Antônio Silvino:  Vida, crimes e julgamento

Antônio Silvino: Vida, crimes e julgamento Francisco das Chagas Batista



Resenhas - Antônio Silvino


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Manú 23/04/2023

Antônio Silvino
Foi com a literatura de cordel que comecei ler.
E como nasci e cresci no Nordeste As histórias de cangaceiros eram muito populares. Antônio Silvino foi um personagem impressionante e controverso no sertão, bandido para uns, herói para outros. Protegia e perseguia.
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z..... 26/06/2018

A edição é de 1975, mas gostaria de ter lido naquelas raridades do início do século 20, com páginas detonadas (mas legíveis) e texto em português arcaico. No site da cordelteca encontramos algumas e minha predileção é por transmitirem maior veracidade, afinal, foram escritas na época em que as narrativas eram muitas vezes testemunhadas pelos cordelistas. O autor nasceu no final do século 19 e foi contemporâneo de Antônio Silvino. Tem outro cordel que escreveu sobre o mesmo cangaceiro datado de 1907, mas este, de período próximo, é considerado o mais importante.

Na identidade da obra, encontramos uma biografia de Antônio Silvino em que o cordelista o coloca como o narrador. Não sei o quanto de fantasia ou realidade há, mas vemos um contexto comum, referente a ambiente hostil, onde as pessoas se viam desassistidas da ação da justiça, tomavam as rédeas por conta própria e acabavam gerando uma crescente bola de neve entre histórias de vingança e interesses escusos.
Alguns registros que me pareceram interessantes: Antônio Silvino era pernambucano e seu nome verdadeiro era Manoel Batista (não se sabe o porque do Antônio, mas o Silvino foi em homenagem ao tio chefe de bando, que o introduziu no cangaço e deixou a liderança para ele com sua morte). Entre as descrições fantásticas, a luta de Silvino com uma onça, com faca em punho, e encontro com o demo. A sina de matador foi referenciada também, e no misticismo do povo, explica-se por Antônio Silvino ter nascido no dia de finados. Nas narrativas que sei que são reais, o assalto a uma linha ferroviária controlada por ingleses, em que saqueou e fez prisioneiros, aumentando sua fama como cangaceiro, a de maior evidência antes de Lampião.
Os relatos falam da bandidagem em assaltos, sequestros, mortes, embates com os 'macacos', perseguições, fugas, traições e acertos de conta.

Como registro final, fiquei surpreso quando é referida passagem por Macapá. Oras, minha cidade (no Amapá) era impossível de ser e, na curiosidade na net, entendi como referência a uma cidade pernambucana chamada Macaparana.

Enfim, para quem curte cordel e busca percepção do cangaço a obra foi interessante, mas queria ter lido a original, pois fico sempre com cisma de eventuais ou propositais alterações em algumas coisas.

Ah, reiterando o que sempre procuro registrar: os cangaceiros foram bandidos, sem nenhum heroísmo como se idealiza hoje, movidos essencialmente por interesses pérfidos e egoístas.
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