spoiler visualizarLiddy 09/12/2014
Alguém aí precisa de um cata-vento?
Não encontrei O Domador de Vento empoleirado numa prateleira alta de uma agradável livraria, nem o ganhei de presente de algum amigo que lembrou que prefiro livros a camisas. Eu o baixei semanas atrás porque fiquei curiosa com o resumo (a capa é bonitinha, mas nem tanto).
Nessa história acompanhamos o pequeno Archie Stringweed, um garoto comum, que acaba de completar 10 anos de idade, é fanático por cavaleiros medievais, tem um tio misterioso que envia presentes incomuns, um pai complacente e uma mãe neurótica (deixa o menino andar de patins mulher!)... e, o mais importante, é descendente de uma linhagem de cavaleiros condenados a perder a coragem no décimo aniversário.
E, dito isso, vamos para a história em si.
A narrativa não é desagradável. Ela fluiu do jeito certo, principalmente considerando o público alvo. Não é cansativa e as descrições são coerentes. Contudo, há momentos em que ela acelera demais e perde o foco... isso quando o autor simplesmente não esquece de explicar alguns detalhes que poderiam ter tornado a história mais cativante.
Talvez o problema n’O Domador de Ventos seja a organização dos eventos e a motivação para que eles acontecessem. Embora entendamos as intenções de Archie, de querer libertar sua família da maldição; não podemos dizer o mesmo do resto de sua família, ou dos personagens coadjuvantes que o auxiliam.
Além disso... só eu fiquei com cara de idiota quando um cavalo saiu sabe-se lá de onde e deu carona para o tio Rufus no meio de uma tempestade? Ou quando o cachorro do vizinho, que não gosta de ninguém, resolveu mostrar para ele onde estava Archie? Ou ainda o momento lindo e maravilhoso quando descobrimos que Rufus faz parte de um grupo de pessoas cujo objetivo de vida é quebrar maldições (mas que não tiveram coragem de mandar um único reforço para um garoto de 10 que teria de enfrentar um tornado?). E, principalmente, de onde diabos vieram as gaivotas?!
Essas pequenas coisinhas, detalhes insignificantes e irritantes, explicações dadas pela metade (ou nem dadas), foram desencantando a história e, no fim, tornaram-na decepcionante.
Então, sim, leia O Domador de Ventos... mas não espere uma narrativa grandiosa, que torne sua vida mais fantástica... é melhor fazer isso sem grandes planos... ou quando sua estante estiver miraculosamente vazia e você, caro amigo ou amiga, totalmente entediado(a).