O Jogo do Equilíbrio

O Jogo do Equilíbrio Ana Lúcia Merege




Resenhas - Jogo do Equilíbrio


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melissa 24/04/2013

Uma história picaresca
A minha curiosidade para ler esse livro veio depois da resenha da Liége sobre Pão e Arte. Eu gosto bastante de ler livros sobre figuras de artista (protagonistas que são escritores, bailarinos, cantores, qualquer coisa que venha a produzir arte) e no gênero fantasia não poderia ser diferente. Histórias de saltimbancos, menestreis e poetas de rua sempre me chamam atenção. Atualmente estou sem tempo para ler livros grandes (faço mestrado), mas vi que o mestre do garoto Zemel em Pão e Arte, Cyprien, era protagonista de uma noveleta. Corri então na loja Kindle da Amazon e comprei na hora meu exemplar.

O Jogo do Equilíbrio é uma narrativa picaresca. Digo isso porque os personagens são em sua maioria pícaros. Ou seja, são personagens que transitam entre várias classes sociais, normalmente não têm moradia fixa ou viajam muito e ganham a vida nas ruas, sendo artistas ou mesmo ladrões. São frequentemente associados com malandragem, esperteza e criatividade. Nada de heroísmo ou grandes épicos por aqui, a ideia é mesmo uma história divertida e leve.

Cyprien é o Mestre das Sete Artes, artista famoso em Athelgard. Mas é também um homem comum que tem que cuidar do filho pequeno (a mãe do menino já faleceu). O Jogo do Equilíbrio já nos apresenta Cyprien numa situação bastante pícara: ele está se recuperando das consequências de uma briga com a namorada (?) que atira diversos pratos pra cima na noite anterior, ferindo Cyprien e causando uma bagunça na casa dele.

Essa cena dita o tom do resto da novela: situações cômicas e saídas espertas para problemas. Não espere enfrentamento heroico, mas sim astúcia, jogo de cintura. Não é a toa que o título é O Jogo do Equilíbrio: Cyprien é malabarista, vai andar na corda bamba para conseguir dinheiro para por comida na mesa e pagar suas dívidas (porque todo pícaro tem dívidas), mas também se vira para tomar conta do filho pequeno que não quer comer, para se livrar dos burgueses da cidade que não gostam dele e ainda sustentar seu relacionamento com uma mulher voluntariosa. A vida do Mestre das Sete Artes fica numa linha tênue, num equilíbrio difícil, e parece que vai desmoronar a qualquer instante se nosso protagonista não conseguir andar na linha (literalmente até).

Ana Lúcia Merege consegue levar o leitor para seu mundo Athelgard de uma maneira fácil e lúdica. Dá pra sentir o cheiro do mercado, o calor da praça. A narrativa flui de uma forma descompromissada que combina bem com os personagens e com a proposta do texto. Nada está lá em excesso, cada palavra é aproveitada para dar tom e cores à vida do povo saltimbanco.

Continue lendo em http://www.livrosdefantasia.com.br/2013/04/23/especial-nacional-o-jogo-do-equilibrio
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