Luiza 26/11/2012
"socorram-me, subi no ônibus em marrocos"
"Este trabalho não tem a finalidade de encerrar nenhum dos assuntos levantados e não deve ser considerado um 'estudo' sobre jogos verbais. O objetivo maior deste livro é entreter, com as mil e uma possibilidades de olhar a palavra de uma forma nova!!"
O livro, que é em quadrinhos, fala sobre diferentes jogos verbais e, de fato, entretem muito. Mas, apesar do trecho que escolhi para abrir a resenha, ensina muito também. Palíndromos, sinais de pontuação, contas com letras, anagramas, lipogramas (que, eu não sabia, são textos inteiros sem que determinada letra apareça. Há uns anos escrevi um conto sem a letra A com dois amigos meus), acrósticos, charadas verbais, cacofonia e, minha mais nova paixonite, caligramas são alguns dos 'jogos verbais' apresentados e explorados no livro.
Divertido, leve, me fez rir muito e descobrir fatos curiosissímos! Apesar de dizer que pessoas que trabalham nessa área literária afirmarem que "'fatos pitorescos' não tem importância acadêmica", acredito que esse livro seria mais do que bem utilizado em salas de aula. O conteúdo traz uma nova luz à gramática e à língua portuguesa. Fruto de uma extensa bibliografia, o livro mostra como nossa língua é impressionante e todas as possibilidades que temos com ela.
Senti falta de um sumário e uma revisão um pouco mais cuidadosa, confesso. Porém, continuo recomendando-o. Um livro, inclusive, que o público infanto-juvenil pode apreciar (tirando dois exemplos de textos com duplo sentido no final, cuja conotação é sexual). Tenho uma irmã mais nova (sete anos) que quase me arrancou os cabelos para pegar o livro e ver as charadas.
Sobre o traço dos quadrinhos, não deveria falar, sou uma amante leiga. Ainda assim, digo que gostei muito!
"O Breve Verbo", sem dúvidas, é um livro para a estante de qualquer amante da língua portuguesa e da literatura. E fãs de charadas e jogos. E curiosos de plantão. E contadores de histórias. E contadores de lorotas. E todos.