Verônica 11/01/2019
O lobo das terras altas - Por: Pensamento Literário
Antes de começar essa resenha gostaria de enfatizar que percebo um grande preconceito entre os leitores quando se trata de romance de banca. Pessoalmente, já passei por uma situação desagradável onde o intelecto é julgado pelas obras que são lidas, o que é de uma discriminação que representa uma ausência de reflexão sobre o assunto, e, ouso afirma que tem um grande problema cognitivo para pessoa que faz pré-julgamentos baseados nessa particularidade, isto é, do gosto literário das pessoas.
Partindo desses pressupostos, acho que podemos iniciar a resenha. Hannah Howell teve muito de seus romances, e acredito que ainda tenha, traduzido para a Língua Portuguesa nos anos 2000. A maioria de suas obras foi publicada pela extinta editora Nova Cultura em uma edição chamada de Clássicos Históricos. Quando afirmo ser extinta é porque embora o website esteja válido não há atualização há anos.
A sinopse descreve bem todo o contexto da narrativa, mas diferente do livro anterior da série que li (Vingança de amor) esse é muito envolvente. A protagonista não é mimada, enjoada ou insegura. Obviamente, que no final há umas indecisões das atitudes de Annora, mas nada muito enfático ou prolongado. Talvez, o fato dessa “mocinha” ser filha de uma mãe solteira do século XV tenha contribuído para a construção de uma heroína que conquiste o ledor. Outro ponto interessante é que mesmo sendo um romance dedutível a autora trabalha com a realidade da época e um exemplo disso é a ausência de higiene por parte dos homens, retratada em alguns parágrafos, e a violência sofrida pelas mulheres.
Outro aspecto que merece consideração é James Drummond. A construção do personagem é bem encantadora, aquele tipo de homem que sabemos não existir, mas suspiramos pelo canto. Obviamente que ele faz de tudo para conquistar novamente suas terras e provar sua inocência. Ao realizar uma pesquisa na internet identifiquei que de tantos livros da série esse seria o filho que Cameron MacAlpin não sabia ter. Esse, Cameron MacAlpin, é o personagem principal do segundo livro (Em defesa da honra).
Embora tenha gostado muito dessa obra teve algo que me incomodou e percebo que é uma característica de muitas autoras desse gênero literário. O fato de sempre colocarem uma criança com menos de 8 anos com uma maturidade surreal. Evidentemente que o sofrimento amadurece as pessoas, porém a forma como é descrito nos livros parece que a criança morreu e reencarnou com doses e mais doses de conhecimento. Isso de fato é um ponto negativo.
Por fim, esse é um livro até um pouco grosso para o estilo literário, mas que consegui ler em poucos dias (já que trabalho, estudo e etc) e que me deixou bem entusiasmada para prosseguir com os outros livros da Hannah Howell. Claro, que a sua opinião pode discordar da minha, então, não deixa de comentar. Deixarei todos os links que me deram direção para o desenvolvimento dessa critica literária. Cabe ressaltar que os livros não têm ligação com nenhum outro da série e, por isso, podem ser lidos fora da sequência.
site: https://pensaliterario.blogspot.com/2019/01/resenha-familia-murray-15-serie-terras.html#.XDjJ9FxKhPY