A Verdadeira Vida de Sebastião Knight

A Verdadeira Vida de Sebastião Knight Vladimir Nabokov




Resenhas - A Verdadeira Vida de Sebastian Knight


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arthur966 11/04/2023

Todo o lugar me parecia uma imensa pilha de detritos onde eu sabia que uma joia escura se perdera. meu fracasso era absurso, horrivel, torturante. a púmbea morosidade de um empenho de sonho. um desesperado agarrar-se entre coisas a se dissolver. por que o passado era tão rebelde?
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marcelo.batista.1428 03/08/2022


Nabokov me capturou com Lolita e desde então, de tempos em tempos, volto a sua obra. Esse é o quarto romance que leio do autor (além de um livro de memórias) e, não que a leitura tenha sido tediosa ou desgostosa, mas o meu encanto com seus livros tem diminuído.
Gosto do estilo do autor, que também nesse romance escreve em primeira pessoa, e com tal maestria, que sempre me pergunto se é um livro autobiográfico. O livro trata de um autor escrevendo uma biografia de seu irmão, que também é escritor. Como em outros romances que li dele, o personagem principal é incomum, algo insólito em seus comportamentos, e com uma estranheza em seus afetos.
Aliás, seu estilo, com uma prosa quase poética, com uma graciosidade irônica, apresentando uma investigação psicológica das personalidades, em alguns momentos é muito estimulante, e por isso, prende mais que a narrativa, que nem sempre apresenta grandes fatos ou reviravoltas.
Enfim, talvez esteja num momento querendo experiências literárias novas, e encontrar um estilo conhecido e que já me encantou muito, torne mais difícil se empolgar com um novo romance do autor. Mas quem sabe, ali na frente, a saudade de um estilo conhecido não volte, e me encontre com um novo romance dele.
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Milena.Saleh 29/12/2021

Genial
Inconstância: na forma de se expressar, no assunto, no ritmo. Nabokov usa frases longas e cheias de adendos, difíceis de acompanhar até o fim. Entra em reflexões filosóficas e sai delas em uma vírgula.
O livro é muito autobiográfico no quesito metalinguagem. Há referências a outros livros do autor, aos seus vícios de narrativa e aos idiomas que já usou para publicar suas obras (entre outras muitas que eu com certeza deixei passar).
O enredo é muito interessante e com certeza mantém o leitor entretido, à medida que o narrador faz novas descobertas sobre Knight. A desordem cronológica e a fluidez com que os assuntos são trocados não prejudica em nada a narrativa, inclusive acrescentando em estilo. Nabokov é ousado, sua marca registrada.
Recomendo a leitura dessa obra de arte!
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Matheus Nunes 13/03/2021

A Verdadeira Vida de Sebastian Knight, ou O Livro das Incertezas.
"Mas aquele minuto de duvida foi fatal: o homem está morto.
O homem está morto e nós não sabemos."

Eis a frase mais verdadeira e a que mais define esta obra na qual não temos certeza de quase nada. Aqui a duvida e a incerteza são armas bem utilizadas nas mãos de Vladimir Nabokov, "satirizando" e criticando de tudo um pouco, desde os romances policiais (os trechos dos livros dele nesse estilo que são aqui mencionados me lembraram muito o 'Inherent Vice' do Thomas Pynchon) até os biógrafos que usam de tons sentimentalistas em seus livros (mesmo fazendo seu narrador altamente não confiável dedicar a escrita do capitulo 5 toda a esse estilo romântico biográfico, percebam...), é possível esperar de tudo um pouco neste livro, menos uma investigação certeira. Esmiuçar a vida de Sebastian Knight é andar por caminhos por vezes errantes, é como ouvi o sussurrar de pistas falsas e ficar completamente a deriva de onde esta historia te levará, pois é mais que justa a auto comparação do narrador com o personagem Chichikov de Almas Mortas do Nikolai Gogol, e a morte é aqui também uma personagem principal na busca pelo tempo perdido desse narrador.

Compreendi todo esse livro como uma longa e por vezes divertida, carta romântica de Vladimir a seu irmão, Sergey Nabokov, morto em um campo de concentração nazista em 1945. É uma obra cheia de palavras não ditas, arrependimentos, confissões, admirações, tudo isso dedicado ao leitor, que não sabe muita coisa, pois o verdadeiro destinatário se encontra morto.
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Cláudia.Dune 18/01/2017

É um bom livro, bem escrito, ótima edição,
Cheguei até ele atraída pelo autor.
Não acrescentou muita coisa, não foi este livro que fez minha vontade de conhecer mais coisas do autor aumentasse, mas também não é um livro ruim.
Sabe quando queremos ler mas estamos numa ressaca literária das 'brabas' e uma leitura descompromissada é bem vinda? Pois então, esta seria minha indicação.
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Raquel 09/02/2015

Comprei este livro por duas razões. A primeira pelo autor - Nabokov, famoso pelo clássico Lolita -, a segunda porque estava numa ótima promoção - 9 reais se não me engano.

Livro muito bem escrito, aprofunda bem as características dos personagens, mas... é chato. Estória um tanto quanto tediosa, sem graça. Não recomendo;.
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ReiFi 16/05/2014

Resenha de A Verdadeira Vida de Sebastian Knight
Por José Reinaldo do Nascimento Filho

Terminei.

Então eu li meu primeiro Nabokov. E para quem me conhece um pouquinho, sabe que tenho o costume de enveredar pelas obras dos autores inicialmente pela sua obra-prima. Temos muito pouco tempo nessa vida para ler tanta coisa boa, não é verdade? Então por que começar pelos pontos mais frouxos na carreira dos grandes escritores? Vamos logo aos clássicos. Mas não foi assim com o russo-americano Nabokov (mais conhecido como o autor de nada mais nada menos que Lolita – vide resenha de Leonardo).

