Antonio 10/09/2022
Dicas e perguntas fundamentais para fazer a si mesmo!
Será que procurar a realização em um trabalho é um luxo?
Para quase todo mundo há algumas décadas ou séculos atrás, sim! Para 99% das pessoas, ter um trabalho que garantisse a sobrevivência já seria uma grande conquista. Só que nós, na modernidade, nos tornamos mais exigentes, e por isso ESCOLHER ficou bem mais difícil. Tanto que o livro começa com exemplos de pessoas que até ganham muito bem, mas estão insatisfeitas nos seus empregos atuais.
Queremos nos realizar, queremos um trabalho gratificante, e as exigências são tão grandes que o autor, Roman Krznaric, chega a dizer: não seria mais fácil aceitar que nenhum trabalho será ideal, e ver o trabalho como um “mal necessário”?
Não! Para isso ele dá uma série de dicas. Usa conceitos amplos, pois você mesmo deverá responder a questões fundamentais.
Há 3 aspectos que são muito importantes para o ser humano contemporâneo: 1) Sentido; 2) Fluxo; e 3) Liberdade.
Primeiro, ele fala desses 3 aspectos, e depois dá dicas de como mudar de carreira. Cita, com certa ironia, um livro intitulado “O Paradoxo da Escolha”. Quer dizer: temos tantas opções (de carreiras, de produtos, de serviços), que não conseguimos escolher, ficamos paralisados. E, se escolhemos, achamos que poderíamos ter escolhido melhor. Esse é o resultado de ter liberdade demais!
É verdade que existem os testes vocacionais, mas eles não são muito confiáveis. Quando se faz o teste-reteste, ou seja, o teste é refeito depois de algum tempo, o resultado pode ser bem diferente.
O que dá SENTIDO a um trabalho? São 5 itens: 1) ganhar dinheiro; 2) alcançar status; 3) fazer a diferença; 4) seguir nossas paixões; 5) usar nossos talentos. É verdade que todos esses itens são importantes, mas qual é o peso que você dá a cada um deles? Perceba que nos dois primeiros (dinheiro e status) a motivação é extrínseca (o trabalho é um meio para um fim), e nos três últimos é intrínseca, ou seja, está no próprio trabalho, na satisfação que você pode tirar dele.
Dinheiro sabemos o que é. Status quer dizer ser reconhecido, aplaudido, mas essa dimensão social do trabalho sempre está presente. Querer Fazer a Diferença é mais complexo. Envolve ética, participação, ideais nobres. Seguir Nossas Paixões, por outro lado, envolve autoconhecimento, no seguinte sentido: a paixão de cozinhar, por exemplo, pode ser estragada pela pressão de cozinhar sob pressão, num restaurante — mas que seria bom transformar uma paixão em um trabalho, seria! E Usar Talentos desemboca numa questão maior, pois somos seres múltiplos, com vários talentos, ou capacidades a desenvolver. Temos múltiplos eus! O exemplo que ele dá é Leonardo Da Vinci (o ideal generalista da Renascença), o que é um pouco injusto com nós, simples mortais. Mas é possível desenvolver talentos serialmente, ou seja, primeiro desenvolver um, depois outro etc (*um especialista serial).
A partir do capítulo 4 ele dá dicas práticas! A partir de certo ponto, é impossível querer resolver essa questão teoricamente — é preciso resolvê-la na prática. O exemplo mais radical é de uma mulher que passou um ano testando vários trabalhos para poder se decidir. Mesmo que você não tenha um ano livre, é possível, sim, testar atividades, pôr a mão na massa, pois essa é maneira mais efetiva de tomar uma decisão (* pois “planejar, depois implementar” geralmente não dá certo). Você pode, por exemplo, arranjar um trabalho nas férias.
“Quando eu era solteira, tinha uma lista mental das qualidades que meu namorado deveria ter. Mas alguns caras, que atendiam a todos os critérios da lista, não me faziam sentir nada. Então chega uma hora em que você conhece alguém que não atinge metade dos seus critérios, mas que a deixa maluca. Acho que é isso que devemos procurar num emprego. Descobri isso quando acompanhava um diretor de publicidade; fiquei totalmente fascinada”.
A questão do 2) Fluxo e da 3) Liberdade também são muito importantes. Queremos um trabalho que flua, e queremos nos sentir livres para fazer outras coisas (um exemplo: ficar com os filhos).