Ju 27/09/2013A Lenda dos CristaisEu não vou explicar aqui quem é Merlin, ou quem é Morgana. Apesar de ter descoberto, na última visita que tive em casa, que tem gente que não sabe quem eles são, não entendo como pode ter realmente alguém no mundo que nunca ouviu falar nesses dois (talvez porque eu seja completamente fascinada por tudo o que remete ao Rei Arthur). Se você, que está lendo essa resenha, é uma das pessoas que nunca ouviu falar deles, vai precisar procurar informações no Google se quiser saber quem são, porque eu me recuso a dizer mais. Mas saber ou não saber não influencia em nada o entendimento de A Lenda dos Cristais.
Há 2300 anos, sete bruxas, netas de Merlin e Morgana (isso quer dizer que não tem como elas não serem absurdamente poderosas), enfrentaram um ser maligno que perturbava o equilíbrio do mundo: o mago das trevas Cien. Elas não conseguiram matá-lo, mas ele foi banido. Sete colares, com cristais, ficaram com cada uma das bruxas, e foram enfeitiçados de forma que pudessem avisar quando a volta de Cien estivesse próxima, para que, nesse momento, elas se reunissem e lutassem mais uma vez. As bruxas se espalharam pelo mundo, mas os colares nunca se perderam. Uma descendente de cada uma delas, herdeira também da magia, é responsável por sua guarda, geração após geração.
"- O que importa é que para as pessoas que acreditam, ele é real, e o que ele fez também é. (...) As pessoas dizem que só acreditam no que elas podem ver, mas você pode ver, realmente ver, a maldade ou a sinceridade, ou só o que é o resultado final?"
É muito interessante a história que a Carol criou. Conhecemos adolescentes entre 15 e 16 anos de todos os tipos; algumas que já ouviram falar do significado dos cristais, outras que só usam o seu por ser uma herança de família ou simplesmente por considerarem o colar bonito. Jovens que vão precisar aprender a controlar sua magia adormecida para que o mundo não sofra nas mãos de Cien.
O livro tem 230 páginas, então é claro que não dá para conhecer as protagonistas (e as pessoas que as rodeiam) com uma profundidade absurda. Mas me espantei ao perceber que algumas partes do livro realmente me emocionaram, foi aí que notei que a autora desenvolveu as personagens o suficiente para que elas se tornassem palpáveis.
O texto é fluido, dá vontade de continuar lendo. Os conflitos evoluem bem, e algumas personagens crescem bastante também.
Eu adorei o fato de existir uma aldeia em que Morgana foi acolhida, e onde sua filha nasceu, que ainda abriga uma de suas descendentes. É ela a responsável por unir todas as portadoras dos cristais no lugar em que cresceu que, aliás, não é nem um pouco moderno... rs... eu enxergava as pessoas até com trajes diferentes enquanto lia os trechos que se passam na aldeia dos Dracheroter. Eles usam espadas, escudos, arco e flecha, enfim, coisas que fazem a gente se sentir no túnel do tempo. Muito legal.
Embora eu tenha gostado muito de A Lenda dos Cristais, não acho que uma sequência seria uma coisa essencial para ele. A história inclusive estava muito bem terminada, até que veio o epílogo e mudou tudo. Foi a única coisa que não me agradou. Mas, no geral, acredito que a autora fez um trabalho muito bom. =)
"- Ainda tem muito para ser percorrido antes do fim, eu sei. Mas não se preocupe com isso agora. Agora todos estão dormindo. A guerra dará uma trégua essa noite. Sonhe. É para isso que servem os sonhos. Para nos tirar de uma realidade que é dura demais."
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