A obra prima Ignorada

A obra prima Ignorada Honoré de Balzac




Resenhas - A Obra-Prima Ignorada


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Procyon 01/04/2024

A obra-prima ignorada ? comentário
?A missão da arte não é copiar a natureza porém expressá-la! Você não é um vil copista, mas um poeta!* [?] *O que temos de captar é o espírito, a alma, a fisiognomia das coisas e dos seres. Os efeitos! Os efeitos! Os efeitos são os acidentes da vida, não a vida em si! A mão, já que dei esse exemplo, a mão não está apenas ligada ao corpo, ela expressa e continua um pensamento que é preciso captar e exprimir. Nem o pintor, nem o poeta, nem o escultor devem separar o efeito da causa, que estão inelutavelmente mesclados! O verdadeiro combate está aí.? (p. 21-22)

A obra-prima ignorada* (1831) é uma novela densa e profunda escrita por Honoré de Balzac que trata de paixão, arte e obsessão. Surgiu de uma encomenda feita ao autor para que ele escrevesse uma novela à maneira alemã ? ou melhor, de Hoffmann ?, e se trata de uma releitura da lenda grega de Pigmalião, onde dois pintores, Nicolas Poussin e François Porbus, duas recriações ficcionais de personagens históricos, visitam o velho pintor Frenhofer em seu ateliê. O velho, figura temível que incorpora um certo ideal romântico, demonstra-se muito talentoso e detentor de técnicas de pintura que o faz ser admirado pelos dois, mas é sobretudo atormentado por uma obsessão doentia por sua obra-prima inacabada. Ao longo da história, vê-se a complexa relação entre criação e criador. Frenhofer dedica a vida à busca pela perfeição absoluta, sacrificando até mesmo seus relacionamentos pessoais e sua sanidade. Essa obsessão o leva a um estado perene de reclusão e paranoia, enquanto sua obra torna-se uma fixação a todos que a veem.

Para além de uma trama envolvente, a novela demonstra uma profunda reflexão a respeito da arte o do fazer artístico, de modo que adquire ressonâncias com a pintura e com o cinema (note-se que Picasso pintou Guernica na mesma rua descrita por Balzac; e, em 1991, o notório crítico e cineasta Jacques Rivette filmara uma espécie de ?adaptação?, *La Belle Noiseuse*). Balzac descreve de modo pormenorizado o processo criativo do velho pintor de modo que a obra dentro da obra evoca imagens vívidas no leitor, como se estivéssemos observando um verdadeiro quadro em uma galeria de arte. Não à toa, Balzac tentava rivalizar com grandes nomes da pintura de sua época, como Eugène Delacroix.

(Trecho retirado de minha resenha no Medium)
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Magasoares 27/04/2022

A Obra Ignorada
Penso que cada qual entende o conceito do que representa um quadro de um jeito diferente. Será que eu vejo a Mona Lisa de Leonardo da Vinci, ou o Grito do norueguês Edvard Munch, com os meus olhos que outros? Recomendo.
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Elaine Messias 19/02/2021

Texto criativo
A obra-prima ignorada, Honoré de Balzac (1799-1850) toma distância da sociedade francesa de seu tempo para enveredar pelos domínios da arte. paralelamente ao discurso sobre quadros, pintores e técnicas pictóricas (desenho, luz, cor, movimento), o que move a narrativa é, substancialmente, o conflito entre criação e imitação.
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fonfron 28/03/2020

Frenhofer e a Arte Moderna
No conto conhecemos Frenhofer, que é conhecido por ser um exímio pintor. Na sua velhice ele possui um aprendiz para quem ensina o que sabe, e este aprendiz junto a outro pintor ficam extremamente interessados pela obra prima de Frenhofer, que revela trabalhar na pintura a 10 anos.

Durante o enredo são levantadas questões sobre a função da pintura e como os artistas utilizam técnicas diferentes parar criar determinado efeito. Onde o grande pintor nos leva a questionar o papel da arte e sobre as concepções tomadas pelas escolas clássicas.

