Luiz 05/09/2021
Os 4 discursos por Olavo de Carvalho
Livro: Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos
Autor: Olavo de Carvalho
"Meu problema, o único que no caso vinha ao caso, era saber se existia ou não uma unidade dos quatro discursos na lógica de Aristóteles e se dela podemos aproveitar alguma coisa para a nossa busca atual de um saber interdisciplinar."
(p. 13)
Olavo de Carvalho apresenta nesta obra a tese de que as diversas obras de Aristóteles, composto por uma Poética, Retórica, os Tópicos (ou Dialética) e os tratados de Lógica (Analítica 1 e 2) juntamente com com obras sobre a linguagem e o pensamento (Categorias e Da Interpretação), formam um conjunto que o autor, Olavo, irá chamar de Teoria dos Quatro Discursos, uma fragmento do pensamento de Aristóteles que não foi vislumbrado anteriormente por seus estudiosos.
"Possibilidade, verossimilhança, probabilidade razoável e certeza apodíctia [...] a POÉTICA estuda os meios pelos quais o discurso poético abre à imaginação o reino do possível; a RETÓRICA, os meios pelos quais o discurso retórico induz a vontade do ouvinte a admitir uma crença; a DIALÉTICA, aqueles pelos quais o discurso dialético averigua a razoabilidade das crenças admitidas, e, finalmente, a LÓGICA ou ANALÍTICA estuda os meios da demonstração apodíctica, ou certeza científica."
(p. 31)
Nesta perspectiva os quatro discursos não são somente uma forma de se chegar ao conhecimento verdadeiro, mas também uma forma de se pensar de um indivíduo, de uma cultura, de uma época... é a forma com que o saber e o conhecimento se constrói, enquanto que o não respeitar dessa gradação, ou o fixar em um único tipo de discurso, representam em si uma verdadeira desorganização dos conhecimentos produzidos por uma determinada sociedade. Cada tipo de discurso possui sua finalidade e se complementam mutuamente.
"A descrição do processo cognitivo, dado por Aristóteles, não é nada mais que a narrativa da passagem do conhecimento animal, ou puramente sensível, ao conhecimento racional ou puramente humano."
(p. 52)
"O sábio, no sentido aristotélico, não é aquele que se elevou ao céu das essências platônicas, mas aquele que, retornando das alturas, sabe ir reconhecendo, na variedade das coisas sensíveis que se lhe apresentam no espaço e no tempo, o princípio de unidade que nelas se insinua."
(p. 94)
Recomendo a leitura!!