Hels 28/07/2014O QUE ACONTECE QUANDO UMA GAROTA SE APAIXONAAli Cronin é uma autora britânica e já trabalhou para inúmeras revistas para adolescentes, além de ter sido responsável pelo site jovem da BBC antes de se dedicar completamente à escrita. Dentre seus livros, além da série que estamos tratando aqui, está também “Skins The Novel”, um dos dois livros baseados na série de televisão.
A série girl(hearts)boy tem a intenção de mostrar basicamente um cotidiano de um grupo de amigos que, conforme você os conhece, nota como são completamente diferente uns dos outros. O primeiro livro é o Nada É Para Sempre, e é este que estarei comentando hoje.
SINOPSE
Cass é a namorada fiel. Ashley não leva nada a sério. Donna é festeira. Ollie é mulherengo. Jack é esportista. Rich talvez seja gay. Mas e Sarah? Os amigos sempre tiram sarro dela por ser certinha demais, mas ela só está esperando pelo cara certo e agora tem certeza de que o encontrou. Será que ele sente a mesma coisa? Ou tudo não passa de uma paixão de verão? Acompanhe o emocionante último ano de escola de quatro garotas e três garotos de dezoito anos.
RESENHA:
Nossa, Hels, DUAS estrelas de cinco? Pois é. Apesar da escrita ser bem fácil, dinâmica e adolescente (quesitos que eu normalmente aprovo bastante), os problemas não estão aí, mas sim na personagem mesmo.
Como disse anteriormente, a série é composta por seis livros e cada um trás a história de algum dos amigos do grupo. Neste caso, mergulhamos na história de Sarah Millar, a “careta” da turma, a que não fuma ou bebe, a que “odeia homens”.
Confesso que, inicialmente, estava adorando a garota, simplesmente porque ela lembra muito a mim mesma (nesse lance todo de ser “careta” e mais reservada e etc). Mas o inicialmente significa: durante sinopse e os primeiros capítulos, apenas. Vejam bem, não é que Millar é tão chata assim... Vocês vão entender logo.
Bem, continuando: a história de Sarah começa com a volta as aulas e faz algumas pontes com suas férias na Espanha enquanto ela conta às amigas sobre o cara super gato que ela ficou e teve todo aquele lance de amor de verão. A história num geral é bem simples: ela espera que o rapaz, Joe, entre em contato com ela novamente e decide mergulhar de cabeça em um suposto relacionamento que nem mesmo existe.
Num geral, dá um pouco de dó da garota, mas ao mesmo tempo dá muita vontade de estapeá-la daquele mesmo jeitinho que dá vontade de estapear aquela amiga que sempre acha que os caras estão “na dela” ou que se apaixonam e se iludem baseando-se em fatos que não existem. Bem, não sei se vocês sentem essa vontade com as amigas de vocês – ou se você é uma dessas garotas, porque afinal de contas, todas temos um pouco dessa ilusão desnecessária –, mas minha mão coça bastante quando quero trazer as minhas de volta a realidade, porque estalar os dedos não é o suficiente.
Sarah é exatamente o exemplo perfeito de como uma garota fica quando está perdidamente apaixonada (pela primeira vez, normalmente, porque depois de uma primeira decepção muitas de nós começam a ser menos otárias): estupidamente cega. Para ela, Joe é o amor da sua vida, quando está bem claro para nós – leitores – e o seu grupo de amigos que ele só está a usando.
Acho que o maior ponto positivo desse livro – que me irritou bastante porque não podia bater literalmente na Millar – é mostrar para nós, garotas, como soamos quando estamos cegas. É irritante e faz as amigas se afastarem. Só quem já passou pela situação de ser cega como Sarah (eu passei, logo...) tem como saber que esse extremo é um dos fantasmas que mais persegue uma mulher. “Como pude ser tão burra?”, “Tão cega?”. entre outros são os pensamentos mais comuns depois que acordamos para a vida.
Apesar de ter dado uma nota baixa, acho que é interessante ler. Cada um tem a sua opinião, afinal de contas, e a minha só decaiu bastante por conta do excesso de nervoso que passei lendo o ponto de vista absurdo de Sarah Millar. Mas, como disse, todas estivemos lá um dia (quem nunca esteve, pode ter certeza que vai estar). Ninguém escapa, isso é uma das coisas que nos faz ainda mais fortes e realistas... Ou não, já que eu tenho amigas que sei que nunca vão aprender a lição (por já terem mais de vinte anos e passado por diversas desilusões e continuarem como Sarah).
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