Um conto muito bom e de fácil leitura com um final surpreendente.
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Edson Camara 26/05/2019

Balzac é contagiante e desperta humor, raiva, ansiedade, suspense e terror
Este livrinho de apenas 61 páginas pertence a coleção da LPM chamada 64 páginas. O preço deste livro em formato de bolso é muito razoável e oferece algumas horas de puro entretenimento e cultura por um valor impossível de se achar em qualquer outra mídia.
Este volume contém dois contos escritos pelo escritor francês conhecido como Balzac, nunca li nada dele, e gostei muito destes dois contos. Considerando o tempo em que foram escritos entre 1831 e 1832, é uma literatura muito interessante.
O ritmo é contagiante e as emoções despertadas vão do humor, a raiva, a ansiedade e ao suspense e até um pouco de terror.
O primeiro conto, “A obra-prima ignorada” conta a história de um pintor que vivia recluso e dedicou 10 anos a sua obra-prima, o retrato de uma mulher por quem se apaixona platonicamente uma vez que a mesma não existia, era a mulher perfeita fruto de sua imaginação. Forçado por seus únicos dois pupilos a mostrar sua obra, uma surpresa é revelada que dá uma reviravolta no fio da história. No enredo também aparece a formosa Gillette, esta sim uma mulher real, linda, amante de um de seus pupilos e que tem um papel importante no conto.
O segundo conto, intitulado “Um episódio durante o terror” se passa durante a revolução francesa, no seu último ano para ser mais exato, em uma casa em um bairro de Paris, três pessoas viviam escondidas e de caridade oferecida por um benfeitor que pagava um favor que estes lhe fizeram. Um ano se passa, a revolução acaba e como prometido, este benfeitor volta a casa para celebrar um evento prometido pelos quatro no ano anterior. Ao final, uma surpresa fantástica que não posso falar para não estragar a quem vai ler ainda este conto. Só posso dizer que li este conto em pouco mais de vinte minutos dada ao ritmo contagiante, ao suspense e ansiedade que o mesmo causa, e fiquei feliz com seu final inesperado.
Vou ler mais Balzac, o talento deste escritor é tão grande quanto sua fama.
Vou concluir este resumo com um trecho do primeiro conto:
"O sorriso que vagueava nos lábios de Gillette dourava aquele sótão e competia com o brilho do céu. O sol nem sempre brilhava, mas ela estava sempre ali, recolhida em sua paixão, presa à sua felicidade, ao seu sofrimento consolando o gênio que transbordava no amor antes de se apoderar da arte.
- Venha cá, Gillette, escute.
A moça, alegre e obediente, pulou para o colo do pintor. Ela era toda encanto, toda beleza, bonita como a primavera, enfeitada com todas as riquezas femininas e iluminando-as com o fulgor de uma alma bela. meu Deus - ele exclamou-, nunca vou ter a coragem de dizer...
- Um segredo - ela completou.
- Ah! Quero saber"
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Gláucia 17/02/2019

A Obra-Prima Ignorada - Honoré de Balzac
Publicado em 1832, esse conto faz parte de Estudos Filosóficos dentro da Comédia Humana e é uma referência no mundo literário, bastante estudado e comentado por sua perfeição. Era um dos preferidos de Karl Marx, admirador do autor, que o indicou a Engels.
Temos um grande gênio da pintura, famoso pela perfeição de suas formas às quais conseguia como ninguém conferir a estranha impressão de vida palpitando em suas figuras, já idoso e sendo procurado por um jovem e promissor artista. Há dez anos o expreiente artista trabalha obsessivamente num quadro, considerado por ele sua obra-prima mas à qual falta um toque fantástico que lhe dê vida e espírito.
O conto fala de obsessão, paixão, sobre os conflitos vividos por um artista na concepção de sua arte, na dificuldade de materializar o que está na mente, no coração. O final é muito bom e me surpreendeu.
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