Psychobooks 07/03/2013
Classificado como 1,5 estrelas
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Eu sempre fico na dúvida sobre como começar a resenha de um livro que não gostei. Sim, vocês já devem ter visto ali embaixo, pelas estrelas, que eu não curti muito a leitura. Pensei, ponderei e vamos lá. Vou tentar explicar o que me desagradou na obra; e pra começar, nada melhor do que a premissa:
- A premissa e/ ou Entenderam? Nem eu!
Will é um menino de 15 anos que tem um problema psicológico que o trava completamente. Ele começa o livro já nos contando que vai ter que ir pra um lugar chamado *Dark Eden* para fazer um tratamento nada ortodoxo do qual já tem algumas informações *que não nos conta*. Ele diz o tempo que não vai de jeito nenhum *má nem amarrado*. Só que daí ele vai. E então ele conta que sabe dos outros seis adolescentes que também irão com ele ao tal tratamento e que já os conhece porque roubou arquivos de sua psicóloga a respeito deles.
Tudo bem confuso. As perguntas já se acumulam na premissa. Daí eles chegam ao tal Dark Eden, e a narrativa ganha ritmo...
- Ou não.
A narrativa é em primeira pessoa, mas o autor decidiu que Will acompanharia tudo o que acontecesse com os outros seis adolescentes - Alex, Ben, Marisa, Kate, Avery e Connor. Aí pra resolver essa questão, ele se apropria de uma ideia meio "Lost" (lembram? A série!), que não vou revelar aqui, senão entrego toda a história. Aí começou a colcha de retalhos.
A ideia é que seja criado um trhiler psicológico no qual fiquemos completamente perdidos e à merce do seu idealizador - meio que um "Jogos Mortais", só que sem a ação, o sangue e a tensão. A tentativa de suspense é criada em cima de um personagem, o Dr. Rainsford, o problema é que quase não o conhecemos durante a narrativa, então suas motivações são completamente obscuras e as explicações por elas - que são dadas mais à frente, no livro - completamente vazias. Se há a tentativa de construção de um vilão, é preciso que o leitor ou o conheça desde o começo e SAIBA que ele é o vilão, ou que se surpreenda quando ele se revele mais à frente.
A verdade é que não enxergamos o Dr. Rainsford nem de uma forma e nem de outra, então sua passagem é completamente suplantada. Quando sabemos os porquês do Forte Dark Eden, já é tarde para que haja transferência entre o leitor e o personagem - seja ele revelado como vilão ou mocinho.
O enredo gira em torno de uma cura para medos. Todos os jovens têm medos dos quais não conseguem se livrar de forma alguma. Confesso que achei todos bem bobos, inclusive o do personagem principal. Ele só revela seu verdadeiro problema - e a raiz dele - bem no final, mas eu já saquei qual era logo no começo.
- Pra onde estou sendo levada?
E foi essa sensação que me tomou durante toda a leitura. Não entendia nada. Em nenhum momento entendi aonde o autor estava me levando e por que ele decidiu apresentar alguma cena particular. Tudo é bem simplório e sem suspense nenhum. Fiquei com a sensação de passar um texto plano; não é um thriller psicológico, é uma história meio sem pé nem cabeça que bebe de várias fontes, mas que não acrescenta nada de novo.
- Conclusão. E tem mais?
Pois é. Não recomendo a leitura.
Achei o livro muito mal-escrito e com o enredo cheio de furos. A ideia central não era das piores, mas seu desenvolvimento foi péssimo.
Sim. É uma série.
Sim. Imagino como o autor vai querer dar segmento.
Não. Não quero continuar a ler.
- Pontos positivos. Tem, gente! Mas não muda a história... (infelizmente)
A capa do livro é LINDA. A Editora Gutenberg fez um trabalho maravilhoso com a diagramação e a apresentação do livro. A tradução e a revisão estão ótimas, bem como a arte gráfica.
Pena que esse trabalho caprichoso não seja reflexo do texto do autor Patrick Carman.
"Onde é esse lugar para onde não irei e quem são essas pessoas que não conhecerei quando não chegar lá?"