Resenhas - 1968: O que fizemos de nós

Ianca 09/11/2013

Não acreditem em tudo o que leem.
Para quem gosta da Ditadura Militar Brasileira é um bom livro. Mas não conta apenas sobre a ditadura, relata também a mudança das gerações de 68 para a nossa.
É um pouco romantizado no sentido que o autor e os entrevistados enaltecem muito a geração de 68 como se eles fosse os melhores que já existiram, mostrando como fomos inferiores em certos aspectos. O que eu acredito que não seja tão verdade assim.
Tive que ler o livro para as aulas de História da escola e toda a turma fez uma discussão sobre o livro durante um bimestre inteiro. O meu professor é filho da geração de 68 e fala que não é tudo aquilo que falam no livro.
Porém os fatos histórias citados, como as torturas que os militares faziam com os presos políticos, como essa geração influenciou na política de hoje (muitos dos colarinhos brancos do senado foram ativistas na época)mostrando como eles mudaram facilmente. Eles lutavam contra a corrupção, e olha o que fazem hoje...
Enfim, é interessante, mas não acredite quando falam que a geração de 68 era muito mais generosa que a nossa, que era muito mais educada, que se importavam somente com o intelecto das pessoas e não com a aparência...

Lilia Carvalho 02/02/2009

O livro é excelente.

Com os temas atuais, com entrevistas ótimas! Muito legal mesmo para entendermos esse processo político em que vemos uma juventude muito individualizada e que prefere a cada dia ficara mais longe da política.

O cápítulo em que ele fala sobre as haves é espetacular.
Eu recomendo!

Gabriel Lucas 12/07/2009

Sem dúvida um panorama marcante que mostra o desenvolvimento das pessoas e do país nos últimos quarenta anos. Um livro essencial, lapidado com muita delicadeza e pelo olhar apurado de Zuenir.

Ellen Macedo 26/11/2013

Brilhante conclusão
Maravilhoso relato de quem viveu 1968, com suas certezas e arrempedimentos. Adorei!

Danilo Moreira 19/11/2017

Leia primeiro 1968: o ano que não terminou
Esse livro foi lançado em 2008, mas só em 2016 consegui comprá-lo, pois, não sei por que, é raríssimo achá-lo à venda. Para entendê-lo, é essencial ler "1968: o ano que não terminou" (1988), caso contrário, ele parecerá sem qualquer sentido. O livro tem duas partes: na primeira, o próprio Zuenir faz reflexões sobre as heranças boas e ruins de 1968 para a sociedade atual (de 2008). Na segunda, entrevista figuras marcantes de 1968, como Caetano Veloso, Fernando Gabeira, Fernando Henrique Cardoso e José Dirceu e convida-os para refletir sobre questões daquele ano e em 2008 e para o futuro, e sobre o que ficou de 68 dentro deles. Mas achei que perdem muito tempo imersos em picuinhas políticas sobre o PT, o Lula e o Mensalão - escândalo em destaque na época - o que fez o livro perder um pouco o sentido nessa parte.

Ler esse livro em 2017 me gerou um certo choque sobre como a juventude daquele ano que foi lançado o livro (2008) já não é mais a mesma de hoje, e como o cenário político-social brasileiro também mudou (ou regrediu) de lá para cá. Fiquei imaginando como o autor descreveria a juventude de hoje, principalmente depois das manifestações de 2013 e o aumento da onda conservadora onde pedem até intervenção militar.

"1968: o que fizemos de nós" é um livro que recomendo para quem leu "1968: o ano que não terminou" e deseja refletir mais sobre as heranças daquele tempo, mas talvez, com tanta coisa que aconteceu de 2008 para cá, alguns tenham a impressão de que ele também já envelheceu.

Malice 21/07/2018

Bela continuação
Ao contrário dos filmes que continuam outros e nos deixam decepcionados, Zuenir Ventura soube como ninguém dar continuidade ao seu ótimo "1968: o ano que não terminou". Acho que daria pelo menos mais dois livros em seguida à "1968: o que fizemos de nós", mas tenho clareza de que ele jamais faria isto. O assunto se esgotou para ele, pessoa séria e centrada que procurou exaurir - sem esgotar em absoluto - o controverso ano que, efetivamente, não termina nunca. Para quem não o viveu, como eu, mas tem uma curiosidade aguçada sobre um momento chave com enormes consequências sobre o que veio depois, é documento dos melhores, aquele, e este livro, que demorei tanto a ler. Destaque para os capítulos sobre o que sofreram os filhos daqueles que 'fizeram' 1968, e para as entrevistas de Cesinha e Gabeira. Vale muito a pena ler.