Resenhas - Nova York

Cinara... 27/05/2021

"Paredes
Será que existe uma cidade sem paredes para abrigar a sua alma, ou abafar seus gritos e coreografar a dança de sua vida? Se as paredes existem para proteger e excluir, elas também não contém e aprisionam?
Serviriam elas, então, para amar ou para odiar?
Afinal,
as paredes não são feitas pela natureza..."

Que coisa mais incrível! Que experiência! Minha vontade é de sair, pegar o trem e o metrô e acabar no centro de São Paulo!
A HQ se chama Nova York, mas é válida para qualquer cidade grande!
Consegui reconhecer absolutamente tudo! E para quem não vive em cidades grandes é uma ótima experiência ver como nossa selva é solitária!
Os traços são maravilhosos! A solidão, tristeza e abandono são palpáveis !
Grande parte são desenhos silenciosos. Mas que gritam!

joaoggur 16/10/2021

Eisner foi um dos maiores gênios que esse planeta já teve.
Nova York, de Will Eisner, junta
duas coisas que mesmo parecendo adversas, conseguem se fundir em uma obra prima da nona arte: o amor e os quadrinhos.

Sim, amor. Nova York é uma obra onde Eisner colocou todo o seu amor pela sua cidade natal na forma de desenhos e de histórias. É um livro que apenas se baseia em pequenos contos passados em Nova York, com algumas representações do que acontece na tão conhecida e amada cidade.

Parece uma premissa muito simples, mas esse conceito cai por terra quando vemos como é uma obra singela, uma obra feira com esmero, com amor. Eisner é um gênio.

Sua narrativa, como sempre, é extremamente atual e inovadora: desde o balonamento até a fotografia das páginas.

Leiam Nova York: uma obra para além de degustar do apreço do autor pela cidade, ver a genialidade de Eisner.

Martinha.Souza 17/04/2021

Os segredos de Nova York
Um novo olhar para Nova York, deixando de lado o glamour, os edifícios elegantes e os desfiles de celebridades.
Vemos a cidade por um outro ângulo; a pobreza, o trânsito caótico, traições, miséria, injustiça. Nos é desmitificado a cidade ?perfeita?.

Isabella.Fernanda 19/01/2023

Intrinsecamente humano e instigantemente real
Esta HQ é um compilado de "4 livros", são quatro histórias que se passam em Nova York e que são sobre a própria cidade como protagonista, ao mesmo tempo que busca falar de toda cidade, elemento que me pareceu funcionar, pois lembrar que é NY não é essencial para que a narrativa faça sentido e pareça verossímil.
A primeira e terceira história não possuem protagonista se não o coletivo diverso, ou seja, são inúmeras pessoas em inúmeras situações de identificação cotidiana, em relação ao tempo, dinheiro, espaço, relacionamento, pressa e demasias do gênero. Por mais que tenha gostado, não me cativaram tanto quanto as outras onde há personagens protagonistas que acompanhamos por páginas e páginas.

A segunda história vai contar sobre um prédio tradicional de uma avenida que foi demolido e outro construído no lugar, sobre este plano de fundo, conhecemos quatro fantasmas do prédio recém inaugurado e voltamos em retrospecto para ver como aquele local fez parte deles intrinsecamente e de suas histórias, que acabam por ser traficante reais; todo o contexto da mudança do edifício também nos é contada de maneira crassa.

A quarta história "Pessoas Invisíveis", na verdade se divide em mais três protagonistas, um personificou a invisibilidade social, outro se prende a um poder de cura mas nunca se encontra na vida, sendo vez após vez enxotado, e outra personagem ainda que acorda e começa a viver apenas após a morte do pai e aos 40 anos de idade, que conhece um homem que igualmente ainda não começara a viver por conta da mãe. Todos eles retratam de forma ampla a sociedade e contam com finais trágicos, todas são instigantes por seu desenrolar e provocadoras de sentimentos diversos.

Eu gostei demais da experiência de leitura e das questões reflexivas que a HQ de modo geral traz e aborda de maneira "simples" ao retratar a vida em uma cidade... Ela consegue transmitir sentimentos humanos muito bem, você se perde dentro.

Xuxu 13/04/2021

Essa hq contém 4 livros: Nova York, a grande cidade , O edifício, Caderno de tipos urbanos e Pessoas invisíveis.

Eles são uma mistura de retratações da vida em uma cidade grande, das coisas que acontecem rotineiramente e se tornam normais, e de belas histórias sensíveis e que tratam de temas importantes da vida humana.

É uma delícia de ler! ??