Sabem aquele livro que te prende logo nas primeiras páginas? O livro aqui comentado tem essa singularidade.

Primeiramente, o autor (e aqui vamos imaginar que você sabe ou já ouviu falar desse grande expoente da literatura). A gente pensa: Nabokov escrevendo sobre alguém interessado em recontar a verdadeira história de um escritor X após um zé ruela qualquer escrever uma biografia, longe da realidade, a respeito deste, mesclando autoanálise literária e investigação detetivesca. Algo muito bom tem de sair disso, concordam?

O livro está lá na prateleira. Você pega e começa a folheá-lo…

O texto logo fascina pela linguagem bem simples. Simples não, charmosa. Imagino que por isso a atração, como se o próprio narrador, exímio na arte da fala/escrita, estivesse ali ao seu lado, contando para você, despretensiosamente, num misto de ironia mais graciosidade mais inteligência, as ideias dele, pontuando aqui e ali algumas referências à própria arte de escrever, à literatura, à psicologia das personagens; e quando você se dá por si, está confortavelmente escorrendo pelas páginas.

Vem o primeiro capitulo, o segundo, e ficamos sabendo que aquela voz no texto, em primeira pessoa, é de um tal V., meio irmão dum eminente romancista falecido que teve sua vida contada pelo seu secretário. V. fica indignado com essa “falsa biografia”. Enxerga nela tudo de mais pobre, mesquinho e irreal. Então ele mesmo decide escrever a verdadeira história do tal Sebastian Knight. E assim a narrativa se desenrola, como num romance policial. V. resolve pesquisar sobre as pessoas com quem o irmão manteve contato, construiu amizades, vínculos, paixões; e como na vida real, como um investigador faria, vai de cidade em cidade, de hotéis em hotéis, em busca da trajetória do falecido e misterioso escritor. E o ponto mais curioso a respeito desse romance aqui comentado, é que nos damos conta de que não estamos lendo somente o testemunho do narrador, mas o resultado final disso tudo. Em nossas mãos está a obra finalizada, aquilo que foi realmente “publicado” no mundo ali do V: A verdadeira vida de Sebastian Knight.

Mas como o livro realmente funciona? A melhor maneira de demonstrar é citando alguns trechos.

Logo na primeira página Nabokov parece já querer demonstrar um pouco de como será o teor da narrativa. Diz a data de nascimento do Knight, diz como conseguiu essa informação, e diz que na manhã do nascimento de Sebastian “foi uma bela manhã sem vento, com doze graus abaixo de zero…”, informação esta obtida através de “uma velha russa que por alguma obscura razão me implorou para não divulgar seu nome”. Velha esta também que preservou seu diário desde a tenra idade e que conhecia o futuro escritor desde o seu nascimento. Senhor V. não se dá por satisfeito com esse relato “seco” sobre essa manhã; ele, parece-me, para demonstrar um pouco da sua habilidade, alimentar um pouco o ego e, claro, encantar o leitor, resolve expressar aquele dia da seguinte maneira: “

“Seu relato tão seco não consegue transmitir para o leitor não viajado as delícias implícitas num dia tal como ela descreve em São Petersburgo; a pura luxúria de um céu sem nuvens destinado não a aquecer a carne, mas exclusivamente ao prazer dos olhos; o brilho dos cortes de trenós na neve bem batida das ruas espaçosas com um toque fulvo entre as trilhas devido à rica mistura com estrume de cavalo…”.

No capítulo dois, o narrador começa a alfinetar o Sr. Goodman, autor da “falsa bibliografia”. Então, por exemplo, ele cita alguns trechos dessa obra e começa a discorrer, em tom de deboche, sobre suas falhas, não só estruturais mas a respeito daquilo que realmente aconteceu na vida do Knight. Além disso, “Nabokov” toma isso como gancho para nos apresentar novas personagens, o passado delas e suas influências sobre o próprio V. e, principalmente, claro, o Sebastian Knight.

Outro ponto que mais me marcou: a “ilusão” criada pelo Nabokov no decorrer da narrativa. E que ilusão seria essa? Estamos lá, tranquilamente lendo, quando nos deparamos com um fecha aspas. Na verdade, estávamos lendo ali uma citação de alguma obra do próprio Sebastian Knight, e isso, para mim, foi fantástico. Ele não abusa disso, o Nabokov, mas quando se utiliza dessa artimanha, é de encher os olhos. Espetacular.



…O que me fez pensar numa coisa: quando não estamos lendo sobre o caminhar investigativo do senhor V., suas andanças, entrevistas, estamos, na verdade, lendo sobre “outras obras”, como se o escritor estivesse “enchendo linguiça”. Deparamo-nos com trechos de obras do próprio Knight, como também do livro de Goodman, e não chegamos a nos aprofundar na vida do biografado.

Definitivamente, esse livro não vai mudar a sua vida (mesmo aqueles apaixonados de plantão, porque num determinado momento o narrador acaba trazendo à tona a historieta de um amor não correspondido). Mas pelo simples fato de ser um romance de um grande autor que brinca com a arte de escrever, com a arte de contar histórias, só por isso, para mim, vale pena ser lido. E foi somente agora, ruminando um pouco mais sobre essa pequena obra curta (200 páginas) que resolvi modificar a nota de 3 estrelas para 4 estrelas.

Boas leituras :D
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Márcia Regina 06/05/2012

Uma história para falar sobre livros e pessoas. E sobre suas sutis (ou nem tão sutis) diferenças.
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Tito 20/12/2011

Uma "sucessão ofuscante de lacunas", numa espécie de jogo próprio (e, em muitos aspectos, brilhante).
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