casa. Foi um momento crítico, e ele decidiu por retratar desse momento nos eu livro.
No mais, o livro é bem gostoso de ler, uma leitura fluida e que acontece de forma rápida. Serve também pra você que está precisando de motivação para seguir com os projetos de vida. Eu dou nota 10 pra esse livro, e já entrou pra lista dos livros da vida.
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