LuccySwan 12/09/2023
Ah, prezado leitor, ao adentrar nas páginas de "666 - O Limiar do Inferno", você será saudado por uma capa que desafia até mesmo os padrões mais ousados de bom gosto. Uma verdadeira explosão psicodélica, capaz de fazer qualquer observador experiente franzir o cenho em perplexidade. Surpreendentemente, esta audaciosa escolha estilística, com suas formas e cores desenfreadas, não é estranha aos olhos, visto que já fez sua aparição anteriormente em "Não Toque no Gato", de Mary Stewart. Um déjà vu questionável, para dizer o mínimo.
Mas, claro, permita-me assegurar-lhe que essa capa, por mais... chamativa que seja, é apenas a superfície. À medida que você mergulha na narrativa de Jay Anson, a trama se desdobra em um ritmo tão rápido que até mesmo o sobrenatural parece ter pressa de fazer sua entrada. Diferente das profundas explorações psicológicas que se esperaria de um conto à maneira de Edgar Allan Poe, aqui somos brindados com uma abordagem mais direta, onde o medo se apresenta sem cerimônia.
A casa, entretanto, é uma criatura muda no enredo. Contrariando as expectativas, ela não emana aquele sentimento palpável de ameaça que muitos clássicos do gênero conseguem evocar. É como se fosse um cenário coadjuvante que perde a oportunidade de brilhar com o protagonismo que merecia.
Mas, oh, não se engane! Apesar desses detalhes, "666 - O Limiar do Inferno" tem seu valor. É um vislumbre intrigante no mundo do sobrenatural, uma experiência de leitura que oscila entre o entusiasmo e os arrepios, mesmo que não alcance as alturas das grandes obras do gênero. Então, caro leitor, não hesite em abrir estas páginas. Você pode até se surpreender com o que encontrará além daquela capa... interessante.