Rbk 19/05/2020

A solidão na cidade grande
Série de contos em quadrinhos em torno da vida em uma grande cidade como Nova York. Desenhos impecáveis e narrativa envolvente. Muito bom.

Pandora 09/08/2021

Lá em 2015, numa aula sobre como aldeias foram crescendo e se transformaram em cidades, um dos estudantes do 6° ano B disse: "Professora, nós nunca devíamos ter saído das aldeias.". Lendo "Nova York" do Will Eisner é difícil discordar do meu estudante, a cidade é uma invenção atroz e acho que o @russovisky
está certo: "A cidade é o lobo do homem.".
.
Ler "Nova York: a vida na grande cidade" é um mergulho dentro do desamparo, solidão e vazio proporcionado pela experiência de viver em cidades. É fabuloso como no olhar de Eisner todos e todas são despidos de seus papéis sociais e viram apenas seres humanos lidando com as coisas típicas da cidade. Cada página, cada quadro é um retrato de uma situação diferente e corriqueira.

Difícil não me identificar com as pessoas que pegam metrô, correm de um lugar ao outro, moram em aglomerados urbanos e estranham o som dos grilos e a ausência de poluição.

Há um ohar crítico em casa página, mas também há resignação. Parece que o Eisner não acredita que a cidade pode mudar para melhor, ela é assim mesmo, desse jeito feroz e atroz.

Eu, particularmente, acho que a cidade foi a pior de todas as nossas invenções. Cedo ou tarde ela vai nos conduzir a extinção, o Planeta vai sentir um alívio imenso enquanto estuda formas de nunca mais criar uma espécie capaz de construir cidades.

Alinde 01/02/2010

Para ler em casa pensando na cidade
O livro, originalmente publicado em 2006, saiu aqui no Brasil no ano passado. É uma coletânea de quatro graphic novels escritas por Will Eisner entre 1981 e 1992: Nova York: A grande cidade (1981-6), O edifício (1987), Caderno de tipos urbanos (1989) e Pessoas invisíveis (1992). Will Eisner, de família imigrante judia nova-iorquina, foi um dos maiores mestres dos quadrinhos no século XX e até 2005, quando morreu. Começou a sua carreira na década de 1930, tendo feito de tudo um pouco no mundo dos quadrinhos – desde educacionais, passando por suplementos em jornais até as graphic novels e as aulas ministradas na Escola de Artes Visuais de Nova York.

Nova York:a grande cidade e Cadernos de tipos urbanos são dois trabalhos compostos por crônicas em formato de vinhetas. A partir de uma aguçada percepção do que usualmente passa despercebido (as histórias que um bueiro poderiam contar, por exemplo), Eisner compôs suas vinhetas. Muitas delas mudas,com maestria em capturar expressões e seus possíveis significados e em desenhar os lugares retratados, nos fazendo pensar "como eu não tinha reparado nisso?". Retratando Nova York, Eisner o faz de uma forma que qualquer morador de uma grande cidade se identifique. Aqui, é da relação Homem-Espaço e Homem-Homem, que se trata. E, apesar de ser Nova York, o retrato do espaço é realizado nos lugares comuns às grandes cidades: bueiros, hidrantes, cortiços, mansões.

O edifício e Pessoas invisíveis, por outro lado, são coletâneas de ficções sobre personagens urbanos (personagens, não tipos urbanos). Na primeira graphic novel, os quatro contos giram em torno de um edifício, as tristes histórias de pessoas solitárias narradas a partir da relação de suas vidas com o prédio. No segundo livro, as histórias mais tristes – como o título Pessoas invisíveis sugere. São três histórias de pessoas solitárias, três como tantas existem tantas nas ásperas grandes cidades.

A Nova York de Eisner não é nada glamourizada. O que é sempre enfatizado é a solidão a que a vida urbana pode levar – tanto para os pobres como para os ricos (sendo, nessa coletânea, a ênfase nos primeiros). As tragédias do dia-a-dia relegadas a talvez uma pequena nota num jornal, as alegrias não compartilhadas. A crônica aqui é do cotidiano, das dificuldades da vida.

Enfim, um livro para amantes de quadrinhos e de crônicas urbanas. E para ser lido em casa, devido ao seu tamanho.

Priferreirahinckel 16/11/2020

Críticas sociais desenhadas
Gostei muito do livro e das críticas sociais que ele traz. Me fizeram refletir em vários momentos . Por vezes me identifiquei com os pensamentos do autor. Indico a leitura.

