Du Du 23/07/2020Essa autobiografia é contada pelo olhar do autor quando criança.
Iniciamos com a história dos seus avós, até o encontro dos seus pais, os muitos filhos de sua mãe e o seu próprio nascimento.
Longe da mãe, foi viver com o pai. A história deixa bem claro o amor que havia entre pai e filho. Porém... pai bêbado, o filho foi em muito negligenciado e marginalizado.
Cresceu introvertido, auxiliando o pai nas quedas na rua pela bebedeira.
A vida dos dois foi "contando com a sorte" e com os cuidados sociais ao povo, com relação à moradia e alimentação.
Contudo, Cassady foi se descobrindo, até fazer amizade com os que mais fizeram parte da geração beat: Kerouac, Ginsberg, etc...
A história em si é sem maiores "decadências" humanas, contudo, nos fragmentos e cartas finais, pós posfácio, há o linguajar obsceno e nada purista pertencente a essa geração e ao trato que possuíam às mulheres.
Neal conta suas aventuras roubando carros, viajando por caronas, "pegando" mulheres, etc, etc, etc...
Pela escrita, da para perceber a forte amizade que tinha com Jack Kerouac.
Eu particularmente gostei demais do livro. A linguagem é simples, rápida e fácil. A história é envolvente, dando a vontade, da curiosidade, de saber o que vai acontecer.
A história em si é triste, com abandonos e desalentos, porém, a escrita do autor não permite isso chegar a nós com sofrimento. A visão dele criança passa a sua vida como que com ingenuidade, pureza e inocência. Como se fosse algo comum e sem dor, para toda e qualquer pessoa.
Como se fosse sempre esperado por todos viver a vida com falta e socialmente em maus tratos.
A parte da geração beat fica clara a partir do posfácio. Penso eu ser interessante a leitura de "On the road". Em algumas partes, uma cena conversa com outra cena do livro de Kerouac.
Recomendo a leitura!