Julia 27/02/2020

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Relatos sensíveis de um observador crítico acerca da vida nas cidades grandes. Eisner se destaca, deixando de ser apenas mais um no meio do fluxo da multidão, e demonstra sua genialidade ao contar as histórias que estão (ou podem estar) por trás de todo aquele ritmo próprio dos grandes centros urbanos, em meio aos amontoados de concreto e aço ("tateando o céu em busca de mais espaço"). São histórias de vidas influenciadas pela própria cidade - seus elementos, seu tempo, suas sensações e suas relações. Leitura imperdível!

Debora 04/04/2022

Uma HQ sobre a urbanidade
Em que pese ter sido desenhada / escrita na década de 70, a HQ segue muito atual. O traço é bem feito e interessante de se acompanhar, mas o que espanta mesmo é a clareza com que Eisner identifica e descreve os tipos urbanos. O volume sobre os Tipos Invisíveis me deixou triste - e é tão possível. E O Edifício me lembrou de uma amiga urbanista. Nova York, por sua vez, é de uma riqueza de situações visíveis até hoje.

Camila.Stephane 19/11/2021

Verdadeira obra prima nos quadrinhos
A obra é um registro sensivel e impressiante da vida que se esconde por trás de toda grande cidade. Ness coletânea as 4 obras trazem de maneira profunda a observação de pessoas comuns e aleatórias e o destino,na maioria das vezes desagradável delas.

Nanda Lima 10/08/2014

O vovô dos quadrinhos
Vovô dos quadrinhos. Gênio. Tão brilhante que se tornou a inspiração para quaisquer quadrinistas que vieram após ele. O maior selo de qualidade existente concedido para os autores e obras do gênero é um prêmio que carrega seu nome: Prêmio Eisner. Eu finalmente entendi porque se fala tanto desse senhor cujo brilhantismo e sensibilidade deixam qualquer leitor boquiaberto. Will Eisner, você era o cara. Aliás, continua sendo.

“Nova York: a vida na grande cidade” é uma compilação de histórias curtas sobre os aspectos mais corriqueiros da vida dos moradores da maior cidade do mundo. Mas apesar de falar de Nova York, há uma universalidade incontestável na HQ. Muitas daquelas histórias poderiam se passar em São Paulo, ou no Rio de Janeiro, ou em Belo Horizonte – ou em qualquer grande cidade. Um dos aspectos universais de todas essas cidades que é muito bem trabalhado na graphic novel é a invisibilidade das pessoas das metrópoles, tragadas pela rotina exasperante e pela imensidão de prédios, objetos, fluxos ao seu redor: a grande ironia de viver cercado por um mar de gente e estar completamente só.

Eisner retrata tudo isso com grande sensibilidade, inclusive (ou melhor, principalmente) em seu traçado. Ao se observar por apenas alguns segundos os detalhes dos desenhos do mestre é fácil perceber o porquê dele ter feito escola. A sua facilidade em retratar o movimento das pessoas, que eu considero um dos aspectos mais difíceis da arte de desenhar, talvez seja a pedra angular da obra. Afinal de contas, a vida na grande cidade é, principalmente, se movimentar.

site: http://umaleitoraassidua.blogspot.com.br/

jotaefesanchez 10/06/2021

Um coletânea de respeito
Will Eisner foi um mestre na arte sequencial. Esta coletânea de contos é uma das melhores opções para conhecer sua arte.

Muito variado, indo desde histórias com apenas dois ou três quadros, uma páginaou dezenas. Histórias mudas, sem qualquer diálogo ou mais expositivas.

Genial nas representações de eventos ligados a grandes cidades.

Contundente, crítico, bem humorado. Excelente.

Carol 04/08/2020

Maravilhoso
Essa edição traz quatro graphic novels reunidas: "Nova York: A grande cidade", "O edifício", "Caderno de tipos urbanos" e "Pessoas invisíveis".

Cada uma dessas obras nos traz um aspecto do que se passa na cidade grande, desde o seu cenário e situações rotineiras dos seus habitantes, até biografias de pessoas consideradas invisíveis, mostrando o isolamento e indiferença que é imposto pela vida na metrópole.
Podemos ver como a obra vai além das fronteiras impostas, porque mesmo se passando em Nova York é impossível não vermos relação com os outras grandes metrópoles, já que não houve uma só situação que eu não conseguisse relacionar com a vida em São Paulo. Além disso me fez refletir sobre como a vida na cidade grande afeta nas nossas relações e nos torna indiferentes e auto centrados em nós mesmos. É uma obra maravilhosa, recomendo muito!